Círio de Nazaré - Universidade Federal da Bahia
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cerimonial no evento (Dayan, Katz, 2000) confessando-se também contritos<br />
nessa fé <strong>de</strong> todos os paraenses.<br />
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A atitu<strong>de</strong> diante do evento ain<strong>da</strong> é essencialmente tími<strong>da</strong>, quase se<br />
limita a um registro do espetáculo que se <strong>de</strong>senrola na rua. Esse registro é<br />
prejudicado pela falta dos meios técnicos. Naquele momento, por mais que<br />
fosse gera<strong>da</strong> para a TV Nacional <strong>de</strong> Brasília via Embratel, a transmissão do<br />
<strong>Círio</strong> ain<strong>da</strong> não ultrapassava os limites <strong>de</strong> um evento local.<br />
Em 1984, a câmera tenta se aproximar mais do <strong>Círio</strong>, mas ain<strong>da</strong> não há<br />
closes. A transmissão cresce no uso <strong>da</strong> lente zoom, nas panorâmicas e nos<br />
planos gerais, especialmente do alto, porque ao helicóptero se agrega um<br />
munck, um caminhão com uma cestinha on<strong>de</strong> se posiciona o repórter<br />
cinematográfico e que possibilita não só verticalização como movimentos <strong>de</strong><br />
câmera estáveis, sem que as imagens “balancem”, um eterno problema nas<br />
transmissões. O munck merece registro do narrador, pois a TV, que preza a<br />
surpresa, não valoriza o segredo, publicizando todos as suas estratégias para<br />
fornecer novos ângulos ao telespectador. Essa posição <strong>de</strong> câmera, instala<strong>da</strong><br />
num posto próximo ao local <strong>da</strong> queima <strong>de</strong> fogos dos estivadores, vai permitir<br />
uma visão extraordinária, <strong>de</strong> plástica extraordinária, vibra Francisco César, o<br />
narrador, quando a câmera abre um plano geral dos fogos começando a<br />
explodir. Ela faz um zoom e consegue um ótimo ângulo, com a fumaça e o<br />
brilho dos fogos enchendo o ví<strong>de</strong>o, como se viessem na direção <strong>da</strong> lente – e do<br />
telespectador, e essa sensação <strong>de</strong> proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> complementa a amplitu<strong>de</strong> <strong>da</strong>s<br />
imagens do helicóptero.<br />
O helicóptero volta a ser usado em 1984, com uma novi<strong>da</strong><strong>de</strong>: o repórter<br />
Emanuel Villaça aparece em on, num VT gravado que prioriza o caráter