Círio de Nazaré - Universidade Federal da Bahia

narrador recebe fichas com textos sintéticos sobre os principais elementos do
Círio, organizando sua participação, já que, até então, tanto ele quando os
repórteres recorriam aos resumos históricos distribuídos pela diretoria da Festa
de Nazaré e ao material publicado nos cadernos especiais dos jornais no dia
da romaria. Também é a partir de 1988 que se avoluma a produção de
reportagens, que trazem a novidade de ser produzidas, editadas e exibidas
durante a transmissão, quando também inaugura-se um elemento de
atualidade e serviço nos VTs 46 levados ao ar. A participação do jornalista
Wianey Pinheiro, da TV Globo, na coordenação, e um pool com a TV Cultura
do Pará, que permite melhores condições técnicas, fazem com que 1988 seja
um divisor de águas dentro dessa primeira fase da transmissão.
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É necessário lembrar que nesse primeiro período o país vivia mudanças
importantíssimas, com a transição do regime militar para a democracia e,
depois, com a instalação da Nova República. Isso terá efeitos no Círio, que vive
a terceira de suas grandes crises políticas (ver capítulo 2), reflexo de uma crise
maior entre Igreja e Estado que se desenrolou no país em 1981 e que no Pará
assumiu proporções dramáticas pela prisão e processo contra dois padres
franceses e posseiros da região do Araguaia.
As fitas mostram, ainda, um Círio que se agiganta e a corda assumindo
um lugar cada vez mais importante: com 50 metros em 1983, ela terá 350 no
final do período, perde a função de proteger autoridades e convidados
especiais e passa a ter cada vez mais destaque nas transmissões. A TV
também amplia a visibilidade do
46 VT, abreviatura de videoteipe, será usado a partir de agora para designar reportagens gravadas
inseridas na transmissão.