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História da Educação Brasileira II - UFPB Virtual

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UNIDADE I UNIDADE <strong>II</strong><br />

UNIDADE <strong>II</strong>I<br />

Aula 4 Aula 5<br />

Aula 6 Aula 7<br />

À primeira vista, não deveria ser assim. Dados estatísticos revelam que a taxa de mortali<strong>da</strong>de<br />

infantil caiu muito entre nós, assim como aumentou a taxa de longevi<strong>da</strong>de, o que contribuiria para<br />

manter a demografia em alta. Ocorre que nossa taxa de fecundi<strong>da</strong>de vem caindo progressivamente,<br />

situando-se em 2,15 (número de filhos por casal), no ano 2005, puxando o crescimento demográfico<br />

para baixo. Quer dizer: já não se fazem mais meninos como antigamente! Para confirmar, você<br />

não precisa ir muito longe. Basta perguntar aos seus pais e aos pais <strong>da</strong> maioria dos seus vizinhos<br />

e conhecidos quantos filhos os pais deles tiveram. Filhos demais, não? Só não aceite que eles<br />

digam que foi por falta de televisão.<br />

Vive-se melhor porque se têm menos filhos ou têm-se menos filhos porque<br />

se vive melhor? A pobreza <strong>da</strong> maioria <strong>da</strong>s pessoas decorre do grande número de<br />

filhos dos pobres ou do alto nível de consumo dos ricos? Poderiam os pobres ser<br />

acusados do crescimento <strong>da</strong> pobreza no mundo quando países ricos atraem<br />

populações de países pobres para manter sua economia funcionando? A pobreza<br />

verifica<strong>da</strong> na maior parte do mundo decorre <strong>da</strong> escassez <strong>da</strong> produção ou <strong>da</strong> grande<br />

concentração <strong>da</strong> ren<strong>da</strong>?<br />

É interessante que você conheça o problema teoricamente. Por exemplo, em 1798, o<br />

pastor anglicano, Thomas Robert Malthus, em seu livro, Um ensaio sobre o Princípio <strong>da</strong><br />

População, profetizou, comparando o crescimento <strong>da</strong> taxa de crescimento demográfico (em<br />

progressão geométrica: 2, 4, 8, 16, 32) com a produção de alimentos (em progressão<br />

aritmética: 2, 4, 6, 8, 10), um futuro sombrio para seu país, a Inglaterra, e para a humani<strong>da</strong>de.<br />

O que não se verificou, pois a população inglesa, no Século XIX, pulou de 9 para 40 milhões<br />

de habitantes.<br />

Moralista, logo, contrário aos métodos contraceptivos, ele propôs o que mais de dois<br />

séculos depois proporia a batista norte-americana Hillary Clinton.<br />

A profecia de Malthus falhou, pois ele, simploriamente, não enxergou a possibili<strong>da</strong>de<br />

do avanço tecnológico aplicado à produção. Seus seguidores, os neomalthusianos, visando<br />

a fazer sobreviver a crença de que a fome, a pobreza e a miséria decorrem do crescimento<br />

populacional, deslocaram a explicação de sua causa do índice de fertili<strong>da</strong>de para a revolução<br />

médico-sanitária (vacinas, remédios, atendimento em postos de saúde). Da mesma maneira,<br />

deslocaram a solução para o problema: ao invés de esperarem que guerras, epidemias e<br />

catástrofes naturais fizessem subir as taxas de mortali<strong>da</strong>de, recorrem à distribuição de<br />

anticoncepcionais e esterilização em massa.<br />

To<strong>da</strong> essa preocupação dos ricos é com a situação dos pobres ou com o risco que isto<br />

pode representar para os próprios ricos? O que fazer se o crescimento populacional for<br />

contido, mas a fome, a pobreza e a miséria persistirem?<br />

É ver<strong>da</strong>de que a taxa de mortali<strong>da</strong>de infantil era muito alta naqueles tempos, mas os<br />

adultos insistiam em fazer crianças, e estas insistiam em viver. Melhor dizendo, em sobreviver. E<br />

tome gente!<br />

Acredito que, até agora, você está pensando que esta aula é de geografia, economia, ou<br />

outra coisa qualquer, menos de história <strong>da</strong> educação. Mas eu lhe digo que não, e provo. Veja<br />

bem: você tem ouvido, a três por quatro, que, quanto mais o povo é educado, mais controla a<br />

natali<strong>da</strong>de. Logo, a escola tem o papel, também, de contribuir para o controle de natali<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s<br />

socie<strong>da</strong>des. Mas, pelo que vemos, a escola brasileira, desde os anos 1930, foi expandi<strong>da</strong> ao<br />

mesmo tempo em que a população crescia. Se o crescimento <strong>da</strong> população, ultimamente, tem<br />

sido menor, seria por causa do aumento do nível de escolari<strong>da</strong>de dos nossos jovens? Lembre que<br />

o número de adolescentes que se tornam mães é ca<strong>da</strong> vez maior e que são adolescentes que<br />

freqüentam a escola. Tanto que o tema “gravidez precoce” é objeto de constantes debates nas<br />

nossas escolas, principalmente as públicas.<br />

Trilhas do Aprendente, Vol. 2 - <strong>História</strong> <strong>da</strong> <strong>Educação</strong> <strong>Brasileira</strong> <strong>II</strong><br />

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