Moção Global de Estratégia - Juventude Socialista

Uma JS DE
IDEIAS CONCRETAS
A crise das dívidas soberanas em que vive a Europa e
que atinge violentamente Portugal faz crescer a angústia
sentida pela sociedade portuguesa e, em particular, pela sua
juventude. A sinergia entre os motivos da crise e a falta de
resposta concertada de uma Europa cada vez mais dividida
pode conduzir à desestruturação do modelo de governação
e organização socioeconómica que presidiu à fundação
e integração do projecto europeu. Da desagregação do
tecido social, fragilização do setor público, e agravamento
da recessão económica, emerge hoje um clima tépido, de
incerteza e desânimo. Vai ganhando força a tese do rumo
inevitável ao neoliberalismo, que mina a democracia e retira
confiança aos cidadãos.
Agrava-se o desinteresse pela participação cívica e política
e perspetiva-se uma clivagem social de recuperação lenta
e difícil. Os portugueses e, em particular, os seus jovens,
sentem as suas aspirações pessoais e coletivas coartadas,
sentem degradar-se a cada dia as possibilidades para a sua
autonomização socioprofissional e para o equilíbrio social e
florescimento económico das suas comunidades. Um país em
que os Jovens não têm o seu espaço, não ganham a sua
autonomia e não contribuem para o desenvolvimento da
economia é um país votado ao fracasso.
6 Ninguém Fica Para Trás - Moção Global de Estratégia
Neste clima de crescente tensão social, exige-se dos
responsáveis políticos propostas concretas que possam dar
esperança aos que caíram no desemprego, aos que nunca
tiveram a oportunidade de trabalhar, aos que se vêem
forçados a emigrar, aos que se mantêm no país confrontados
com baixos rendimentos, aos estudantes que perdem apoios
financeiros e benefícios sociais, aos que vivem os problemas
das centralidades urbanas e aos que vivem num interior
despovoado que o Estado parece ter abandonado.
Acreditamos que não há apenas um caminho a seguir.
Acreditamos que é possível resolver os graves problemas
que a Europa e Portugal atravessam sem menosprezar os
que não têm voz, nem pondo em causa o Estado Social que a
Europa construiu desde o pós-Guerra. Este é o nosso caminho:
soluções concretas para a Juventude e para Portugal, que
discutam as questões do presente, e antecipem as grandes
causas do futuro, sempre integrados no contexto europeu,
que não queremos nem podemos ignorar. Uma via que, pela
força do exemplo, possa ajudar a qualificar a democracia
portuguesa.