J. Herculano Pires - Portal Luz Espírita
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10 – J. <strong>Herculano</strong> <strong>Pires</strong><br />
No tempo de Kardec, introduzir alguém no estudo do Espiritismo era<br />
introduzilo numa realidade nascente, numa verdadeira problemática em ebulição,<br />
num processo histórico em princípio de definição, e principalmente “numa nova<br />
ordem de ideias”. Hoje, é introduzir esse alguém num processo já definido, e não<br />
apenas numa ordem de ideias, mas também no quadro histórico em que essa ordem<br />
surgiu. Dessa maneira, é introduzilo também na própria introdução de Kardec. Esse<br />
o motivo por que escrevemos, para a nossa tradução de O LIVRO DOS ESPÍRITOS,<br />
editado pela LAKE, uma introdução à obra. Sem o exame histórico do problema<br />
mediúnico, por exemplo, os estudantes de hoje estarão ameaçados de flutuar no<br />
abstrato. Introduzindose numa ordem de ideias, sem o conhecimento de suas raízes<br />
históricas, arriscamse a confundir, como fazem os leigos, mediunismo e<br />
Espiritismo, ou seja, o processo mediúnico de desenvolvimento espiritual do<br />
homem, com o Espiritismo. Arriscamse, ainda mais, a aturdirse com fatos<br />
mediúnicos rudimentares, considerandoos, por sua aparência extravagante, como<br />
novidade. Por outro lado, dificilmente compreenderão a aparente contradição<br />
existente no fato de ser o Espiritismo, ao mesmo tempo, uma doutrina moderna e um<br />
processo histórico provindo das eras mais remotas da humanidade. Existe ainda o<br />
problema religioso, e particularmente o das ligações do Espiritismo com o<br />
Cristianismo, que somente uma introdução histórica pode esclarecer.<br />
Por tudo isso, foi que nos propusemos a dar este curso — a convite da<br />
União da Mocidade <strong>Espírita</strong> de S. Paulo —, a partir do “horizonte primitivo”, ou<br />
seja, das manifestações mediúnicas entre os homens primitivos, examinando as fases<br />
históricas que nos conduziram até ao momento presente. Para isso, servimonos da<br />
bibliografia doutrinária, como fundamental, e de outros livros, de reconhecido valor<br />
cultural, como subsidiários. Daremos a indicação bibliográfica, para facilitar aos<br />
interessados maior aprofundamento do assunto.