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Círio de Nazaré - Universidade Federal da Bahia

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Mesmo sem helicóptero, o aproveitamento <strong>da</strong> câmera do munck e <strong>de</strong><br />

outras câmeras em praticáveis verticaliza, mas aproxima, a romaria do olhar do<br />

telespectador: é o ano do close e do big close, inclusive dos rostos <strong>de</strong><br />

promesseiros <strong>da</strong> cor<strong>da</strong>, permitidos pelo uso <strong>da</strong> lente gran<strong>de</strong> angular. As<br />

câmeras adquirem mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, o que permite à TV mostrar o mínimo <strong>de</strong>talhe, o<br />

que é capaz <strong>de</strong> emocionar e provocar no telespectador a sensação <strong>de</strong><br />

proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> com a romaria. Essa aproximação do olhar cumpre importante<br />

função na construção do espetáculo televisivo do <strong>Círio</strong>, resgatando o indivíduo<br />

na multidão <strong>de</strong> romeiros e acentuando a emoção.<br />

Ao escapar do curso <strong>da</strong> romaria, a câmera se <strong>de</strong>tém no seu entorno.<br />

São as saca<strong>da</strong>s <strong>de</strong> edifícios lota<strong>da</strong>s e enfeita<strong>da</strong>s, o vaivém <strong>da</strong>s macas que<br />

transportam as pessoas <strong>de</strong>smaia<strong>da</strong>s, as lágrimas <strong>da</strong> velhinha <strong>de</strong>vota, ou "Seu"<br />

Euzébio, que acompanha a procissão com um rádio <strong>de</strong> pilha, para saber on<strong>de</strong><br />

está a Santa. A missa transforma-se numa seqüência <strong>de</strong>sassossega<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

planos gerais e <strong>de</strong>talhes.<br />

As fórmulas introduzi<strong>da</strong>s em 1988 funcionam tanto que se repetem nos<br />

anos <strong>de</strong> 1989 e 1990, a tal ponto que os repórteres chegam a mostrar<br />

novamente o rescaldo <strong>de</strong> sapatos abandonados no Largo <strong>da</strong> Sé e a entrevistar<br />

um ecologista que já havia falado em 1988, no mesmo ponto do trajeto.<br />

Em 1989, entre as casinhas <strong>de</strong> miriti e ma<strong>de</strong>ira, pedras na cabeça,<br />

cruzes, anjinhos, mortalhas e barcos, surge a insólita performance <strong>de</strong> um<br />

promesseiro que acompanha a procissão <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma gela<strong>de</strong>ira sem motor.<br />

Não se vê seu rosto e ele narra ao repórter que agra<strong>de</strong>cia uma graça<br />

alcança<strong>da</strong> em 1973, no Recife, on<strong>de</strong> mora. A entra<strong>da</strong> <strong>de</strong>sse promesseiro no ar<br />

mostra a importância crescente do trabalho do produtor no <strong>Círio</strong>. O repórter <strong>de</strong>

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