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Moção Global de Estratégia - Juventude Socialista

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existência e se vê assim confrontado com dificulda<strong>de</strong>s para as<br />

quais não estava preparado. O envelhecimento da população,<br />

com baixas taxas <strong>de</strong> natalida<strong>de</strong> associadas ao aumento da<br />

esperança média <strong>de</strong> vida, o crescente peso dos setores<br />

<strong>de</strong> alto valor acrescentado ou capital intensivos (com um<br />

contributo reduzido em termos <strong>de</strong> emprego) e a concorrência<br />

internacional com países on<strong>de</strong> os direitos sociais são parcos<br />

ou inexistentes são alguns dos <strong>de</strong>safios que estão por superar<br />

com a reforma do Estado Social.<br />

Neste cenário, é nossa responsabilida<strong>de</strong> conseguir<br />

respon<strong>de</strong>r a estas situações sem <strong>de</strong>struir os direitos sociais,<br />

como preten<strong>de</strong> a direita, mas com o aprofundamento <strong>de</strong> um<br />

Estado Social inteligente e eficiente. Preten<strong>de</strong>mos também<br />

manter a centralida<strong>de</strong> do <strong>de</strong>bate em torno do próprio mo<strong>de</strong>lo<br />

<strong>de</strong> Segurança Social e do seu financiamento, não numa lógica<br />

neoliberal <strong>de</strong> capitalização, mas <strong>de</strong> forma a aprofundar a sua<br />

componente redistributiva.<br />

A JS <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a utilização <strong>de</strong> parte dos impostos sobre<br />

os rendimentos do capital como forma <strong>de</strong> reforçar a<br />

sustentabilida<strong>de</strong> financeira da Segurança Social, sem<br />

redução <strong>de</strong> prestações, nem aumentos <strong>de</strong> contribuições.<br />

A JS propõe também um compromisso claro da parte<br />

do Estado com a criação <strong>de</strong> uma efetiva re<strong>de</strong> pública <strong>de</strong><br />

lares <strong>de</strong> idosos, como parte integrante da sua função<br />

social <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> cuidados às famílias.<br />

A promoção da natalida<strong>de</strong>, como forma <strong>de</strong> assegurar a<br />

sustentabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>mográfica da nossa socieda<strong>de</strong>, tem <strong>de</strong> ser<br />

uma priorida<strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já, não só porque ela é já vista como<br />

fundamental mas também porque as reformas nesta matéria<br />

só surtirão efeito após muitos anos, não po<strong>de</strong>ndo assim ser<br />

ignorado o contributo fundamental que a imigração também<br />

po<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenhar a esse nível no curto prazo.<br />

A JS propõe a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> políticas integradas <strong>de</strong><br />

natalida<strong>de</strong>, nomeadamente:<br />

(i) a universalização da re<strong>de</strong> pública <strong>de</strong> ensino préescolar;<br />

(ii) o reforço substancial do abono <strong>de</strong> família para<br />

crianças e jovens, <strong>de</strong> forma a que seja uma efetiva<br />

ajuda nos custos que uma família incorre com os seus<br />

filhos e não um mero valor simbólico;<br />

(iii) a possibilida<strong>de</strong> do abono <strong>de</strong> família para<br />

crianças e jovens ser pago numa única prestação;<br />

(iv) a extensão do período <strong>de</strong> licença parental até<br />

ao 1.º ano <strong>de</strong> vida da criança;<br />

(v) a introdução <strong>de</strong> benefícios fiscais para empresas<br />

que permitam o tele trabalho a trabalhadores com<br />

filhos até aos 3 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>.<br />

Tem sido uma tendência nos diversos governos europeus<br />

a opção por uma retórica que preten<strong>de</strong> colocar em confronto<br />

diferentes gerações, fomentando um discurso divisionário <strong>de</strong><br />

privilegiados contra <strong>de</strong>sfavorecidos. Esta opção pelo confronto<br />

geracional procura fomentar um sentimento <strong>de</strong> injustiça entre<br />

os mais jovens. Urge refletir sobre este fenómeno e recusar a<br />

perda <strong>de</strong> direitos cívicos, sociais e laborais das novas gerações,<br />

sob o falso argumento da competitivida<strong>de</strong> e da inevitabilida<strong>de</strong>.<br />

A Europa não po<strong>de</strong> competir com baixos salários nem po<strong>de</strong><br />

consentir uma <strong>de</strong>gradação do seu mo<strong>de</strong>lo social. A<strong>de</strong>mais, a<br />

Europa não po<strong>de</strong> reduzir a <strong>de</strong>mocracia a um mero exercício<br />

formal.<br />

A procura da conflitualida<strong>de</strong> geracional tem<br />

fomentado <strong>de</strong>sconforto nas relações entre as várias gerações<br />

e tem contribuído para instigar alguma tensão social. Tornase,<br />

por isso, necessário reforçar o clima <strong>de</strong> fraternida<strong>de</strong> e<br />

entreajuda entre os mais novos e os mais velhos, <strong>de</strong> modo<br />

a valorizar os laços intergeracionais que são imprescindíveis<br />

para salvaguardar a coesão social.<br />

Assim, a JS <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a manutenção dos direitos<br />

sociais e laborais do mo<strong>de</strong>lo social europeu e repudia<br />

veementemente a perda <strong>de</strong>sses direitos e a constante<br />

precarização dos novos contratados.<br />

No seguimento daquilo que são as melhores práticas e<br />

inovações em vários países do mundo, consi<strong>de</strong>ramos que é<br />

ainda necessário introduzir em Portugal os novos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong><br />

ação social, intervenção comunitária e empreen<strong>de</strong>dorismo<br />

social, vocacionados para a superação das diversas formas<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> socioeconómica, <strong>de</strong>signados genericamente<br />

por Terceiro Setor.<br />

Assim, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>mos um continuado apoio ao<br />

empreen<strong>de</strong>dorismo social, em especial <strong>de</strong> base<br />

cooperativa, mutualista ou ligada ao po<strong>de</strong>r local que,<br />

pela sua proximida<strong>de</strong>, mais facilmente respon<strong>de</strong> às<br />

situações específicas <strong>de</strong> carência que muitas vezes são<br />

i<strong>de</strong>ntificadas.<br />

Encontram-se atualmente suspensos muitos projetos cofinanciados<br />

pelo programa PARES, por falta <strong>de</strong> pagamento <strong>de</strong><br />

uma das parcelas <strong>de</strong> investimento, o que coloca em causa não<br />

só a finalização <strong>de</strong> um equipamento social necessário, como<br />

também a própria sustentabilida<strong>de</strong> financeira das empresas<br />

que executam as obras.<br />

A JS <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que o Governo <strong>de</strong>ve encontrar um<br />

mecanismo adicional <strong>de</strong> financiamento que assegure a<br />

conclusão <strong>de</strong>stes projetos em curso que ainda não se<br />

encontram finalizados.<br />

A Juventu<strong>de</strong> <strong>Socialista</strong> <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> responsavelmente um<br />

controlo apertado à frau<strong>de</strong> nos apoios sociais, reconhecendo,<br />

todavia, que não se po<strong>de</strong>m colocar em causa importantes<br />

mecanismos <strong>de</strong> inclusão social pelo simples facto <strong>de</strong> ser<br />

impossível erradicar todos os casos fraudulentos. Não<br />

po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rar ser mais prioritário fiscalizar, perseguir<br />

ou punir quem recebe in<strong>de</strong>vidamente uma mo<strong>de</strong>sta prestação<br />

social do que quem tem fugido às suas obrigações fiscais ou<br />

sociais ao longo <strong>de</strong> sucessivos anos.<br />

A JS <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> um combate sério e firme à frau<strong>de</strong> e<br />

à evasão fiscal, que são, no nosso país, <strong>de</strong> dimensão tal<br />

que a sua erradicação resolveria, em gran<strong>de</strong> medida, os<br />

atuais constrangimentos orçamentais.<br />

2.3. Coesão territorial<br />

O <strong>de</strong>senvolvimento harmonioso do país não é compatível<br />

com uma visão que opõe o interior ao litoral ou o espaço rural<br />

ao espaço urbano. Nesta discussão, importa abandonar o<br />

discurso da Interiorida<strong>de</strong> contra a Litoralida<strong>de</strong> e conceber que<br />

Ninguém Fica Para Trás - <strong>Moção</strong> <strong>Global</strong> <strong>de</strong> <strong>Estratégia</strong> 19

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