História da Educação Brasileira II - UFPB Virtual
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UNIDADE I UNIDADE <strong>II</strong><br />
UNIDADE <strong>II</strong>I<br />
Aula 4 Aula 5<br />
Aula 6 Aula 7<br />
Kramer (1982) afirma que “A educação pré-escolar começou a ser reconheci<strong>da</strong><br />
como necessária tanto na Europa quanto nos estados Unidos durante a<br />
depressão de 30. Seu principal objetivo era o de garantir emprego a professores,<br />
enfermeiros e outros profissionais e, simultaneamente, fornecer nutrição,<br />
proteção e um ambiente saudável e emocionalmente estável para crianças<br />
carentes de dois a cinco anos de i<strong>da</strong>de” (KRAMER, 1982, p. 26).<br />
Foi também em meio à depressão de 30 que o presidente norte-americano do partido<br />
democrata, Franklin Delano Roosevelt (1933-1945), por meio de programas de reformas<br />
conhecidos como New Deal (Novo Tratamento), estabeleceu um vasto programa de obras<br />
públicas, absorvendo a mão-de-obra ociosa, diminuiu a jorna<strong>da</strong> de trabalho, tornou os<br />
sindicatos legais, dinamizou a previdência social, criou o seguro desemprego... Era a política<br />
do Welfare State (Estado de Bem-estar, ou Estado Providência). E, prevendo a guerra (2ª<br />
Guerra Mundial) que se aproximava, investiu na indústria bélica. Estado do Bem-estar?<br />
O combate ao desemprego, promovido por Roosevelt, não era um ato de boa vontade, mas<br />
fruto de uma política econômica encabeça<strong>da</strong> por John Keynes, visando à superação <strong>da</strong> crise<br />
pela qual passava o sistema capitalista. Vários países do mundo seguiram, ao seu modo, a<br />
receita keynesiana. Você a encontraria nos países nazi-fascistas e nos ditos socialistas,<br />
como a ex-União Soviética. O Brasil de Getúlio Vargas faria o mesmo. Veja a legislação<br />
trabalhista de Vargas: uma cópia <strong>da</strong> Carta del Lavoro, <strong>da</strong> Itália de Benito Mussolini.<br />
Roosevelt ain<strong>da</strong> assumiu o controle <strong>da</strong> produção agrícola e industrial para evitar a<br />
superprodução, inclusive queimando grande quanti<strong>da</strong>de de trigo. A Argentina destruía uvas,<br />
e o Brasil, café. Visando a salvar os cafeicultores, Vargas comprou e destruiu, entre 1931 e<br />
1944, 78 milhões de sacas de café. Sabe como? Jogando ao mar ou usando como combustível<br />
para locomotivas.<br />
Atribuir a responsabili<strong>da</strong>de sobre a educação <strong>da</strong> criança pequena ao espaço extra-familiar,<br />
naqueles tempos, tanto era uma prática <strong>da</strong>s famílias mais pobres, que boa parte <strong>da</strong>s mães que<br />
procuravam as creches eram emprega<strong>da</strong>s domésticas. Ao mesmo tempo, esse espaço, a creche,<br />
guar<strong>da</strong>va caráter assistencial, cui<strong>da</strong>ndo, basicamente, <strong>da</strong> saúde, <strong>da</strong> alimentação, do combate à<br />
mortali<strong>da</strong>de infantil.<br />
Quanto à educação pré-escolar, trata-se de uma reali<strong>da</strong>de pós-1970, quando se observava<br />
uma crescente evasão escolar e repetência <strong>da</strong>s crianças sócio-economicamente pobres no então<br />
ensino de primeiro grau. Daí seu caráter compensatório, visando a suprir as carências culturais<br />
existentes entre as famílias dessas crianças. É claro que, se a existência <strong>da</strong> pré-escola só se<br />
justificasse por essas razões, dificilmente o setor privado se interessaria por ela, porque volta<strong>da</strong><br />
para um público de baixa ren<strong>da</strong>, mas, a partir dos discursos de pe<strong>da</strong>gogos que alardeavam as<br />
vantagens <strong>da</strong> educação pré-escolar sobre a exerci<strong>da</strong> pela família, no processo de socialização e<br />
de aquisição, pelas crianças, dos instrumentos que lhes proporcionassem melhor aproveitamento<br />
na futura vi<strong>da</strong> escolar. Empresários, ávidos por novos mercados, perceberam a possibili<strong>da</strong>de de<br />
explorar a educação pré-escolar, agora que havia um mercado em potencial.<br />
Essa é a pré-escola <strong>da</strong> classe média e dos remediados, que atende a uma clientela<br />
numericamente pouco inferior àquela que procura o setor estatal. Pudera, pois até os professores<br />
<strong>da</strong> pré-escola estatal, apesar dos baixos salários, <strong>da</strong>s frágeis condições materiais, procuram a<br />
empresa priva<strong>da</strong> para seus filhos! Você já refletiu sobre por que isso acontece?<br />
Voltando à tabela, nas linhas referentes aos ensinos fun<strong>da</strong>mental e médio, a distância<br />
numérica entre as escolas pública e priva<strong>da</strong>, quanto às matrículas, em favor <strong>da</strong>s públicas, pode<br />
fazer-nos pensar que essa fatia do mercado não interessa ou nunca interessou ao setor privado.<br />
Ledo engano. Segundo Clarice Nunes (2000), ao longo do período histórico situado entre os anos<br />
1930 e 1960, registrou-se grande expansão do ensino secundário (nossos atuais ensinos de 5ª a<br />
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