Círio de Nazaré - Universidade Federal da Bahia
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172 Há interlocução constante entre eles e mediações bem definidas para o contato externo, importantes para manter a clareza dos comandos e orientações e, em decorrência, o bom andamento do trabalho. Somente o coordenador de jornalismo fala com o estúdio, orientando a produtora e o narrador (esse usa um ponto eletrônico). A diretora geral de imagens usa intercom e fala com o diretor de imagens de cada posto, com o complexo exibidor e também ordena a entrada de VTs, caracteres e arte. A coordenadora de reportagem fala, pela "caixa de sapatos", pelo rádio e por dois telefones, com os coordenadores de jornalismo dos postos. O supervisor de sistemas se comunica com os técnicos dos postos. O supervisor técnico, que é também diretor de Tecnologia das ORM (Organizações Romulo Maiorana), orienta o câmera do helicóptero através de rádio. Antes do início da transmissão, cada um deles se dirige aos seus contatos, repassando as últimas instruções. A diretora de imagens conversa com os colegas dos postos do CAN e da Sé, combinando a abertura: a primeira imagem é a fachada da Basílica de Nazaré e, de lá, ela corta para duas câmeras da Sé, com uma panorâmica do Ver-o-Peso e arredores e a seguinte com zoom da porta da Catedral. A coordenadora de reportagem negocia o texto das entradas dos repórteres para o “carrossel”. Recebe a oferta de cada coordenador de jornalismo de posto, fala com o coordenador geral e confirma as entradas. São 6h25. A diretora de imagens avisa aos colegas que falta um minuto e deseja boa sorte a todos. Ela fala com os dois diretores, e, ao mesmo tempo, pede caracteres de abertura. Os movimentos de câmera são bem feitos, as imagens são bonitas. O áudio do narrador está perfeito. Os repórteres entraram no timing certo. Este Círio começa bem. Há visível alívio no switch.
173 As pessoas se descontraem mas não se descuidam de suas negociações que, no jornalismo, se processam esquematicamente da seguinte forma: a) o repórter e o produtor de cada posto procuram fatos e personagens que justifiquem uma entrada, apurando informações factuais com diversas fontes localizadas nas proximidades (polícia, Cruz Vermelha, etc) e atentos a promesseiros e devotos, conversando com eles para verificar se “rendem” na TV. A aparência é o primeiro critério de escolha dos prováveis personagens: se atrai o olhar do produtor, pode atrair o do telespectador; b) o coordenador do posto é o segundo filtro. Ele avalia a oferta do produtor e, se aceita, tenta “vendê-la” à coordenadora de reportagem; c) a coordenadora de reportagem tem autonomia para decidir sobre a oferta ou modificar o enfoque proposto. Se aceita, negocia com o coordenador de jornalismo e dá retorno ao posto, combinando momento de entrada, conteúdo e duração do flash; d) aceita a oferta, o coordenador avisa ao narrador, dita-lhe um texto para introduzi-la e programa a entrada, orientando a diretora de imagens no corte para a câmera que fará o flash. A diretora combina o enquadramento da cena com o colega do posto, que orienta seu câmera. Ele tem que estar
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As pessoas se <strong>de</strong>scontraem mas não se <strong>de</strong>scui<strong>da</strong>m <strong>de</strong> suas<br />
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a) o repórter e o produtor <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> posto procuram fatos e<br />
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informações factuais com diversas fontes localiza<strong>da</strong>s nas<br />
proximi<strong>da</strong><strong>de</strong>s (polícia, Cruz Vermelha, etc) e atentos a<br />
promesseiros e <strong>de</strong>votos, conversando com eles para<br />
verificar se “ren<strong>de</strong>m” na TV. A aparência é o primeiro<br />
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b) o coor<strong>de</strong>nador do posto é o segundo filtro. Ele avalia a<br />
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a diretora <strong>de</strong> imagens no corte para a câmera que fará o<br />
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