20.04.2013 Views

História da Educação Brasileira II - UFPB Virtual

História da Educação Brasileira II - UFPB Virtual

História da Educação Brasileira II - UFPB Virtual

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

UNIDADE I UNIDADE <strong>II</strong><br />

UNIDADE <strong>II</strong>I<br />

Aula 4 Aula 5<br />

Aula 6 Aula 7<br />

AULA 6: A EXPANSÃO DA ESCOLA ENTRE AS DÉCADAS DE 1930 E 1960<br />

Entre os primeiros anos <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 1930 e os últimos <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 1960, verificou-se<br />

grande expansão <strong>da</strong> educação escolar brasileira. Aumentaram o número de matrículas e a quanti<strong>da</strong>de<br />

de escolas. Essa expansão do ensino não se constituía um fato natural, simples prolongamento<br />

do crescimento demográfico, mas respondia às exigências do processo de modernização<br />

(industrialização e urbanização) <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de.<br />

Como ensina Brandão (1982), “Ninguém escapa <strong>da</strong> educação. Em casa, na rua,<br />

na igreja ou na escola, de um modo ou de muitos, todos nós envolvemos pe<strong>da</strong>ços<br />

<strong>da</strong> vi<strong>da</strong> com ela: para aprender, para ensinar, para aprender-e-ensinar. Para<br />

saber, para fazer, para ser ou para conviver, todos os dias misturamos a vi<strong>da</strong><br />

com a educação”. Assim, a educação, para existir, prescinde de escola, pois, como<br />

diz Saviani (2003), “a educação é um fenômeno próprio dos seres humanos”.<br />

Segundo Brandão (1982), “quando o trabalho que produz os bens e quando o poder que<br />

reproduz a ordem são divididos e começam a gerar hierarquias sociais, também o saber comum<br />

<strong>da</strong> tribo se divide, começa a se distribuir desigualmente e pode passar a servir ao uso político<br />

de reforçar a diferença, no lugar de um saber anterior, que afirmava a comuni<strong>da</strong>de”.<br />

Brandão continua: “Então é o começo de quando a socie<strong>da</strong>de separa e aos poucos opõe: o<br />

que faz, o que se sabe com o que se faz e o que se faz com o que se sabe. Então é quando, entre<br />

outras categorias de especiali<strong>da</strong>des, aparecem as do saber e de ensinar a saber. Este é o<br />

começo do momento em que a educação vira o ensino, que inventa a pe<strong>da</strong>gogia, reduz a<br />

aldeia à escola e transforma ‘todos’ no educador” (BRANDÃO, 1982, pp. 7 e 27).<br />

No mundo <strong>da</strong>s classes sociais, assim como no mundo primitivo, embora em outro nível, a<br />

socie<strong>da</strong>de também é a grande agência educadora. Na moderni<strong>da</strong>de, por circunstâncias<br />

históricas, a escola foi alça<strong>da</strong> a tamanha responsabili<strong>da</strong>de educativa que hoje é impossível<br />

pensarmos em educação sem relacioná-la à escola.<br />

Mas não pense que é só a socie<strong>da</strong>de se modernizar, e a escola chegar. A não ser para<br />

poucos, os mais ricos. Então, os marginalizados reclamam escolas, principalmente, quando elas<br />

são apresenta<strong>da</strong>s como instrumento de ascensão social. De ascensão política, também, isto é,<br />

de ferramenta para o exercício <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia, compreendido como o direito ao voto. Isso, num<br />

país que, até 1988, negava-o aos analfabetos.<br />

Assim como hoje, pe<strong>da</strong>gogias, ou tendências pe<strong>da</strong>gógicas, circulavam e se confrontavam<br />

nessas escolas. Afinal, o Brasil estava se modernizando, ingressando no rol <strong>da</strong>s socie<strong>da</strong>des<br />

modernas, na era do “novo”. O ano 1930 não assinalou o começo <strong>da</strong> República Nova, em comparação<br />

com o período anterior, a República Velha? Impunha-se, então, formar o homem novo. Para tanto,<br />

as propostas vinham dos autodenominados educadores novos, <strong>da</strong> igreja católica, dos integralistas<br />

e dos militares, que viam a escola como a grande instituição moderna capaz de viabilizar essa<br />

formação. Se já havia escolas, restava expandi-las. É o que veremos nesta aula.<br />

A população brasileira atual (<strong>da</strong>dos de 2002) chegou a 174 milhões de habitantes. Prevê-se<br />

que, em 2050, chegará aos 247 milhões. Assim, em 50 anos, um crescimento demográfico de<br />

pouco mais de 40%. O que é muito, só comparável a países subdesenvolvidos (também chamados<br />

emergentes, periféricos em desenvolvimento, do terceiro mundo), como Índia, China, Paquistão,<br />

Nigéria, Bangladesh, Indonésia.<br />

Trilhas do Aprendente, Vol. 2 - <strong>História</strong> <strong>da</strong> <strong>Educação</strong> <strong>Brasileira</strong> <strong>II</strong><br />

176

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!