Círio de Nazaré - Universidade Federal da Bahia

incorporando suas populações ao universo de telespectadores, como assinala
o jornalista Romulo Maiorana, proprietário do Grupo Liberal:
O importante não é que o sinal experimental da TV Liberal esteja alto e
claro e o nosso padrão de cores excelente. O importante é que estamos sendo
vistos e ouvidos por milhares de brasileiros que nunca na vida souberam sequer o
que era um aparelho de televisão ( A TV e a integração, 1976, cad.1: 5).
Esse diferencial terá como alvo certo a publicidade. A TV Liberal, como
representante, em nível local, da moderna empresa da segunda fase da TV
brasileira, disputava o mercado publicitário como sua grande fonte de recursos.
O nome do patrocinador não mais aparecia ao lado das atrações da TV, na
programação que os jornais veiculam, como era costume nos primeiros tempos
da televisão, mas, em 1976, ela já contava com 40,23% do investimento
publicitário, contra 20,08% destinado aos jornais, 10,47% às revistas e 19,53%
ao rádio (Anuário Brasileiro de Propaganda 1976/1977 apud Caparelli, 1982)
Em contraste com o discurso vigente à época do surgimento da
Marajoara, quando os velhos “reclames” anunciavam o maravilhoso e o
milagroso da TV para induzir à aquisição de aparelhos, a TV Liberal, quando já
existiam 11 milhões e 603 mil televisores no Brasil (Abinee apud Caparelli,
1982) dirigia-se diretamente aos anunciantes em peça institucional de uma
página, publicada em O Liberal de 27 de abril de 1976. O texto No ar, dentro de
alguns instantes, mais um veículo para seu produto conquistar o mercado da
Amazônia surge em cima da logomarca da nova TV, que domina o espaço. E
sob a "logo", em tipo menor, um texto destaca o poder ampliado de
publicização com o novo meio:
Com esta emissora de televisão, está formada a cadeia de comunicação
do Grupo Liberal. Isso é muito bom para a Amazônia e muito melhor para você.
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