História da Educação Brasileira II - UFPB Virtual
História da Educação Brasileira II - UFPB Virtual
História da Educação Brasileira II - UFPB Virtual
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
UNIDADE I UNIDADE <strong>II</strong><br />
UNIDADE <strong>II</strong>I<br />
Aula 8<br />
Carlos Eduardo Novaes e Wilmar<br />
Rodrigues, no livro Capitalismo para<br />
principiantes (22ª. ed. São Paulo: Ática,<br />
1995. p. 207-208), ensinam como<br />
capitalismo (liberalismo) e democracia são<br />
inconciliáveis:<br />
“A ideologia dominante (no mundo<br />
ocidental) protege o mais que pode a<br />
palavra Capitalismo. Prefere sempre<br />
substituí-la por uma expressão mais<br />
sedutora: Democracia!<br />
Só que Capitalismo não fecha com<br />
Democracia. Capitalismo é um sistema<br />
econômico baseado na desigual<strong>da</strong>de<br />
(precisa <strong>da</strong> desigual<strong>da</strong>de!; Democracia é<br />
um regime político baseado na igual<strong>da</strong>de.<br />
Então, como é que fica?”<br />
Realmente, os pensadores liberais defendiam a liber<strong>da</strong>de, mas não a liber<strong>da</strong>de em geral, o<br />
que seria uma abstração, embora fosse esse o tom do seu discurso. Feito com tanta veemência<br />
que muita gente, ain<strong>da</strong> hoje, entende o liberalismo dessa forma, como os meus capacitandos. Se<br />
eles conseguissem enxergar que os pensadores liberais estavam para a burguesia ascendente,<br />
assim como a Igreja estava para a nobreza feu<strong>da</strong>l, isto é, enquanto seus ideólogos, entenderiam<br />
que, por trás do discurso <strong>da</strong> liber<strong>da</strong>de, em geral, estava a defesa <strong>da</strong> liber<strong>da</strong>de que apontava para<br />
a expansão dos negócios <strong>da</strong> burguesia. Ou seja, a liber<strong>da</strong>de, em geral, não passava de retórica.<br />
Assim, a qual liber<strong>da</strong>de concreta aqueles pensadores se referiam?<br />
Tratava-se <strong>da</strong> liber<strong>da</strong>de política, para o que seria preciso<br />
substituir a monarquia absolutista, que era um dos<br />
sustentáculos <strong>da</strong> nobreza feu<strong>da</strong>l, por um regime político<br />
constitucional ou parlamentar. Esse regime, por sua vez,<br />
seria o instrumento de adoção de políticas econômicas<br />
favoráveis à concorrência contra as práticas mercantilistas,<br />
nota<strong>da</strong>mente o monopólio, que era outro ponto de apoio do<br />
feu<strong>da</strong>lismo. Com a expansão dos negócios e visando a<br />
reforçá-la, os liberais defendiam a liber<strong>da</strong>de do trabalhador<br />
face aos laços <strong>da</strong> servidão, de modo que eles pudessem ser<br />
explorados sob a forma de assalariados.<br />
Ora, se a burguesia lutava por liber<strong>da</strong>de política<br />
(constitucionalismo), econômica (concorrência) e de trabalho<br />
(assalariamento), porque isso atendia aos seus interesses,<br />
enquanto classe, era porque seu oposto (absolutismo,<br />
mercantilismo e servidão) atendia aos interesses de outra<br />
classe, que era a nobreza feu<strong>da</strong>l, a aristocracia.<br />
Aula 9<br />
NOVAES, C. E.; RODRIGUES, V. Capitalismo para<br />
principiantes. 22ª. ed. São Paulo, 1995, p. 207-208.<br />
Feu<strong>da</strong>lismo e trabalho servil,<br />
mercantilismo, absolutismo são<br />
assuntos que você deve dominar<br />
porque fazem parte,<br />
obrigatoriamente, <strong>da</strong> formação<br />
do aluno <strong>da</strong> escola de ensino<br />
básico. Se sua escola não<br />
abordou esses temas<br />
devi<strong>da</strong>mente, o jeito é recorrer a<br />
livros didáticos de <strong>História</strong> Geral<br />
de nível médio. Uma boa sugestão<br />
é o livro <strong>História</strong> <strong>da</strong>s socie<strong>da</strong>des,<br />
de Rubim S. L. de Aquino, <strong>da</strong><br />
Editora ao Livro Técnico. Livro em<br />
2 volumes.<br />
197