Moção Global de Estratégia - Juventude Socialista

Este é um projeto de proximidade e de
vivência diária, em que a Juventude
Socialista se encontra com os seus
apoiantes de base e com a juventude
portuguesa em geral, transformando
este ideal num caminho conjunto,
que procura enquadrar, refletir e dar
resposta aos dilemas da nossa geração.
Os desafios, do tempo presente e do futuro, implicam
a Juventude Socialista no debate e construção de soluções
concretas, pragmáticas e exequíveis, em prol da integração
e emancipação social dos jovens e dos cidadãos mais
desfavorecidos. Esse caminho deve ser prosseguido através
da promoção do emprego e do desenvolvimento económico
local, sustentável e ecológico, da organização dos recursos
económicos, baseados na redistribuição e reciprocidade,
e do incentivo à participação política, através de modelos e
instrumentos de governação locais, cívicos e participativos.
É através deste caminho de proximidade com os jovens
portugueses e europeus que a Juventude Socialista afirma as
suas prioridades para os próximos dois anos, como parte de
um caminho de médio e longo prazo que, não rejeitando o seu
passado, procura as soluções para o futuro.
É através destas prioridades que a Juventude Socialista
se compromete com uma política de proximidade a vários
níveis, através da comunicação e do diálogo construtivo, tanto
no seio da sua estrutura, como com os interlocutores sociais
representativos da juventude portuguesa, as outras juventudes
partidárias, as associações cívicas, sindicatos, movimentos
ativistas, associações de estudantes, investigação científica, e
cultura; e com as estruturas internacionais com que partilha
o ideário, em particular as juventudes socialistas, sociaisdemocratas
e trabalhistas europeias.
Será da capacidade de a Juventude Socialista estar em
proximidade, por procurar dialogar, conhecer e refletir as
aspirações e anseios da sua geração e da sua comunidade,
e de ser a proximidade, através da promoção de políticas de
coesão e solidariedade social, que resultará a justa medida da
sua influência, da sua contribuição para o projeto socialista e
para a ultrapassagem do momento crítico do país.
São dois os desafios fundamentais com que a JS se
confronta: qualificar a democracia e contribuir decisivamente
para o desenho de um novo programa de governo para
Portugal.
Qualificar a democracia é um desafio transversal a todas
as estruturas político partidárias. De facto, não podemos
ficar indiferentes à perceção de uma considerável franja da
sociedade, que olha com desconfiança para partidos políticos
e juventudes partidárias. O caminho da credibilização passa
necessariamente por ouvir e interpretar as preocupações e os
anseios dos cidadãos, em efetiva proximidade e incutindo no
nosso discurso político uma dimensão de humildade.
Nos últimos meses, tem-se assistido a um notável
acréscimo de participação cívica por parte de jovens em
movimentos cívicos e sociais. Compete à JS perceber de que
forma pode canalizar estas formas de participação para o
interior da sua estrutura, estabelecendo-se como um espaço
credível de afirmação de múltiplas aspirações. Reiteramos
que a qualificação da democracia é um desafio que tange
todo o espectro político-partidário, porquanto só uma ação
concertada pode conduzir ao reforço da confiança nas
instituições democráticas. A JS cumprirá o seu papel neste
momento tão exigente da nossa história.
O desafio de acompanhar o PS na conceção de um projecto
político de médio prazo para a governação do país, que implica
uma profunda discussão ideológica e programática, constitui
igualmente uma prioridade política para a nossa organização.
Particularmente no que concerne às políticas de juventude, deve
relevar-se que hoje se apresentam como verdadeiras causas
fraturantes da nossa sociedade o acesso ao emprego – e, em
especial, a um emprego não precário – o acesso ao ensino
superior – atendendo ao regime claramente insuficiente
de atribuição de bolsas de estudo – o acesso à habitação –
tendo uma expressão quase nula os apoios ao arrendamento
jovem – e a própria mobilidade. É sobretudo em torno destas
preocupações que a JS deve incidir a sua reflexão política,
apresentando propostas concretas que reforcem a sua noção
de utilidade junto de todos os portugueses, porque, em última
análise, é essa mesma utilidade que vemos diariamente posta
à prova pela juventude e demais cidadãos.
Não obstante a busca de propostas para fazer face à
crise que atravessamos dever ser uma prioridade para
a JS, impõe-se igualmente que saibamos rasgar novos
horizontes na discussão política e ultrapassar as barreiras da
convencionalidade. Da mesma forma que, ao longo da última
década, os jovens socialistas têm sabido encontrar novas
bandeiras políticas progressistas, que têm reforçado o carácter
identitário da nossa organização, ao longo dos próximos
anos teremos de dar sequência a este permanente desafio,
sublinhando a importância, entre outras, de problemáticas
como o diálogo intergeracional ou o conceito de economias
verdes inclusivas.
A Juventude Socialista quer promover
a apresentação de políticas concretas e
inovadoras, em prol da salvaguarda do
modelo social europeu, da coesão territorial,
económica e geracional, contribuindo assim
para uma plataforma política solidária,
regional, nacional e europeia.
Ninguém Fica Para Trás - Moção Global de Estratégia 7