Círio de Nazaré - Universidade Federal da Bahia

Os filmes de Milton e das outras duas CPs complementavam as
imagens ao vivo do estúdio - onde um narrador, sem script, falava basicamente
da história da romaria e entrevistava religiosos e estudiosos do Círio - e de
outras duas câmeras no trajeto, uma delas instalada em uma frondosa
mangueira à porta da TV Liberal que, como as TVs Marajoara e Guajará,
contava com a vantagem de estar sediada na avenida Nazaré, por onde passa
a procissão. As câmeras da rua, ligadas à emissora por cabos, já que ela ainda
não tinha microondas, garantiam o áudio ambiente, usando-se LPs (linha
telefônica permanente, alugada para o evento). Esse áudio, àquela altura, era
precário pela falta de sonorização no trajeto do Círio.
A TV Liberal não contava com mesa de corte para externa, o que
impossibilitava alternar imagens das câmeras no ar. Segundo testemunho de
Francisco César, que narrou o Círio na emissora de 1976 a 1984, em 1976 já
se tentava dar uma dinâmica que a procissão, em si, não tem, mas o
jornalismo tinha escassa presença nas transmissões da TV Liberal na década
de 70. Os repórteres contavam essencialmente, o que presenciavam na
romaria, pouco acrescentando ao que o telespectador também estava vendo
no vídeo.
Em 1977, o Círio da TV Liberal contou com o primeiro carro de externa
da emissora. Como era comum acontecer, ele tinha sido vendido pela TV
Globo do Rio, que o usara na produção de telenovelas e o substituíra por um
outro mais moderno, já que ainda era valvulado e suas duas câmeras em preto
e branco. Isso provocou uma curiosa regressão à externa da emissora que, em
1977, recuou da cor total para transmitir o Círio parte em cores e parte em
preto e branco. Tal fato aconteceu, por exemplo, na saída da procissão,
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