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História da Educação Brasileira II - UFPB Virtual

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UNIDADE I UNIDADE <strong>II</strong><br />

UNIDADE <strong>II</strong>I<br />

Aula 8<br />

Com relação à pe<strong>da</strong>gogia dialética, diremos que<br />

ela se volta para os interesses do trabalho, a outra face<br />

<strong>da</strong> moe<strong>da</strong> capitalista. Ela também é denomina<strong>da</strong> crítica,<br />

questionadora, revolucionária, transformadora. Não que<br />

seja capaz de transformar, de revolucionar a socie<strong>da</strong>de<br />

capitalista, mas aponta para essa possibili<strong>da</strong>de,<br />

instigando os homens oprimidos, organizados em classes,<br />

a fazê-lo. Essa pe<strong>da</strong>gogia nos tem sido apresenta<strong>da</strong> sob<br />

duas vertentes ou tendências: a pe<strong>da</strong>gogia libertadora<br />

e a pe<strong>da</strong>gogia histórico-crítica.<br />

Dessas pe<strong>da</strong>gogias, a que predomina, tanto em<br />

nossas escolas quanto no conjunto <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de, é a<br />

pe<strong>da</strong>gogia liberal, em qualquer <strong>da</strong>s suas vertentes.<br />

Aliás, nas três vertentes, pois, embora sem muita consciência disso, carregamos, em nossa<br />

prática pe<strong>da</strong>gógica, um pouco de ca<strong>da</strong> uma delas. Talvez até muito, se compararmos com o que<br />

há de pe<strong>da</strong>gogia dialética em nosso trabalho escolar.<br />

Uma coisa me preocupa nisso tudo: é que a palavra liberal é divulga<strong>da</strong> como sinônimo de<br />

avançado, progressista, de tal modo que, se eu lhe perguntasse se você se considera um<br />

professor liberal, tenho quase certeza de que você responderia que sim. Digo isso porque,<br />

recentemente, fiz essa pergunta a um grupo de professores de educação básica, a quem eu<br />

animava num encontro de capacitação, e a resposta foi, invariavelmente, a mesma: -”sim”. A<br />

seguir, perguntei-lhes o que entendiam por ser um professor liberal, e eles responderam que seria<br />

um professor moderno, avançado, não tradicional.<br />

Até o ponto em que aqueles professores identificaram o liberal com o moderno, concordei<br />

com eles. De fato, o pensamento liberal é um pensamento moderno, nascido em meio à luta <strong>da</strong><br />

burguesia européia ascendente contra o pensamento medieval. Por isso, a pe<strong>da</strong>gogia liberal é<br />

uma pe<strong>da</strong>gogia moderna, fruto <strong>da</strong> Moderni<strong>da</strong>de, esse tempo que nossos livros didáticos de <strong>História</strong><br />

denominam I<strong>da</strong>des Moderna e Contemporânea. É o tempo <strong>da</strong> ascensão e consoli<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de<br />

capitalista. Como a ideologia que explica justificando esse modelo de socie<strong>da</strong>de é a ideologia<br />

liberal, a pe<strong>da</strong>gogia liberal é aquela que se volta para a formação do homem de modo a orientar<br />

suas ações, no sentido de reproduzir a socie<strong>da</strong>de burguesa, capitalista, liberal. Em outras palavras,<br />

moderna.<br />

Até aqui, tudo bem. Mas, quando aqueles mesmos professores relacionaram liberal a avançado<br />

e separaram o moderno e o liberal do tradicional, fiquei preocupado e resolvi intervir. Explico<br />

minhas razões.<br />

Em primeiro lugar, porque aqueles professores entendiam liberal como defensor <strong>da</strong><br />

liber<strong>da</strong>de, aberto, e até democrático. Eles teriam razão? Vejamos.<br />

O pensamento liberal, como modernamente o entendemos, é uma construção <strong>da</strong><br />

burguesia, classe social que começou a se projetar no Século XV<strong>II</strong> europeu, desenvolveu-se no<br />

XV<strong>II</strong>I e consolidou-se a partir <strong>da</strong> Revolução Industrial.<br />

Trilhas do Aprendente, Vol. 2 - <strong>História</strong> <strong>da</strong> <strong>Educação</strong> <strong>Brasileira</strong> <strong>II</strong><br />

196<br />

Aula 9<br />

Extrapolando os limites <strong>da</strong> didática e<br />

buscando os fun<strong>da</strong>mentos <strong>da</strong>s<br />

pe<strong>da</strong>gogias dialéticas ou<br />

progressistas, recomen<strong>da</strong>ria os livros<br />

de Moacir Gadotti, Concepção<br />

dialética <strong>da</strong> educação – um estudo<br />

introdutório. 5ª. ed. São Paulo:<br />

Cortez: Autores Associados, 1987, e<br />

Dermeval Saviani, Pe<strong>da</strong>gogia<br />

histórico crítica. 8ª. ed. Campinas,<br />

SP: Autores Associados, 2003.

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