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História da Educação Brasileira II - UFPB Virtual

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UNIDADE I UNIDADE <strong>II</strong><br />

UNIDADE <strong>II</strong>I<br />

Aula 8<br />

Ca<strong>da</strong> vez mais a <strong>Educação</strong> Infantil (ou pré-escolar) ocupa um lugar de<br />

destaque nas discussões sobre a <strong>Educação</strong> Básica no Brasil. Como o sr.<br />

avalia esse tendência? quarta-feira, 10 de janeiro de 2007.<br />

Começa a se acumular evidência sóli<strong>da</strong> de que a <strong>Educação</strong> Infantil tem impactos<br />

positivos, ain<strong>da</strong> que de magnitude não muito grande, sobre o aprendizado<br />

posterior. Assim, essa é uma tendência benéfica.<br />

Contudo, a experiência internacional demonstra que a <strong>Educação</strong> Infantil não<br />

é condição necessária para o bom aprendizado no Ensino Fun<strong>da</strong>mental. Por<br />

isso, fico preocupado que usemos a <strong>Educação</strong> Infantil no Brasil para desviar a<br />

atenção do principal, que é a melhoria do Ensino Fun<strong>da</strong>mental.<br />

Temos de parar de pensar em termos quantitativos (mais escolas, mais classes,<br />

mais anos de ensino etc.) e pensar em termos qualitativos. Temos de fazer<br />

melhor com o sistema que já está aí.<br />

O pior que pode acontecer para a educação brasileira é se firmar a conclusão<br />

de que a <strong>Educação</strong> Infantil é indispensável para a quali<strong>da</strong>de no Ensino<br />

Fun<strong>da</strong>mental, porque assim perderemos mais dez anos universalizando a<br />

<strong>Educação</strong> Infantil para, então, nos <strong>da</strong>rmos conta de que o esforço foi em vão.<br />

Fonte: . Acesso em: 19 abr. 2007.<br />

Uma pe<strong>da</strong>goga assim se expressou sobre a questão:<br />

A educação pré-escolar no Brasil é um fenômeno relativamente recente, que<br />

está sem dúvi<strong>da</strong> associado à grande participação <strong>da</strong>s mulheres na força de<br />

trabalho, assim como associado a seu acesso a oportuni<strong>da</strong>des educacionais.<br />

Dados os níveis extremamente baixos dos salários, o trabalho feminino se<br />

torna praticamente indispensável para a ren<strong>da</strong> familiar, fato a que se<br />

acrescenta o grande número de famílias de um só cônjuge, normalmente a<br />

mulher, principalmente nos setores de pior condição social. Para estas<br />

mulheres, a possibili<strong>da</strong>de de poder deixar seus filhos algumas horas por dia<br />

em um ambiente educacional protegido é um recurso de importância<br />

inestimável. Os <strong>da</strong>dos sobre quem financia a educação pré-escolar — os<br />

municípios, no atendimento às comuni<strong>da</strong>des locais, e o setor privado, no<br />

atendimento às classes médias — parecem confirmar esta interpretação sobre<br />

a função <strong>da</strong> educação pré-escolar.<br />

Menos claro é o significado <strong>da</strong> educação pré-escolar em termos propriamente<br />

educacionais. A interpretação corrente é que a educação pré-escolar prepararia<br />

as crianças para a alfabetização e o ensino de primeiro grau, reduzindo as<br />

taxas alarmantes de repetência <strong>da</strong> primeira série. No entanto, existem sérias<br />

dúvi<strong>da</strong>s sobre os custos emocionais e intelectuais de uma separação prematura<br />

entre mães e filhos. Tudo depende <strong>da</strong>s condições do lar em que a criança<br />

habita e <strong>da</strong>s condições <strong>da</strong> escola que ela freqüenta. Um sistema de educação<br />

pré-escolar bem conduzido pode compensar situações familiares pouco<br />

favoráveis, enquanto escolas e creches de má quali<strong>da</strong>de, que funcionam<br />

sobretudo como depósitos de crianças, podem prejudicar o envolvimento <strong>da</strong>s<br />

mães com a vi<strong>da</strong> intelectual e emocional de seus filhos, com sérias<br />

conseqüências para seu desenvolvimento ulterior. As poucas evidências<br />

disponíveis parecem sugerir que a educação pré-escolar não tem tido um<br />

impacto significativo na redução <strong>da</strong> repetência escolar de primeiro grau. Além<br />

disso a faixa etária de muitos dos alunos presentes — 7 anos, inclusive —<br />

sugere que o pré-escolar pode estar funcionando como uma forma disfarça<strong>da</strong><br />

de retenção para estu<strong>da</strong>ntes que não conseguem progredir na aquisição dos<br />

conteúdos culturais que a escola exige.<br />

Trilhas do Aprendente, Vol. 2 - <strong>História</strong> <strong>da</strong> <strong>Educação</strong> <strong>Brasileira</strong> <strong>II</strong><br />

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Aula 9

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