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J. Herculano Pires - Portal Luz Espírita

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100 – J. <strong>Herculano</strong> <strong>Pires</strong><br />

dois primeiros casos a distância não nos permite afirmar a realidade ou o sentido<br />

puramente alegórico da cesta e da manjedoura, no caso da revelação espírita não há<br />

dúvida possível.<br />

Assim, de certa maneira, a origem simbólica das revelações anteriores se<br />

confirma no simbolismo real da revelação moderna. O vime e a palha são produtos<br />

da terra, mas a cesta e a manjedoura são manufaturas. A natureza leve desses<br />

produtos vegetais dá­lhes a aparência de uma emanação: a vida que rompe a<br />

densidade material do solo, buscando a fluidez atmosférica. O trabalho de<br />

modelagem do homem é um socorro do espírito a essa matéria em ascensão. A cesta<br />

ou a manjedoura, concluídas, consubstanciam o impulso de transcendência da vida e<br />

a resposta da consciência humana a esse impulso. Estamos diante de um fetiche, de<br />

uma obra de magia, de um artefato em que se misturam as forças da terra e os<br />

poderes da mente. A impregnação espiritual da matéria pelo espírito, através do<br />

trabalho, resultando na síntese dialética do instrumento, permite a integração deste<br />

num plano superior da vida, que é o plano social.<br />

O Messias, que revela novas dimensões do processo vital, pode então<br />

apoiar­se nesse instrumento dúctil e vibrátil, para ofertar aos homens a messe de<br />

uma nova revelação. A cesta­escrevente é a mais aprimorada forma desse símbolo<br />

da transcendência. Quando as meninas Baudin punham as mãos angélicas nas suas<br />

bordas — mãos de criança, impregnadas mediunicamente pelo magnetismo<br />

espiritual —, a cesta­escrevente ascendia ao plano da inteligência, inserindo­se na<br />

fronteira do visível com o invisível. Então, rompia­se docemente a grande barreira,<br />

para que a mensagem do Espírito fluísse sobre a Matéria, e as Inteligências libertas<br />

pudessem confabular com as inteligências escravizadas no cérebro humano. Foi esse<br />

o mistério que o Prof. Rivail soube ver, com intuição plena de suas consequências,<br />

ao interpelar os Espíritos nas sessões da casa do Sr. Baudin, e mais tarde na casa do<br />

Sr. Roustan, com a médium Srta. Japhet. Ninguém poderia dizer melhor, de maneira<br />

mais sintética e mais profunda, o que foi esse momento, do que o próprio Kardec,<br />

neste breve trecho de suas anotações particulares: “Compreendi, antes de tudo, a<br />

gravidade da exploração que ia empreender. Percebi, naqueles fenômenos, a chave<br />

do problema tão obscuro e controvertido, do passado e do futuro da humanidade, a<br />

solução que eu procurara em toda a minha vida. Era, em suma, toda uma revolução<br />

nas ideias e nas crenças. Fazia­se necessário, portanto, andar com maior<br />

circunspecção, e não levianamente; ser positivista e não idealista, para não me<br />

deixar iludir”. Como se vê, a cautela do homem maduro, experiente, culto,<br />

acostumado a tratar os problemas humanos com os pés bem firmados na terra, mas<br />

de olhos atentos ao brilho do céu. Moisés havia enfrentado, na antiguidade bíblica,<br />

os problemas da mediunidade, a partir dos “Mistérios” egípcios, levando consigo<br />

pelo deserto um grupo de médiuns, à frente dos quais se mantinha, nas ligações com<br />

o mundo espiritual. Jesus fizera o mesmo, com o seu grupo de apóstolos, chegando

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