Círio de Nazaré - Universidade Federal da Bahia

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20.04.2013 Views

técnicas, como quantidade e qualidade de equipamentos e condição de visada para transmissão 57 . Os pontos são escolhidos pelo coordenador, o supervisor de imagens e os departamentos Técnico e de Operações. Para isso, eles percorrem o trajeto da romaria, escolhendo posições e ângulos de câmeras. 166 Os problemas técnico-operacionais são o principal assunto das reuniões gerais. Na primeira, que em 2000 aconteceu no dia 12 de setembro, os departamentos de Jornalismo, Técnico e de Operações recapitularam os problemas da transmissão de 1999, evocados com detalhes, um ano depois. Alguns são de mais fácil correção, como a mudança de locais de praticáveis em dois postos, para obter melhores ângulos e evitar interferências de áudio. Há reclamações quanto ao sistema de comunicação, que mistura áudios e perturba quem está com os fones de ouvido, como a diretora geral de imagens, responsável pelo corte final da transmissão. Os jornalistas fazem muitas demandas, mas não há como aumentar o número de equipamentos nesse ano. Na última reunião geral, em 6 de outubro (a dois dias do Círio), o coordenador anuncia as condições técnicas, os postos, dá avisos e repassa a escala. Fica claro que se disputa espaço: os repórteres reivindicam maior prioridade para as entradas ao vivo contra a exibição de VTs pré-gravados e cobram que o narrador interrompa os comentaristas para deixá-los entrar com notícias. A base do argumento é de que está faltando à transmissão a emoção do ao vivo. Na organização da transmissão do Círio 2000 decidiu-se que uma equipe móvel iria acompanhar a corda, prevendo que ela possa atrasar-se, a 57 Para que o sinal que está sendo emitido de um posto chegue à torre da TV é preciso que se tenha uma visada aberta, ou seja, sem obstáculos no caminho. Isso é complicado porque a sede da TV é rodeada

exemplo do ano anterior. O diretor de Jornalismo insiste em que ela tente fazer imagens inéditas: o atrelamento da berlinda e o facão que existiria sob a berlinda, usado para cortar a corda. 167 O script começa a ser redigido duas ou três semanas antes da transmissão, mas só é finalizado na véspera e distribuído ao pessoal envolvido, inclusive a Gilson Faria, narrador da transmissão do Círio desde 1992, pouco antes do início do evento. É um “roteirão”, um script no modelo clássico do script de telejornal, com textos de abertura para introduzir os VTs pré- produzidos, as discussões do tema central com os comentaristas, as orações, músicas e poesias. O “esqueleto”, modelo básico do roteiro, continua sendo o implantado em 1991. Esse script será alterado durante a transmissão, de acordo com o desenrolar da romaria, e prevê, mas não se preocupa com atualidades: notas peladas apuradas pela redação, os flashes ao vivo de repórteres e os VTs produzidos pela equipe móvel são agregados durante a transmissão, chamados pelo narrador com textos redigidos ou improvisados na hora. Na concepção do conteúdo e na redação do script o coordenador considera as sugestões do diretor de jornalismo e dos colegas, recorre à experiência acumulada nos anos anteriores, especialmente para evitar repetição de falhas técnicas ou operacionais, e não perde de vista o binômio sobre o qual repousa, tradicionalmente, o conceito da transmissão: informação e emoção. de edifícios e Belém é uma cidade plana. Os técnicos procuram os pontos mais altos do trajeto para instalar as microondas.

exemplo do ano anterior. O diretor <strong>de</strong> Jornalismo insiste em que ela tente fazer<br />

imagens inéditas: o atrelamento <strong>da</strong> berlin<strong>da</strong> e o facão que existiria sob a<br />

berlin<strong>da</strong>, usado para cortar a cor<strong>da</strong>.<br />

167<br />

O script começa a ser redigido duas ou três semanas antes <strong>da</strong><br />

transmissão, mas só é finalizado na véspera e distribuído ao pessoal envolvido,<br />

inclusive a Gilson Faria, narrador <strong>da</strong> transmissão do <strong>Círio</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1992, pouco<br />

antes do início do evento. É um “roteirão”, um script no mo<strong>de</strong>lo clássico do<br />

script <strong>de</strong> telejornal, com textos <strong>de</strong> abertura para introduzir os VTs pré-<br />

produzidos, as discussões do tema central com os comentaristas, as orações,<br />

músicas e poesias. O “esqueleto”, mo<strong>de</strong>lo básico do roteiro, continua sendo o<br />

implantado em 1991.<br />

Esse script será alterado durante a transmissão, <strong>de</strong> acordo com o<br />

<strong>de</strong>senrolar <strong>da</strong> romaria, e prevê, mas não se preocupa com atuali<strong>da</strong><strong>de</strong>s: notas<br />

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produzidos pela equipe móvel são agregados durante a transmissão,<br />

chamados pelo narrador com textos redigidos ou improvisados na hora.<br />

Na concepção do conteúdo e na re<strong>da</strong>ção do script o coor<strong>de</strong>nador<br />

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experiência acumula<strong>da</strong> nos anos anteriores, especialmente para evitar<br />

repetição <strong>de</strong> falhas técnicas ou operacionais, e não per<strong>de</strong> <strong>de</strong> vista o binômio<br />

sobre o qual repousa, tradicionalmente, o conceito <strong>da</strong> transmissão: informação<br />

e emoção.<br />

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