Círio de Nazaré - Universidade Federal da Bahia

aseou, como nunca fizera antes, o desenvolvimento do país no capital e na
tecnologia estrangeiros. No processo de expansão e modernização do sistema
produtivo, criaram-se as condições tecnológicas para uma verdadeira explosão
da radiodifusão e das telecomunicações, diante do novo papel atribuído aos
meios de comunicação, a serviço da integração e da ideologia de Segurança
Nacional.
Ortiz classifica a idéia de integração nacional como central para a
realização da ideologia de Segurança Nacional, motivando toda a
transformação nas comunicações promovida pelos militares. Os frutos desse
investimento foram colhidos pelos grupos empresariais televisivos, como
assinala o autor:
Não se pode esquecer que a noção de integração estabelece uma
ponte entre os interesses dos empresários e dos militares, muito embora ela seja
interpretada pelos industriais em termos diferenciados. Ambos os setores vêem
vantagens em integrar o território nacional, mas enquanto os militares propõem a
unificação política das consciências, os empresários sublinham o lado da
integração do mercado. (Ortiz, 1988: 118)
Em 1965 foi criada a Empresa Brasileira de Telecomunicações
(Embratel) e, em 1967, um Ministério das Comunicações. O ano de 1969
trouxe os primeiros grandes resultados da política de expansão do setor: com
a inauguração da estação terrestre Tanguá I, no Rio de Janeiro, a TV brasileira
entrava na era da comunicação via satélite, e a primeira imagem transmitida foi
a de Hilton Gomes, da Rede Globo, direto de Roma, via Intelsat III, em
fevereiro. No mesmo ano, a 20 de julho, as TVs Globo e Tupi, em pool,
transmitiam, via Embratel, a chegada do homem à Lua. Em 1 º de setembro de
1970 estreava o Jornal Nacional da TV Globo, o primeiro telejornal para todo o
país, inaugurando oficialmente a rede de microondas da Embratel. Em junho do
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