História da Educação Brasileira II - UFPB Virtual
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UNIDADE I UNIDADE <strong>II</strong><br />
UNIDADE <strong>II</strong>I<br />
Aula 4 Aula 5<br />
Aula 6 Aula 7<br />
Outro ponto: a expansão <strong>da</strong> educação brasileira não se deu apenas pelo aumento do<br />
número de matrículas, mas também pelo aumento <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong>des escolares, sobretudo sob a<br />
iniciativa priva<strong>da</strong>. Você tem dúvi<strong>da</strong>s? Foi priva<strong>da</strong>, mesmo! O problema é que, olhando ao redor,<br />
você tem uma impressão diferente. Afinal, na sua ci<strong>da</strong>de, você vê a maioria <strong>da</strong>s crianças e dos<br />
adolescentes freqüentando escolas públicas. Manuseando <strong>da</strong>dos estatísticos, você pode até<br />
partir para a briga, em defesa de suas impressões. O quadro abaixo parece lhe <strong>da</strong>r razão, ao<br />
menos quando se trata do ensino básico. Mas dê uma olha<strong>da</strong> mais cui<strong>da</strong>dosa na última linha do<br />
quadro e verá que, no ensino superior, há mais matrículas nas escolas priva<strong>da</strong>s do que nas<br />
públicas. Sabe por quê? Acompanhe meu raciocínio.<br />
Fonte: <strong>Educação</strong> . Acesso em: 08 dez. 2006.<br />
Já faz tempo que a educação escolar é um bom negócio para quem busca rendimento para<br />
o seu dinheiro. A princípio, não tanto para o ensino pré-escolar, porque, no processo de<br />
industrialização brasileira, os empregos eram majoritariamente masculinos e, por tradição, as<br />
mulheres permaneciam no lar. Não faz muito tempo, levantamentos de <strong>da</strong>dos sobre a estrutura<br />
familiar por ocupação registravam maior número de mulheres fora do mercado de trabalho, como<br />
“domésticas”, “do lar”, e suas ativi<strong>da</strong>des no lar incluíam o que seria absorvido, mais tarde, pela<br />
creche e pela pré-escola.<br />
Se havia uma ativi<strong>da</strong>de profissional que comportava muitas mulheres, essa era<br />
o magistério, principalmente <strong>da</strong> escola primária. Diga-se de passagem, exerci<strong>da</strong><br />
como um sacerdócio. Em 1935, elas já representavam 85% do professorado e,<br />
em 1958, 93%.<br />
E lá estava a “tia”, a “professorinha”, já homenagea<strong>da</strong> quando ain<strong>da</strong> na fase <strong>da</strong><br />
formação profissional. Como na música “Normalista”, composta por Benedito<br />
Lacer<strong>da</strong> e Davi Nasser, em 1949, interpreta<strong>da</strong> por Nelson Gonçalves:<br />
Vesti<strong>da</strong> de azul e branco/ Trazendo um sorriso franco/ No rostinho encantador/ Minha lin<strong>da</strong><br />
normalista/ Rapi<strong>da</strong>mente conquista/ Meu coração sem amor.<br />
“Eu te trazia fechado/ Dentro do peito guar<strong>da</strong>do/ Meu coração sofredor/ Estou bastante inclinado/<br />
A entregá-lo ao cui<strong>da</strong>do/ Daquele brotinho em flor.<br />
Mas a normalista lin<strong>da</strong>/ Não pode casar ain<strong>da</strong>/ Só depois de se formar/ Eu estou apaixonado/<br />
O pai <strong>da</strong> moça é zangado/ E o remédio é esperar.<br />
Foi somente com a maior inserção <strong>da</strong> mulher no mundo do trabalho, em ativi<strong>da</strong>des que<br />
contribuíssem para um melhor padrão de vi<strong>da</strong> familiar, que ela transferiu o cui<strong>da</strong>do <strong>da</strong>s suas<br />
crianças para a pré-escola. Nem tanto para a creche, coisa de pobre, ela achava, preferindo a<br />
babá. E quando não tem a babá, a criança é coloca<strong>da</strong> num “berçário” ou “maternalzinho”.<br />
Trilhas do Aprendente, Vol. 2 - <strong>História</strong> <strong>da</strong> <strong>Educação</strong> <strong>Brasileira</strong> <strong>II</strong><br />
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