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História da Educação Brasileira II - UFPB Virtual

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UNIDADE I UNIDADE <strong>II</strong><br />

UNIDADE <strong>II</strong>I<br />

Aula 8<br />

Aula 9<br />

AULA 9: EDUCAÇÃO INFANTIL: UM LONGO CAMINHO A PERCORRER<br />

Neste momento, estamos entrando na fase final de nosso percurso. Certamente, ain<strong>da</strong> há<br />

muito o que discutir sobre a educação brasileira, referente ao período histórico compreendido<br />

entre as déca<strong>da</strong>s de 1930 e 1960, mas nosso espaço é por demais limitado. Também haverá muito<br />

o que dizer sobre o período histórico seguinte mas, pelo mesmo motivo, seremos breves.<br />

Quanto ao período histórico de que agora trataremos, situá-lo-emos entre a déca<strong>da</strong> de<br />

1960 e os dias atuais. O ano preciso para demarcar seu início, como aconteceu com o anterior,<br />

depende do objeto de estudo do historiador. Poderia ser 1961, como sugeriu Saviani (2003),<br />

quando, levando em conta o legado do longo Século XX brasileiro para educação pública, considerou<br />

a promulgação <strong>da</strong> nossa primeira Lei de Diretrizes e Bases <strong>da</strong> <strong>Educação</strong> (Lei 4.024/1961) um<br />

marco <strong>da</strong> maior importância.<br />

Também poderia ser o ano 1969, quando o mesmo Saviani, tendo como objeto de estudo<br />

“As concepções pe<strong>da</strong>gógicas na história <strong>da</strong> educação brasileira”, destacou essa <strong>da</strong>ta como o<br />

momento <strong>da</strong> emergência <strong>da</strong> concepção pe<strong>da</strong>gógica produtivista entre nós. Ain<strong>da</strong> que nos anos<br />

1960, segundo o autor, se verificasse intensa experimentação educativa, expressando a hegemonia<br />

do movimento renovador, com a consoli<strong>da</strong>ção dos colégios de aplicação, o surgimento dos ginásios<br />

vocacionais, o grande impulso à renovação do ensino de matemática e de ciências, o modelo<br />

renovador se esgotava. Exemplo disso foi o fechamento do Centro Brasileiro de Pesquisas<br />

Educacionais. Ao mesmo tempo, crescia o IPES (Instituto de Pesquisas e Estudos), fun<strong>da</strong>do em<br />

1961, e que representaria importante papel na conflagração do golpe de Estado que ocorreria em<br />

1964. Os novos governos procederiam a uma reorientação geral do ensino.<br />

No que diz respeito ao momento final desse período, Saviani situou, no segundo caso, os<br />

dias de hoje, quando ain<strong>da</strong> predomina a concepção pe<strong>da</strong>gógica produtivista. Já no primeiro caso,<br />

ele destacou o ano 1996, quando foi promulga<strong>da</strong> nossa atual LDBEN (Lei 9.394/1996). Essa <strong>da</strong>ta<br />

é <strong>da</strong> maior importância para a história <strong>da</strong> educação infantil brasileira, pois foi somente a partir<br />

dessa Lei que a educação <strong>da</strong> criança pequena, a educação infantil, aí incluí<strong>da</strong>s a creche e a préescola,<br />

ganhou status legal. Tamanha essa importância que, se reduzíssemos a história <strong>da</strong> educação<br />

brasileira à história <strong>da</strong> educação infantil brasileira, seria coerente consider apenas dois períodos<br />

históricos: um anterior e outro posterior a 1996.<br />

Observe que temos insistido, ao longo do nosso percurso, em periodizar a história, como<br />

orienta Saviani (2003), segundo critérios internos ao objeto investigado, qual seja, a educação.<br />

Não quer dizer com isso que preten<strong>da</strong>mos proceder a uma história <strong>da</strong> educação autônoma em<br />

relação aos processos político, econômico, social e cultural de que a educação faz parte e<br />

expressa. O pe<strong>da</strong>gogo renovador, Anísio Teixeira (1900-1971), já observara, em 1968, que “a<br />

escola é o retrato <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de a que serve”. Ao mesmo tempo, combatemos a maneira de<br />

escrever a história <strong>da</strong> educação como um mero apêndice do processo histórico mais amplo, a<br />

exemplo de alguns manuais didáticos de história <strong>da</strong> educação, que separam o que seus autores<br />

denominam “contextualização histórica” do conteúdo <strong>da</strong> educação propriamente dito. Por esse<br />

viés, eles deixam de enxergar a dinâmica própria do fenômeno educativo, além de incorrer naquilo<br />

que, muitas vezes, dizem combater: uma história fragmenta<strong>da</strong>.<br />

No trabalho de proceder a uma “contextualização histórica”, aqueles autores privilegiam um<br />

dos aspectos <strong>da</strong> história, seja o político, o econômico, o cultural. O aspecto político, por exemplo,<br />

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