20.04.2013 Views

História da Educação Brasileira II - UFPB Virtual

História da Educação Brasileira II - UFPB Virtual

História da Educação Brasileira II - UFPB Virtual

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

UNIDADE I UNIDADE <strong>II</strong><br />

UNIDADE <strong>II</strong>I<br />

Aula 4 Aula 5<br />

Aula 6 Aula 7<br />

No período histórico de que estamos tratando, o projeto era o <strong>da</strong> modernização do Brasil,<br />

identifica<strong>da</strong> com o crescimento econômico nos moldes capitalistas, o que significaria a adequação<br />

do País ao modelo de desenvolvimento definido pelas nações considera<strong>da</strong>s desenvolvi<strong>da</strong>s. O<br />

modelo a ser seguido pelo Brasil estaria nos Estados Unidos <strong>da</strong> América, país com o qual o Brasil<br />

aumentava a ca<strong>da</strong> dia suas relações comerciais e culturais, sobretudo a partir <strong>da</strong> Segun<strong>da</strong><br />

Guerra, e a classe social que perseguia esse projeto era uma fração <strong>da</strong> classe burguesa, a<br />

chama<strong>da</strong> burguesia urbano-industrial.<br />

Para a realização desse projeto, era preciso que as pessoas <strong>da</strong> outra classe, os trabalhadores,<br />

produzissem, gerassem riqueza, pensando que estariam fazendo o Brasil crescer e, com o Brasil,<br />

eles também, porque “todos juntos vamos, pra frente Brasil,[...] naquela corrente pra frente,<br />

[...] tudo é um só coração.”<br />

Paralelamente ao nacionalismo e a ele associa<strong>da</strong> surgiu outra ideologia: o desenvolvimentismo.<br />

Por que desenvolvimentismo?<br />

O que a parcela <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de que se valia <strong>da</strong> retórica do nacionalismo pretendia para o<br />

Brasil não era mais do que crescimento econômico, acumulação de capital. No entanto, a palavra<br />

que aparecia em sua fala era desenvolvimento. Ora, entre crescimento econômico e<br />

desenvolvimento, vai uma grande diferença. Crescimento econômico só tem a ver com<br />

desenvolvimento se for associado à repartição <strong>da</strong> riqueza produzi<strong>da</strong> entre todos os que participam<br />

do processo de crescimento. Nesse sentido, convenhamos, o Brasil cresceu, mas não desenvolveu.<br />

A prova é de que, ain<strong>da</strong> hoje, se fala em políticas de inclusão social, de combate à pobreza... No<br />

combate à pobreza, o Estado, em vez de garantir trabalho, conseqüentemente, dinheiro, distribui<br />

bolsas: bolsa família, bolsa escola, bolsa gás...<br />

Até agora, estamos de posse do conhecimento de duas ideologias que predominaram no<br />

Brasil durante o período histórico que estamos estu<strong>da</strong>ndo: o nacionalismo e o desenvolvimentismo.<br />

Vejamos, agora, uma terceira, que tinha como base as duas primeiras: o populismo. Tentemos<br />

entendê-lo.<br />

O Brasil, como de resto a América Latina, detinha uma tradição de exportador de produtos<br />

primários para os países ricos. Era coisa que vinha desde os tempos coloniais, quando a região<br />

começou a ser explora<strong>da</strong> pelos europeus. Durante o Século XIX, vieram os movimentos de<br />

independência e, nesse contexto, o Brasil , em 1822, separou-se de Portugal, constituindo-se<br />

como Estado independente. Sua economia, no entanto, permaneceu, grosso modo, como nos<br />

tempos coloniais: agrário-exportadora. O que não impedia que experimentássemos, vez ou outra,<br />

surtos industriais, como aconteceu em decorrência <strong>da</strong><br />

Queima de café no período Vargas<br />

lei pela abolição do tráfico negreiro, em 1850.<br />

Veio a República em 1889. Mudou o regime<br />

político, mas a reali<strong>da</strong>de econômica brasileira<br />

permaneceu a mesma: exportação de produtos primários<br />

com breves surtos de industrialização, como se deu<br />

por conta <strong>da</strong> Primeira Guerra (1914-1918). Entretanto,<br />

com a crise do capitalismo internacional de 1929, que<br />

trouxe sérios transtornos para a economia nacional,<br />

empresários brasileiros decidiram que o País deveria VICENTINO, C.; DORIGO, G. <strong>História</strong> do<br />

Brasil. São Paulo: Scipione, 1997, p. 351.<br />

Trilhas do Aprendente, Vol. 2 - <strong>História</strong> <strong>da</strong> <strong>Educação</strong> <strong>Brasileira</strong> <strong>II</strong><br />

190

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!