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Círio de Nazaré - Universidade Federal da Bahia

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a gravi<strong>da</strong><strong>de</strong> conveniente a tal ato, carregava a Imagem <strong>de</strong> Nossa Senhora <strong>de</strong> <strong>Nazaré</strong>,<br />

que ia ser solenemente entroniza<strong>da</strong> na Ermi<strong>da</strong> (Castro Nery apud Dubois, 1953: 59).<br />

Vianna e Dubois relatam que 1.932 sol<strong>da</strong>dos acompanharam esse<br />

primeiro <strong>Círio</strong> 12 . Das <strong>de</strong>scrições emerge um espetáculo marcado pela exibição<br />

do po<strong>de</strong>r e <strong>da</strong> elite, pela nota marcial, pelo or<strong>de</strong>namento, pela distribuição<br />

hierarquiza<strong>da</strong> <strong>de</strong> lugares no espaço <strong>da</strong> manifestação.<br />

Segundo Coelho (1998), o cortejo criado pelo governador em Belém foi<br />

<strong>de</strong>calcado no <strong>Círio</strong> <strong>de</strong> Nossa Senhora <strong>de</strong> <strong>Nazaré</strong> <strong>da</strong> Prata Gran<strong>de</strong>, que se<br />

realizava em Portugal, no século XVIII e que ele certamente conhecia. Era um<br />

círio rico, do qual participavam eventualmente até os reis, com ban<strong>da</strong>s, carros<br />

para foguetes e fogos e para conduzir crianças vesti<strong>da</strong>s <strong>de</strong> anjinhos, berlin<strong>da</strong><br />

com a imagem <strong>da</strong> Santa. Na subi<strong>da</strong> ao alto do sítio on<strong>de</strong> ficava a igreja <strong>de</strong><br />

<strong>Nazaré</strong>, havia ca<strong>de</strong>iras e liteiras para conduzir as pessoas mais importantes,<br />

enquanto a maioria dos peregrinos seguia a pé. O <strong>Círio</strong> <strong>da</strong> Prata Gran<strong>de</strong> era<br />

sustentado por um compromisso escrito que, em 1732, reuniu 17 freguesias em<br />

confraria. A ca<strong>da</strong> ano, uma <strong>da</strong>s freguesias tinha a responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> realizar<br />

a procissão.<br />

Já estava supera<strong>da</strong>, então, a espontanei<strong>da</strong><strong>de</strong> dos primitivos círios<br />

portugueses do início do século XVII, dos quais <strong>de</strong>ixou um rico relato o padre<br />

Manuel <strong>de</strong> Brito Alão, (apud Penteado, 1998). Eles juntavam grupos <strong>de</strong><br />

pessoas em peregrinação ao santuário <strong>de</strong> <strong>Nazaré</strong>, a maioria camponeses.<br />

Posteriormente, as velas <strong>de</strong> cera que levavam, os círios, passaram a<br />

<strong>de</strong>nominá-los.<br />

12 O que mostra como era forte a presença militar em Belém, reflexo <strong>da</strong> posição estratégica <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, base <strong>da</strong><br />

conquista lusitana na Amazônia, fun<strong>da</strong><strong>da</strong> no século anterior para consoli<strong>da</strong>r a <strong>de</strong>fesa <strong>da</strong> região contra o assédio <strong>de</strong><br />

expedições inglesas, francesas , espanholas e holan<strong>de</strong>sas.<br />

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