Círio de Nazaré - Universidade Federal da Bahia

Na origem, o Círio era antecedido por apenas uma outra romaria, a
Trasladação. No século XIX já existe notícia da procissão que encerra a
quinzena da festa, o Recírio (Vianna,1905). A partir dos anos 80 do século XX
surgem novas romarias.
A primeira delas foi o Círio fluvial, criado em 1986. Nessa procissão a
imagem percorre a baia de Guajará, do distrito de Icoaraci a Belém,
acompanhada por centenas de embarcações. O deslocamento da imagem de
Belém para Icoaraci ensejou duas romarias rodoviárias: a primeira, na sexta-
feira à tarde, de Belém para o município de Ananindeua; a segunda, no
sábado, de Ananindeua para Icoaraci.
Quando o Círio fluvial chega ao porto de Belém, ainda acontece outra
romaria, promovida pela Associação dos Motoqueiros. Esse cortejo leva a
imagem ao Colégio Gentil Bittencourt, de onde sai, à noite, a Trasladação.
Em todas elas, a cada ano, registra-se acentuado crescimento de
participantes. Como esses cortejos percorrem áreas que não são atingidas pelo
Círio, representam uma expansão do território geográfico da festa para trechos
da periferia de Belém e até um município vizinho, constituindo-se, para os
devotos, em novas oportunidades de proximidade com a Santa, e em atrações
extras para os turistas 2 . A expansão de romarias periféricas, como se verifica
pelos dados do Dieese, não reduz o afluxo à procissão principal, o Círio de
Nazaré. Durante a quinzena da festa também acontecem romarias mais curtas,
como a Procissão da Festa (desde 1881) e o Círio das Crianças (1990).
2 É o caso, principalmente, do Círio fluvial, que hoje junta às embarcações regionais dos devotos, muitos
navios de grande porte fretados por agências de turismo.
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