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Moção Global de Estratégia - Juventude Socialista

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1. Juventu<strong>de</strong> portuguesa<br />

em proximida<strong>de</strong><br />

1.1. Economia, Emprego e Habitação<br />

A atual crise das dívidas soberanas, que afeta Portugal e<br />

a Europa, tem como consequência direta a <strong>de</strong>gradação da<br />

economia e o aumento do <strong>de</strong>semprego. As últimas previsões<br />

económicas apontam para uma total estagnação do PIB na<br />

zona euro este ano e para uma subida <strong>de</strong> menos <strong>de</strong> 1% para<br />

2013. Para Portugal (tal como para os outros países mais<br />

afetados pela crise) as perspetivas são claramente piores: 3%<br />

<strong>de</strong> contração do PIB em 2012 e 0.9% em 2013. Em termos<br />

sociais, a recessão profunda que vivemos tem um reflexo<br />

imediato e cruel no aumento do <strong>de</strong>semprego, em particular<br />

para os jovens, trabalhadores precários e menos qualificados.<br />

Os números do <strong>de</strong>semprego em Portugal revelam que mais<br />

<strong>de</strong> 35% dos jovens até aos 24 anos e mais <strong>de</strong> 17% dos 25 aos<br />

34 anos estão <strong>de</strong>sempregados, ou seja, que mais <strong>de</strong> 380 mil<br />

jovens até aos 35 anos procuram emprego em Portugal.<br />

Em finais <strong>de</strong> 2008, os países da UE adotaram extensos<br />

programas <strong>de</strong> estímulo à economia como resposta à crise<br />

do subprime, a qual prece<strong>de</strong>u a crise das dívidas soberanas.<br />

Desta vez, a resposta tímida e quase inexistente dos<br />

lí<strong>de</strong>res europeus tem sido a <strong>de</strong> privilegiar uma contenção<br />

orçamental a todo o custo, sem aten<strong>de</strong>r aos seus efeitos<br />

colaterais para as economias nacionais, europeias e mundial<br />

e, consequentemente, para as populações. Tem feito ainda o<br />

seu caminho a diabolização permanente da intervenção do<br />

Estado na economia, em geral, e do investimento público,<br />

em particular, culminando na chamada “regra <strong>de</strong> ouro<br />

orçamental”, inviável e impraticável em países periféricos<br />

como Portugal.<br />

Esta receita <strong>de</strong> corte abrupto e injustificado no investimento<br />

público tem levado a um aumento generalizado do<br />

<strong>de</strong>semprego e, com isso, das prestações sociais associadas e<br />

torna irrelevante a estratégia política que preten<strong>de</strong> reduzir os<br />

défices públicos ao cortar o dinheiro que chega à economia:<br />

o dinheiro poupado na redução do investimento público é<br />

rapidamente consumido pelo aumento das prestações sociais<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego e pela diminuição das receitas fiscais. Não é<br />

por isso <strong>de</strong> estranhar, ao contrário do que diz o atual governo,<br />

que as receitas fiscais estejam a <strong>de</strong>scer e também não é <strong>de</strong><br />

estranhar, lamentavelmente, a subida do <strong>de</strong>semprego.<br />

A Juventu<strong>de</strong> <strong>Socialista</strong> <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> uma maior intervenção<br />

do Estado como agente central na dinamização da economia,<br />

apostando no investimento público, e a promoção <strong>de</strong> novos<br />

mo<strong>de</strong>los económicos, locais, colaborativos e participativos,<br />

como resposta <strong>de</strong>stacada à recessão económica europeia, e à<br />

<strong>de</strong>scapitalização do sistema financeiro português. As soluções<br />

associativistas têm, no atual contexto crítico, o potencial<br />

<strong>de</strong> contribuir para a revitalização do aparelho produtivo<br />

nacional e para a criação <strong>de</strong> emprego precisamente por, e<br />

comparativamente com o setor privado com fins lucrativos,<br />

estarem vocacionadas para custos <strong>de</strong> produção, capital <strong>de</strong><br />

partida e riscos financeiros mais limitados, correspon<strong>de</strong>ndo<br />

<strong>de</strong> forma mais imediata às necessida<strong>de</strong>s da comunida<strong>de</strong><br />

envolvente.<br />

A JS <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> hoje, como no passado, uma<br />

consolidação orçamental acompanhada <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong><br />

incentivo à economia, incluindo investimento público, que<br />

permitam mitigar os efeitos da austerida<strong>de</strong> – recessão<br />

e <strong>de</strong>semprego – colocando a economia ao serviço das<br />

populações.<br />

Do ponto <strong>de</strong> vista social, a recessão da economia tem<br />

uma consequência <strong>de</strong>vastadora no aumento dos números do<br />

<strong>de</strong>semprego, chegando-se a números inimagináveis até há<br />

bem pouco tempo. É reconhecido que os números alarmantes<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego são, em gran<strong>de</strong> parte, <strong>de</strong>vidos ao impacto<br />

da crise financeira e económica e às medidas <strong>de</strong> contenção<br />

orçamental em toda a zona euro. Não <strong>de</strong>ixa, contudo, <strong>de</strong> ser<br />

verda<strong>de</strong> que o <strong>de</strong>semprego estrutural dificilmente irá recuar<br />

para os níveis do início do século XXI, se não adotarmos novos<br />

conceitos e novas soluções sobre o fenómeno do emprego à<br />

escala mundial, que enquadrem o progressivo aumento da<br />

tecnologia e da diminuição da mão-<strong>de</strong>-obra necessária para<br />

ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> produção com baixa qualificação.<br />

O flagelo do <strong>de</strong>semprego não po<strong>de</strong> ser entendido como<br />

inevitável, tal como é tónica do atual governo, nem como<br />

uma mais-valia para que os cidadãos saiam da sua zona <strong>de</strong><br />

conforto. Mais ainda, não se po<strong>de</strong> aceitar que, a reboque da<br />

crise e do <strong>de</strong>semprego, sejam <strong>de</strong>lapidados direitos sociais e<br />

laborais que <strong>de</strong>moraram décadas a conquistar, com o falso<br />

pretexto da competitivida<strong>de</strong> e da comparabilida<strong>de</strong> com o<br />

exterior. Temos a profunda convicção <strong>de</strong> que a precarieda<strong>de</strong><br />

laboral que se tem vindo a instalar não conduz à criação <strong>de</strong><br />

um mercado <strong>de</strong> trabalho justo, qualificado e condigno e não<br />

assegura as condições <strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong>, auto-subsistência e<br />

valorização pessoal que é <strong>de</strong>vida a todos os trabalhadores<br />

esforçados e <strong>de</strong>dicados.<br />

A JS propõe a inclusão <strong>de</strong> estágios nos currículos<br />

dos cursos profissionais e discorda da opção <strong>de</strong> adiar<br />

esta experiência para <strong>de</strong>pois da conclusão do ensino<br />

secundário.<br />

Enten<strong>de</strong>mos que se po<strong>de</strong>m potenciar oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

mais e melhor emprego através do reforço da ligação <strong>de</strong><br />

vários atores (socieda<strong>de</strong> civil, empresas, o ensino profissional<br />

e ensino superior, autarquias) como agentes dinamizadores da<br />

ligação entre o tecido empresarial e a comunida<strong>de</strong> educativa.<br />

A JS <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> o fomento dos mecanismos <strong>de</strong> transição<br />

entre o período <strong>de</strong> formação e o mercado <strong>de</strong> trabalho,<br />

nomeadamente através <strong>de</strong>:<br />

(i) reabilitação <strong>de</strong> estágios <strong>de</strong> inserção profissional<br />

que recuperem os mol<strong>de</strong>s dos projetos “INOV”,<br />

assegurando uma experiência que inclua simultaneamente<br />

uma dimensão nacional e internacional e a possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> renovação automática do vínculo com a empresa em<br />

Portugal (com benefícios fiscais que estimulem a empresa<br />

à renovação);<br />

(ii) reativação dos estágios PEPAL - Programa <strong>de</strong><br />

Estágios Profissionais na Administração Local e PEPAC<br />

- Programa <strong>de</strong> Estágios Profissionais na Administração<br />

Central, com a possibilida<strong>de</strong> e/ou preferência <strong>de</strong> integração<br />

nos quadros dos respetivos organismos.<br />

A JS <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> o aumento dos incentivos fiscais<br />

a empresas que recebam pessoas provenientes <strong>de</strong><br />

projetos <strong>de</strong> reinserção social e o fomento <strong>de</strong> linhas <strong>de</strong><br />

financiamento para a criação <strong>de</strong> empresas ligadas a<br />

projetos <strong>de</strong> inserção social;<br />

Ninguém Fica Para Trás - <strong>Moção</strong> <strong>Global</strong> <strong>de</strong> <strong>Estratégia</strong> 9

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