20.04.2013 Views

Moção Global de Estratégia - Juventude Socialista

Moção Global de Estratégia - Juventude Socialista

Moção Global de Estratégia - Juventude Socialista

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

o <strong>de</strong>senvolvimento económico do país se faz com a coesão<br />

entre estas dimensões. Analisar seriamente a problemática<br />

das assimetrias regionais é perceber que todo o território tem<br />

potencial e que se <strong>de</strong>vem aprofundar os momentos em que<br />

se pensa uma estratégia <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento conjunta, que<br />

vá ao encontro do princípio da coesão.<br />

É sabido que o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento económico do<br />

país não tem conseguido harmonizar os índices <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />

compra com a soli<strong>de</strong>z que seria exigível e expectável. Enquanto<br />

os núcleos urbanos <strong>de</strong> pequena dimensão proporcionam maior<br />

qualida<strong>de</strong> ambiental, proximida<strong>de</strong> humana, custo reduzido dos<br />

terrenos e segurança, aumentam os custos com aglomerações<br />

<strong>de</strong>mográficas excessivas nas gran<strong>de</strong>s áreas metropolitanas e<br />

torna-se ainda mais <strong>de</strong>sigual o investimento público entre os<br />

diversos territórios do país. A dicotomia entre o litoral com<br />

gran<strong>de</strong>s centros em expansão e o interior em <strong>de</strong>sertificação<br />

impõe alterações urgentes nas políticas territoriais, que<br />

mitiguem <strong>de</strong> forma efectiva estas tendências. Impõe-se uma<br />

agenda política clara e objectiva para as regiões menos<br />

<strong>de</strong>senvolvidas.<br />

Contrariamente ao que muitos pensam, a recuperação<br />

económica <strong>de</strong> Portugal e a consolidação das finanças públicas<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> muito mais <strong>de</strong> mudanças estruturais na forma como<br />

o território é administrado do que <strong>de</strong> medidas imediatas ou<br />

<strong>de</strong> curto prazo com carácter exclusivamente paliativo. Urge<br />

repensar o mo<strong>de</strong>lo político e administrativo que temos, para<br />

que o <strong>de</strong>senvolvimento económico se faça <strong>de</strong> forma mais<br />

harmoniosa e <strong>de</strong>scentralizada, ao longo <strong>de</strong> todo o território<br />

nacional, através do qual as populações do interior não<br />

continuem votadas ao esquecimento, e as oportunida<strong>de</strong>s não<br />

se concentrem apenas à beira-mar.<br />

Neste contexto, a concretização da regionalização<br />

administrativa <strong>de</strong>ve ser pon<strong>de</strong>rada como uma solução<br />

viável e abertamente discutida. Sabemos que, ainda que<br />

esta não venha resolver todos os problemas do país, po<strong>de</strong><br />

contribuir para que o país cresça <strong>de</strong> forma mais racional,<br />

mais equilibrada e com maior consi<strong>de</strong>ração pela vonta<strong>de</strong><br />

das populações locais. Esta <strong>de</strong>scentralização administrativa<br />

permitirá o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> políticas que conduzam à<br />

redução das assimetrias regionais, nomeadamente através<br />

da discriminação socioeconómica positiva das regiões mais<br />

excluídas, <strong>de</strong>spovoadas e empobrecidas do país, ao mesmo<br />

tempo que nos dotamos <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>mocracia <strong>de</strong> maior<br />

proximida<strong>de</strong>.<br />

A JS <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a regionalização administrativa, como<br />

forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralizar o investimento, diminuir a<br />

burocracia e fomentar a <strong>de</strong>mocracia <strong>de</strong> proximida<strong>de</strong>.<br />

Para além do aprofundamento da <strong>de</strong>scentralização<br />

administrativa, <strong>de</strong>vemos <strong>de</strong>nunciar vivamente a forma como<br />

parte da população portuguesa tem sido esquecida e penalizada<br />

ao nível dos investimentos públicos e da distribuição <strong>de</strong><br />

recursos, com o encerramento <strong>de</strong> centros <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, hospitais,<br />

tribunais, vias <strong>de</strong> transporte ferroviário e com o pagamento <strong>de</strong><br />

antigas auto-estradas sem custos para o utilizador (ex-SCUT).<br />

O fim das discriminações positivas nas ex-SCUT inserese<br />

nesta lógica <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ração dos problemas das<br />

zonas mais <strong>de</strong>sfavorecidas do país, o que se revela da maior<br />

injustiça para com as populações servidas por essas vias<br />

<strong>de</strong> comunicação. Para além da falta <strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong> que<br />

representa, o pagamento <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadas vias <strong>de</strong> acesso vem<br />

tornar irrelevante o investimento que foi feito nas regiões mais<br />

<strong>de</strong>sfavorecidas, pois vai condicionar gravemente o potencial<br />

<strong>de</strong> crescimento económico que estas ainda <strong>de</strong>tinham.<br />

20 Ninguém Fica Para Trás - <strong>Moção</strong> <strong>Global</strong> <strong>de</strong> <strong>Estratégia</strong><br />

A JS <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> soluções que discriminem positivamente<br />

a utilização <strong>de</strong>stas vias rodoviárias por parte dos<br />

cidadãos que vivem nas regiões mais <strong>de</strong>sfavorecidas<br />

e proporá regimes <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconto seletivo ou isenções<br />

absolutas, nomeadamente para <strong>de</strong>terminadas ativida<strong>de</strong>s<br />

económicas.<br />

As dificulda<strong>de</strong>s financeiras que vivemos colocam sérias<br />

dificulda<strong>de</strong>s ao <strong>de</strong>senvolvimento económico, que começam,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> logo, com as dificulda<strong>de</strong>s no acesso ao financiamento.<br />

E se estas dificulda<strong>de</strong>s são graves em todo o país, muito mais<br />

o serão em regiões <strong>de</strong> menor crescimento económico, com<br />

alguma <strong>de</strong>pendência do investimento público e com tecidos<br />

económicos mais frágeis. Por isso, as políticas públicas <strong>de</strong>vem<br />

contribuir no sentido <strong>de</strong> uma igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso a infraestruturas<br />

e conhecimentos, para o equilíbrio entre zonas<br />

urbanas e rurais e para a gestão eficaz do património natural<br />

e cultural, permitindo que as diferentes regiões do território<br />

potenciem os seus recursos. Esse trabalho será conseguido,<br />

em boa parte, se for possível captar nova população e<br />

investimentos para as zonas mais <strong>de</strong>spovoadas.<br />

Nesse sentido, a JS <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a generalização dos<br />

incentivos à fixação <strong>de</strong> jovens e famílias nos concelhos<br />

do interior, tais como: oferta <strong>de</strong> bolsas <strong>de</strong> estudo para<br />

formação profissional e superior, garantia <strong>de</strong> educação<br />

pré-escolar (creches e jardim-escola), atribuição <strong>de</strong><br />

subsídios à natalida<strong>de</strong> ou criação <strong>de</strong> bolsas <strong>de</strong> terrenos<br />

com infra-estruturas a preços controlados.<br />

A JS <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> também a criação <strong>de</strong> planos <strong>de</strong> apoio ao<br />

investimento, com isenção <strong>de</strong> <strong>de</strong>rrama, para indústrias<br />

e empresas que se fixem em concelhos do interior, na<br />

medida da criação <strong>de</strong> postos <strong>de</strong> trabalho.<br />

Deve continuar a ser uma preocupação o apoio ao<br />

crescimento económico <strong>de</strong> todas as regiões do país, estimulando<br />

as potencialida<strong>de</strong>s locais, fazendo apostas estratégicas <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento e criando condições para a implementação<br />

<strong>de</strong> um tecido empresarial e industrial fora das gran<strong>de</strong>s áreas<br />

metropolitanas. Defen<strong>de</strong>remos, por isso, a valorização das<br />

capacida<strong>de</strong>s instaladas, a promoção <strong>de</strong> produtos locais, os<br />

valores e patrimónios regionais e uma melhor competitivida<strong>de</strong><br />

associada à i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> regional. Nessa ótica, a agricultura <strong>de</strong>ve<br />

voltar a ser vista como um meio essencial <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

das regiões mais <strong>de</strong>sfavorecidas, aproveitando o potencial <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>terminados nichos <strong>de</strong> mercado, como a agricultura biológica,<br />

e <strong>de</strong>senvolvendo serviços que lhe po<strong>de</strong>m ser associados,<br />

como o turismo rural e ambiental, através da implementação<br />

<strong>de</strong> estratégias <strong>de</strong> marketing territorial.<br />

A JS <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a valorização do meio rural e das suas<br />

potencialida<strong>de</strong>s e apoiará a resolução dos problemas que<br />

se colocam aos jovens agricultores, atores principais na<br />

dinamização do espaço rural.<br />

2.4. Igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> direitos<br />

A Constituição da República Portuguesa, no seu artigo 13.º,<br />

estabelece que «Ninguém po<strong>de</strong> ser privilegiado, beneficiado,<br />

prejudicado, privado <strong>de</strong> qualquer direito ou isento <strong>de</strong> qualquer<br />

<strong>de</strong>ver em razão <strong>de</strong> ascendência, sexo, raça, língua, território<br />

<strong>de</strong> origem, religião, convicções políticas ou i<strong>de</strong>ológicas,<br />

instrução, situação económica, condição social ou orientação

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!