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História da Educação Brasileira II - UFPB Virtual

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UNIDADE I UNIDADE <strong>II</strong><br />

UNIDADE <strong>II</strong>I<br />

Aula 8<br />

constituído pela ciência, pelo industrialismo e pela democracia, como explica o , requer, como diz Saviani, interpretando Anísio Teixeira, “a<br />

reforma <strong>da</strong> escola [que] terá que se apoiar em uma nova psicologia, construí<strong>da</strong> a partir <strong>da</strong><br />

evolução do conceito de aprender, que passa a ser entendido com o significado de ‘ganhar um<br />

modo de agir’” (SAVIANI, 2003, p. 10).<br />

O Manifesto dos Pioneiros <strong>da</strong> <strong>Educação</strong> Nova, lançado em 1932, é de tamanha importância para<br />

o estudioso <strong>da</strong> educação brasileira, que não vejo sentido em conhecê-lo por meio de outrem.<br />

Mesmo porque é um documento de fácil acesso. Não apenas é citado em livros, como pode ser<br />

encontrado, na íntegra, via Internet. Basta você entrar no Google e escrever Manifesto dos Pioneiros.<br />

Não lhe custará na<strong>da</strong>. Vamos fazer isso?<br />

Bem! Conhecer em que consistem as tendências pe<strong>da</strong>gógicas denomina<strong>da</strong>s Tradicional e<br />

Nova, o que essencialmente as distingue, é coisa que requer, como você está observando, muita<br />

leitura. Essas tendências, que estiveram em confronto ao longo de todo o período que estamos<br />

estu<strong>da</strong>ndo e que terminou pela vitória <strong>da</strong> segun<strong>da</strong>, ain<strong>da</strong> são objeto, vez ou outra, de discussões<br />

entre professores, muitas delas, sem o menor sentido. Primeiro, porque a tendência pe<strong>da</strong>gógica<br />

dominante em nossas escolas já não é a escolanovista. Desde fins dos anos 1960, a tendência<br />

pe<strong>da</strong>gógica produtivista de base tecnicista vem se impondo em nossa educação, de modo que,<br />

como diz Saviani,<br />

A partir <strong>da</strong> reforma instituí<strong>da</strong> pela Lei nº. 5.692, de 11 de agosto de 1971,<br />

essa concepção [...] converti<strong>da</strong> em pe<strong>da</strong>gogia oficial, foi encampa<strong>da</strong> pelo<br />

aparelho de Estado que procurou difundi-la e implementá-la em to<strong>da</strong>s as<br />

escolas do País. Na medi<strong>da</strong> em que se processava a abertura “lenta, gradual<br />

e segura” que desembocou na Nova República, as orientações pe<strong>da</strong>gógicas<br />

<strong>da</strong>s escolas foram sendo flexibiliza<strong>da</strong>s mantendo-se, porém, como diretriz básica<br />

<strong>da</strong> política educacional, a tendência produtivista. (SAVIANI, 2003, p. 19)<br />

De tal maneira que a tendência pe<strong>da</strong>gógica tradicional ain<strong>da</strong> se mantém viva entre nós,<br />

embora muitos professores não admitam reconhecerem-se como tais, devido ao sentido pejorativo<br />

que essa palavra, tradicional, recebeu.<br />

Em segui<strong>da</strong>, eu diria que aquelas discussões tomam o secundário pelo principal. Para um<br />

professor que entende que pe<strong>da</strong>gogia é formação e que, nesse sentido, tem caráter essencialmente<br />

político, pois aquele que forma conduz, e quem conduz, conduz para algum lugar, e que esse lugar<br />

é o <strong>da</strong> conservação ou <strong>da</strong> transformação, <strong>da</strong> obediência ou <strong>da</strong> desobediência, <strong>da</strong> subserviência<br />

ou <strong>da</strong> contestação, <strong>da</strong> aceitação ou do questionamento, o que está em jogo, para quem se<br />

pretende comprometido com a construção de uma socie<strong>da</strong>de alternativa a essa fun<strong>da</strong><strong>da</strong> na<br />

desigual<strong>da</strong>de, na injustiça, não é a primazia do aprender (pe<strong>da</strong>gogia tradicional), do aprender a<br />

aprender (pe<strong>da</strong>gogia escolanovista) ou do aprender a fazer (pe<strong>da</strong>gogia tecnicista), mas do para<br />

que aprender. É preciso superar os limites <strong>da</strong>s propostas pe<strong>da</strong>gógicas liberais.<br />

Por último, percebo que, nessas discussões, há um deslocamento do pe<strong>da</strong>gógico para o<br />

disciplinar. Assim, o professor tradicional é visto como aquele que cobra freqüência dos alunos na<br />

sala de aula, faz provas, exige comportamento adequado dos alunos ao encaminhamento do<br />

trabalho pe<strong>da</strong>gógico, disciplina, controla. Enfim, é um careta, cafona, boco-moco, porque um<br />

professor “moderno”.<br />

Trilhas do Aprendente, Vol. 2 - <strong>História</strong> <strong>da</strong> <strong>Educação</strong> <strong>Brasileira</strong> <strong>II</strong><br />

200<br />

Aula 9

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