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História da Educação Brasileira II - UFPB Virtual

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UNIDADE I UNIDADE <strong>II</strong><br />

UNIDADE <strong>II</strong>I<br />

Aula 4 Aula 5<br />

Aula 6 Aula 7<br />

9ª série e ensino médio). Suas matrículas atingiram 490% de aumento, entre 1933 e 1954. Você<br />

sabe por quê? É ver<strong>da</strong>de que as cama<strong>da</strong>s subalternas <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de pressionavam o Estado, por<br />

meio de políticos profissionais, por oportuni<strong>da</strong>des educacionais para seus filhos, educação escolar<br />

que era, até então, privilégio. Mas não se ilu<strong>da</strong>: esses mesmos políticos eram pressionados por<br />

empresários que tinham os olhos em cima do ensino secundário. Explico.<br />

Um caso típico aconteceu no, então, Estado <strong>da</strong> Guanabara, sob o governo de Carlos<br />

Lacer<strong>da</strong>, entre 1960 e 1965. Ain<strong>da</strong> segundo Nunes (2000), esse governador promoveu a expansão<br />

escolar primária, estabelecendo a obrigatorie<strong>da</strong>de de ensino. Sem condições (?) de atender a<br />

esse público, quando atingisse a escola secundária, deixou um vazio a ser preenchido. Por quem?<br />

Claro, pelo setor privado, amparado e financiado pelo poder público. Como? Repassando verbas<br />

públicas para o setor privado via bolsas de estudo. E a festa, em favor de Lacer<strong>da</strong>, fez-se em<br />

nome do “incentivo à democratização <strong>da</strong> educação para parcelas maiores <strong>da</strong> população e em<br />

níveis escolares mais altos” (NUNES, 2000, p. 47).<br />

Foto de Carlos Lacer<strong>da</strong><br />

E Nunes (2000) continua:<br />

Ao longo do período histórico que estamos estu<strong>da</strong>ndo, três<br />

partidos se destacavam no cenário político brasileiro: PSD<br />

(Partido Social-Democrata), UDN (União Democrática Nacional)<br />

e PTB (Partido Trabalhista Brasileiro). Na UDN, destacava-se<br />

Carlos Lacer<strong>da</strong>, jornalista e empresário (dono do jornal Tribuna<br />

<strong>da</strong> Imprensa). Segundo Schmidt, Lacer<strong>da</strong> era um orador<br />

brilhante, inteligência agu<strong>da</strong>, mas reacionário, oportunista e<br />

sem escrúpulos políticos. Através do seu jornal, atacava todo<br />

mundo, fazia denúncias escabrosas sem mostrar provas,<br />

insuflava a classe média contra os trabalhistas e os<br />

comunistas [do PCB, Partido comunista do Brasil]. Lacer<strong>da</strong><br />

devastava os inimigos com sua metralhadora cuspindo nuvens<br />

de palavras. Outras figuras importantes <strong>da</strong> UDN eram os<br />

banqueiros, políticos e magnatas <strong>da</strong> grande imprensa, como<br />

Assis Chateaubriand, dono dos Diários Associados, Júlio<br />

Mesquita (O Estado de São Paulo) e a família Marinho (O Globo).<br />

“O maranhense José Sarney e o baiano Antônio Carlos<br />

Magalhães começaram suas carreiras políticas na velha UDN.<br />

E para você não ter mais dúvi<strong>da</strong>s, quem pediu e apoiou o<br />

golpe militar de 1964 foi a UDN” (SCHMIDT, Mário Furley. Nova<br />

história crítica do Brasil: 500 anos de história malconta<strong>da</strong>.<br />

São Paulo: Nova Geração, 1997, p. 290.).<br />

A UDN também tem história na Paraíba. Observe quantas<br />

lideranças políticas paraibanas pertenceram a essa sigla:<br />

Osvaldo Trigueiro, José Américo, Ribeiro Coutinho, Pedro<br />

Gondim, João Agripino, Ernani Sátiro.<br />

O investimento do Banco do Estado <strong>da</strong> Guanabara financiando bolsas de estudo<br />

para as escolas priva<strong>da</strong>s do ensino médio foi significativo durante o governo<br />

Lacer<strong>da</strong>. O total de bolsas financia<strong>da</strong>s se eleva de 7.761, em 1962, para 45.900<br />

bolsas em 1965. Nesse mesmo período as matrículas <strong>da</strong> rede pública de ensino<br />

médio pouco mais que duplicaram, enquanto as matrículas <strong>da</strong> rede priva<strong>da</strong><br />

sustenta<strong>da</strong>s por bolsas de estudo multiplicaram-se por quase seis vezes<br />

(NUNES, 2000, p. 47).<br />

Trilhas do Aprendente, Vol. 2 - <strong>História</strong> <strong>da</strong> <strong>Educação</strong> <strong>Brasileira</strong> <strong>II</strong><br />

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