Círio de Nazaré - Universidade Federal da Bahia

câmeras e nove repórteres. No equipamento da TV Liberal estão agora os VTs
Betacam, que melhoram a qualidade de captação da imagem e do som.
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O tema dos VTs exibidos durante a transmissão é, ainda, o interior do
Estado, representado agora por suas igrejas. Repetem-se músicas, poesias e
orações gravadas nos anos anteriores, mas essa cobertura do Círio marca uma
mudança na fala do narrador. Ele está preocupado em situar a romaria, fazer
comparações com referências de outras cidades, como a avenida Paulista, por
exemplo, e explicar o significado das imagens para uma nova audiência, que
não partilha a experiência da festa no território geográfico nem os códigos
culturais paraenses. O narrador registra muitos telefonemas dos novos
telespectadores para a emissora e o padre-comentarista explica a função ritual
da corda no Círio, a pedido de alguns deles.
A corda e o tempo são os dois pontos de destaque do Círio e da
transmissão. A corda aparece desde as primeiras imagens, pelas quais se vê
que aquele é um Círio de proporções nunca vistas. Essa cobertura não tem
imagens aéreas, mas os planos gerais mostram a berlinda cercada pela
multidão, próxima dela como nunca tinha acontecido antes.
Nesse ano, a berlinda segue com a corda. É um Círio lento, e a TV
mostra que é marcado por incontáveis pagadores de promessas – o pescador
Raimundo volta, agora com 200 caranguejos na túnica - grande vibração e
participação popular. O narrador ressalta que as pessoas não mostram
cansaço, mesmo quando já passa do meio-dia.
O tempo da procissão fornece um novo ângulo para as câmeras, que
passam a mostrar e a ouvir os espectadores que esperam a romaria,