História da Educação Brasileira II - UFPB Virtual
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UNIDADE I UNIDADE <strong>II</strong><br />
UNIDADE <strong>II</strong>I<br />
Aula 8<br />
UNIDADE <strong>II</strong>I<br />
Aula 9<br />
AULA 8: USOS E ABUSOS DO “NOVO” NA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA<br />
Prezado(a) aprendente,<br />
Parece que estamos demorando muito a entrar na história <strong>da</strong> educação infantil relativa às<br />
crianças pequenas, essas que a Lei situou entre 0 e 5 anos de i<strong>da</strong>de. Mas, temos uma explicação<br />
para isso. O fato é que, até o final do período que estamos estu<strong>da</strong>ndo, não havia, no Brasil, uma<br />
política de educação defini<strong>da</strong> para essas crianças. Aliás, esta só estaria visível a partir <strong>da</strong> Lei<br />
9.394/1996. E, se não havia uma política de educação para tal faixa etária, como pensar a<br />
explicitação de uma pe<strong>da</strong>gogia? Pe<strong>da</strong>gogia havia, mas a que estava clara para nós era a que se<br />
voltava para as crianças a partir <strong>da</strong> escola primária, o que corresponderia, nos dias de hoje, ao<br />
ensino <strong>da</strong>s séries iniciais, estendendo-se até o término do que denominamos educação básica.<br />
Talvez fosse melhor falarmos em pe<strong>da</strong>gogias, porque, numa socie<strong>da</strong>de dividi<strong>da</strong>, dificilmente<br />
encontraríamos uma única pe<strong>da</strong>gogia, mas, pelo menos duas, correspondendo ca<strong>da</strong> uma ao<br />
projeto de socie<strong>da</strong>de de ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s classes sociais fun<strong>da</strong>mentais. Ca<strong>da</strong> uma delas, que<br />
poderíamos identificar como matrizes pe<strong>da</strong>gógicas, comportaria ramificações que poderíamos<br />
chamar tendências pe<strong>da</strong>gógicas.<br />
Quanto às matrizes, estas seriam,<br />
fun<strong>da</strong>mentalmente, duas, cujas denominações já estão<br />
consagra<strong>da</strong>s pela vasta literatura pe<strong>da</strong>gógica: a liberal e<br />
a dialética, ambas modernas porque fruto <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de<br />
moderna. O que as distingue é que ca<strong>da</strong> uma representa<br />
os interesses de uma <strong>da</strong>s classes sociais fun<strong>da</strong>mentais<br />
<strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de moderna, ou capitalista. A primeira,<br />
associa<strong>da</strong> aos interesses do capital, visa à reprodução, à<br />
conservação <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de capitalista. Daí dizermos que<br />
se trata de uma pe<strong>da</strong>gogia conservadora. Ela nos tem<br />
sido apresenta<strong>da</strong> sob três formas, ou tendências<br />
pe<strong>da</strong>gógicas, que correspondem a necessi<strong>da</strong>des de ca<strong>da</strong><br />
momento <strong>da</strong> dinâmica capitalista: Tradicional, ou<br />
concepção humanista tradicional <strong>da</strong> educação; Escola<br />
Nova, ou tendência humanista moderna <strong>da</strong> educação; <strong>da</strong><br />
produtivi<strong>da</strong>de, ou tendência tecnicista <strong>da</strong> educação.<br />
Tenha cui<strong>da</strong>do com as palavras: a tendência<br />
humanista tradicional é tão moderna e liberal quanto a<br />
tendência humanista moderna.<br />
Detalhes sobre ca<strong>da</strong> uma dessas<br />
pe<strong>da</strong>gogias e suas vertentes podem<br />
ser encontrados no livro de José<br />
Carlos Libâneo, Democratização <strong>da</strong><br />
escola pública: a pe<strong>da</strong>gogia críticosocial<br />
dos conteúdos. 8ª. ed. São<br />
Paulo: Loyola, 1989. O capítulo 1<br />
deste livro, intitulado “Tendências<br />
pe<strong>da</strong>gógicas na prática escolar”, foi<br />
publicado anteriormente na Revista <strong>da</strong><br />
ANDE, nº. 6, 1982, assim como foi<br />
reproduzido por Cipriano Luckesi no<br />
livro Filosofia <strong>da</strong> educação (São<br />
Paulo: Cortez, 1994). Esse tema<br />
também aparece no livro de Maria <strong>da</strong><br />
Graça N. Mizukami, Ensino: as<br />
abor<strong>da</strong>gens do processo. São Paulo:<br />
EPU, 1986.<br />
É bom que você se adiante nessas<br />
leituras, preparando-se para uma<br />
futura discussão pormenoriza<strong>da</strong> no<br />
futuro componente curricular<br />
“Didática”.<br />
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