20.04.2013 Views

História da Educação Brasileira II - UFPB Virtual

História da Educação Brasileira II - UFPB Virtual

História da Educação Brasileira II - UFPB Virtual

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

UNIDADE I UNIDADE <strong>II</strong><br />

UNIDADE <strong>II</strong>I<br />

Aula 8<br />

Aula 9<br />

economia, passados aqueles quase vinte anos de euforia, não <strong>da</strong>va a resposta espera<strong>da</strong>? Recessão<br />

econômica, inflação, desemprego constituíam a nova reali<strong>da</strong>de. Pior para os países periféricos,<br />

pois os desníveis regionais agravavam-se a ca<strong>da</strong> dia. Mas era preciso manter a crença no poder<br />

<strong>da</strong> educação. Para tanto, bastava a<strong>da</strong>ptar a Teoria à nova reali<strong>da</strong>de, refuncionalizá-la. Saviani<br />

(2003), seguindo os passos de Pablo Gentili, assim se manifesta:<br />

Passou-se de uma lógica <strong>da</strong> integração em função de necessi<strong>da</strong>des e deman<strong>da</strong>s de caráter<br />

coletivo (a economia nacional, a competitivi<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s empresas, a riqueza social etc.) para uma<br />

lógica econômica estritamente priva<strong>da</strong> e guia<strong>da</strong> pela ênfase nas capaci<strong>da</strong>des e competências<br />

que ca<strong>da</strong> pessoa deve adquirir no mercado educacional para atingir uma melhor posição no<br />

mercado de trabalho.<br />

Nesse novo contexto não se trata mais <strong>da</strong> iniciativa do Estado e <strong>da</strong>s instâncias de<br />

planejamento [mas do] indivíduo que terá que exercer sua capaci<strong>da</strong>de de escolha visando a<br />

adquirir os meios que lhe permitam ser competitivo no mercado de trabalho. E o que ele pode<br />

esperar <strong>da</strong>s oportuni<strong>da</strong>des escolares já não é o acesso ao emprego, mas apenas a conquista do<br />

status de empregabili<strong>da</strong>de.<br />

A partir do que foi dito até agora, você não acha que está faltando alguma coisa, que essa<br />

relação direta que a Teoria do Capital Humano estabelece entre educação (escola) e economia<br />

(trabalho) está fura<strong>da</strong>? Pois bem, isso foi percebido por muitos estudiosos e tornou-se objeto de<br />

muitos trabalhos acadêmicos. Na crítica a essa Teoria vieram, primeiro, os chamados críticoreprodutivistas.<br />

Depois, vieram os críticos dos críticos, destacando-se o brasileiro Cáudio Salm.<br />

Ca<strong>da</strong> um desses trabalhos, por melhor que sejam, sempre deixam de enxergar alguma coisa. Foi<br />

assim que outro brasileiro, Gaudêncio Frigoto, superou as críticas feitas por Salm que, por sua<br />

vez, havia superado os crítico-reprodutivistas. E agora, será que as conclusões a que Frigoto<br />

chegou sobre a crítica à Teoria do Capital Humano representam o ponto final <strong>da</strong> discussão? Sobre<br />

esse assunto existe um texto de autoria de Roberto Leher, que encontrei recentemente na<br />

Internet, sob o endereço: . É um<br />

material muito rico, por isso vale a pena conhecê-lo por completo. Nesse estudo, o autor mostra<br />

o que está por trás <strong>da</strong> Teoria do Capital Humano e dos discursos e pretensas políticas em favor<br />

<strong>da</strong> educação básica, volta<strong>da</strong> para o trabalho e a formação do ci<strong>da</strong>dão. Encontros e mais encontros,<br />

conferências e mais conferências, fóruns e mais fóruns de debates sobre educação, investimentos,<br />

reformas, novas propostas pe<strong>da</strong>gógicas. Mas, o que está por trás de tudo isso? Leher oferece<br />

uma explicação.<br />

E quanto à educação infantil, essa primeira etapa <strong>da</strong> educação básica? As posições a<br />

respeito são muitas e contraditórias. Sem pretender <strong>da</strong>r conta <strong>da</strong> questão, cito algumas dessas<br />

posições para vocês refletirem. Existem os que fazem o apanágio <strong>da</strong> educação infantil, como nas<br />

palavras de uma professora:<br />

Acredito que o termo “pré-escola seja inadequado para o século XXI. Pré pressupõe uma<br />

preparação para a escola. A <strong>Educação</strong> Infantil, na ver<strong>da</strong>de é muito mais que isso. Aqui são<br />

lança<strong>da</strong>s as bases de to<strong>da</strong>s as aprendizagens futuras.<br />

O economista Gustavo Ioship (que é ou era na época <strong>da</strong> entrevista, em 2007, consultor do<br />

Banco Mundial) assim se pronunciou:<br />

205

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!