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Moção Global de Estratégia - Juventude Socialista

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na sua base a união dos povos, sem que as i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s<br />

históricas e culturais sejam esquecidas durante o<br />

processo.<br />

Por consi<strong>de</strong>rarmos que a manutenção do projeto europeu<br />

exige um maior aprofundamento da união política e orçamental<br />

entre os estados, a JS <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> também:<br />

(i) a elaboração <strong>de</strong> um verda<strong>de</strong>iro orçamento<br />

comunitário, que seja compatível com a soberania dos<br />

estados mas que caminhe na cedência <strong>de</strong> algumas<br />

parcelas <strong>de</strong> soberania <strong>de</strong> nível orçamental;<br />

(ii) para além do “Pacto <strong>de</strong> Crescimento” e dos<br />

pactos fiscais, a criação <strong>de</strong> um “Pacto Social” que<br />

<strong>de</strong>termine valores mínimos <strong>de</strong> proteção social, tais como<br />

investimento em educação, saú<strong>de</strong> e salário mínimo;<br />

(iii) a harmonização dos regimes fiscais no espaço<br />

europeu, com o objetivo <strong>de</strong> impedir a <strong>de</strong>slocação <strong>de</strong><br />

empresas nacionais em função <strong>de</strong> regimes fiscais<br />

mais favoráveis e as amnistias fiscais promovidas por<br />

vários governos conservadores europeus, incluindo o<br />

português;<br />

(iv) a criação <strong>de</strong> instrumentos financeiros que<br />

possibilitem a emissão <strong>de</strong> dívida pública <strong>de</strong> forma<br />

conjunta (eurobonds) ou a aposta num “Fundo <strong>de</strong><br />

Re<strong>de</strong>nção Europeia”, que alivie a dívida dos estadosmembros;<br />

(v) a introdução <strong>de</strong> fortes mecanismos <strong>de</strong> regulação e<br />

supervisão dos mercados financeiros, em particular com<br />

a criação da “Agência Europeia <strong>de</strong> Rating do Crédito”;<br />

(vi) a portabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> créditos sociais, com vista a<br />

permitir maior liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> circulação <strong>de</strong> trabalhadores<br />

no espaço europeu.<br />

No âmbito do reforço da união política europeia, a<br />

JS <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> também a constituição <strong>de</strong> partidos políticos<br />

europeus avançando para além da sua posição atual, em<br />

que se constituem apenas como meras fe<strong>de</strong>rações <strong>de</strong><br />

partidos.<br />

A JS preten<strong>de</strong> aprofundar o trabalho feito ao nível da<br />

ECOSY, estrutura representativa dos jovens socialistas<br />

europeus, com o objetivo <strong>de</strong> continuar a exercer uma<br />

parceria ativa, assente numa estratégia política europeia<br />

articulada, para a salvaguarda do mo<strong>de</strong>lo social europeu e<br />

da concretização dos princípios do socialismo <strong>de</strong>mocrático no<br />

contexto internacional.<br />

Procuraremos enquadrar a atuação política da Juventu<strong>de</strong><br />

<strong>Socialista</strong> no âmbito do Partido <strong>Socialista</strong> Europeu e na<br />

construção <strong>de</strong> uma Europa <strong>de</strong> Regiões, em que os espaços<br />

regionais possam <strong>de</strong>senvolver estratégias comuns <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento. Para esse efeito, serão concretizados<br />

encontros <strong>de</strong> trabalho inter-regionais, organizados em torno<br />

<strong>de</strong> temáticas europeias, com particular interesse para os<br />

jovens socialistas portugueses como, por exemplo, coesão<br />

territorial, agenda para o <strong>de</strong>senvolvimento económico e<br />

criação <strong>de</strong> emprego, educação e investigação, intervenção<br />

comunitária, participação cívica e ativismo social.<br />

É imperativo continuar a construir uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

europeia, aliada a uma participação cívica e política, que<br />

não se esgote nos atos eleitorais, mais concretamente, nas<br />

Eleições Europeias. Nessa perspetiva, a discussão sobre<br />

as temáticas europeias não se circunscreverá ao momento<br />

eleitoral. Mas <strong>de</strong>vemos contribuir ativamente nessa discussão<br />

e, antes das Eleições Europeias, criaremos um gran<strong>de</strong> fórum<br />

<strong>de</strong> discussão que culminará na apresentação das nossas<br />

propostas políticas, que <strong>de</strong>verão ser integradas na<br />

candidatura do Partido <strong>Socialista</strong>.<br />

Ainda em relação à i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> europeia, consi<strong>de</strong>ramos que,<br />

o alargamento da União Europeia não <strong>de</strong>ve ser condicionado<br />

por circunstâncias culturais, mas apenas por motivos<br />

relacionados com a salvaguarda dos direitos humanos e a<br />

existência <strong>de</strong> regimes <strong>de</strong>mocráticos. Apesar das diferenças<br />

culturais com países como a Turquia, a União Europeia <strong>de</strong>ve<br />

permitir a entrada daqueles que partilham o i<strong>de</strong>al do projeto<br />

europeu.<br />

A JS encontra na multiculturalida<strong>de</strong> um fenómeno<br />

positivo e exemplificador das relações dos povos e<br />

apoia-a <strong>de</strong>terminantemente, pelo que se opõe à não<br />

admissão <strong>de</strong> novos estados com base em preconceitos<br />

culturais.<br />

3.2. Relações internacionais e<br />

Cooperação para o Desenvolvimento<br />

A Juventu<strong>de</strong> <strong>Socialista</strong> regista um legado histórico na<br />

<strong>de</strong>fesa dos direitos políticos das minorias oprimidas e das<br />

legítimas aspirações dos povos à auto<strong>de</strong>terminação, como<br />

nos exemplos <strong>de</strong>terminantes <strong>de</strong> Timor Lorosa’e e do povo<br />

Saharaui.<br />

A JS continuará a <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r a causa do povo Saharaui<br />

e a divulgar a sua posição junto dos nossos militantes e<br />

na socieda<strong>de</strong> civil portuguesa.<br />

Mas a área política da intervenção internacional da JS<br />

<strong>de</strong>ve alargar-se, para acompanhar os <strong>de</strong>safios prementes que<br />

eclo<strong>de</strong>m no plano global. A este respeito, são <strong>de</strong> <strong>de</strong>stacar as<br />

revoluções, conflitos sociais e bélicos <strong>de</strong>spoletados nos últimos<br />

anos nos Países Árabes do Médio Oriente e Norte <strong>de</strong> África,<br />

conhecidos como a “Primavera Árabe”, e as repressões<br />

subsequentes que ainda <strong>de</strong>correm nessa região, como na<br />

Síria. Nos últimos tempos, temos assistido a um extraordinário<br />

levantamento popular, por parte <strong>de</strong> ativistas, estudantes,<br />

professores, sindicalistas, artistas, contra várias ditaduras<br />

autocráticas árabes, suportadas por aparelhos policiais e<br />

militares opressivos. Reconhecendo que, durante décadas,<br />

muitos <strong>de</strong>stes regimes foram apoiados ou relativizados pelo<br />

mundo oci<strong>de</strong>ntal, consi<strong>de</strong>ramos que, no <strong>de</strong>albar do século XXI,<br />

não existem razões que justifiquem mais con<strong>de</strong>scendência<br />

política.<br />

Devemos estar ao lado dos povos e minorias oprimidos, das<br />

associações <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa dos direitos humanos, das organizações<br />

não-governamentais que aspiram à emancipação <strong>de</strong>mocrática,<br />

ao progresso social, e à libertação plena dos mecanismos<br />

<strong>de</strong> controlo dos regimes totalitários ou <strong>de</strong>mocracias<br />

“musculadas”, estejam eles no mundo árabe, ou no nosso<br />

próprio continente (casos da Bielorrússia, Hungria e Rússia).<br />

A JS vai continuar o seu esforço, conjuntamente<br />

com as suas estruturas políticas congéneres europeias<br />

e internacionais, no sentido <strong>de</strong> cooperar ativamente<br />

em prol da promoção da <strong>de</strong>mocracia e da liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

expressão no contexto internacional.<br />

Ninguém Fica Para Trás - <strong>Moção</strong> <strong>Global</strong> <strong>de</strong> <strong>Estratégia</strong> 27

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