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História da Educação Brasileira II - UFPB Virtual

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UNIDADE I UNIDADE <strong>II</strong><br />

UNIDADE <strong>II</strong>I<br />

Aula 4 Aula 5<br />

Aula 6 Aula 7<br />

aparentemente ingênuas e descomprometi<strong>da</strong>s; por meio ain<strong>da</strong> <strong>da</strong> igreja, <strong>da</strong> família e, pasmem, <strong>da</strong><br />

escola, pelo menos, dependendo <strong>da</strong> forma como ela está sendo vivencia<strong>da</strong>.<br />

Assim, quando colhemos informações sobre a situação em que se encontram a criança, a<br />

escola e a educação escolar do Brasil de hoje e a do passado, a primeira impressão que temos é<br />

de que a história se repete. Aliás, basta olhar para o Estado <strong>da</strong> Paraíba, que é um retrato do<br />

Brasil. O Jornal “Correio <strong>da</strong> Paraíba” de Domingo, 30 de setembro de 2007, no Caderno “Ci<strong>da</strong>des”,<br />

exibiu o seguinte quadro, tendo como fontes PNAD/2006; INEP/MEC e Instituto Paulo Montenegro:<br />

767 mil é o número de analfabetos com mais de cinco anos de i<strong>da</strong>de, em todo o Estado. Eles<br />

representam 23,1% <strong>da</strong> população;<br />

21,7% dos analfabetos são crianças de cinco a 14 anos; 10,7% são jovens entre 15 e 29<br />

anos e 67,6%, adultos maiores de 30 anos;<br />

56,7% dos analfabetos (435 mil) são homens;<br />

43,3% (332 mil) são mulheres;<br />

64,1% vivem na zona urbana;<br />

35,9% são <strong>da</strong> zona rural;<br />

112 mil crianças freqüentavam a 1ª série do Ensino Fun<strong>da</strong>mental, sendo que 84 mil eram <strong>da</strong><br />

ci<strong>da</strong>de e 28 mil, do campo;<br />

23,3% dos alunos <strong>da</strong> primeira série são reprovados e 13,4% abandonam a escola;<br />

97,1% <strong>da</strong>s crianças de 7 a 14 anos freqüentam a escola, mas 68,2% dos estu<strong>da</strong>ntes que<br />

chegam à 4ª série não desenvolvem as habili<strong>da</strong>des básicas de leitura e 67% apresentam<br />

graves deficiências em Matemática;<br />

Apenas 14% dos jovens e adultos com i<strong>da</strong>des entre 15 e 64 anos atingem um grau de pleno<br />

letramento, desenvolvendo as habili<strong>da</strong>des de leitura/escrita e raciocínio matemático<br />

necessárias para terem um bom desenvolvimento pessoal e profissional.<br />

Três domingos antes, no dia 9 de setembro, o mesmo “Correio <strong>da</strong> Paraíba” abor<strong>da</strong>va a<br />

questão do ensino a partir dos professores. As manchetes eram bem eluci<strong>da</strong>tivas: 28 mil<br />

professores na PB são tapa-buraco: Docentes sem licenciatura acabam comprometendo a<br />

formação de alunos, principalmente do ensino médio; Carreira no magistério não atrai jovens:<br />

Estudo atribui desinteresse aos baixos salários, falta de condições de trabalho e à violência na<br />

escola; 50% dos docentes sem licenciatura: APLP diz que rede estadual tem formados, mas<br />

muitos atuam em áreas para as quais não foram qualificados; Alunos fracos são reflexo do<br />

ensino ruim: 68% dos estu<strong>da</strong>ntes chegam à 4ª série sem saber ler e 67% sem desenvolver<br />

habili<strong>da</strong>des matemáticas.<br />

No passado, as coisas não eram muito diferentes. Nicolaci-<strong>da</strong>-Costa, em artigo publicado<br />

na Revista Ciência Hoje, conta que<br />

Em 1933, foi nomeado diretor <strong>da</strong> Instrução Pública de<br />

Alagoas. Embora qualificasse a medi<strong>da</strong> de “disparate administrativo”, pôs mãos<br />

à obra. Após um balanço <strong>da</strong> situação <strong>da</strong>s escolas primárias, tomou decisões<br />

que, muitas delas, causaram escân<strong>da</strong>lo: não construir nenhuma escola nova,<br />

num estado carente delas; em vez disso, fazer cozinhas nas que já existiam<br />

e, como constatara, estavam às moscas (a meren<strong>da</strong> escolar nunca fora<br />

cogita<strong>da</strong> no país); encomen<strong>da</strong>r fardos de sarja azul e morim branco e sapatos<br />

para vestir e calçar a menina<strong>da</strong>; efetivar as mestras de roça, sem diploma,<br />

mediante concurso.<br />

[...] Passados 55 anos, boa parte <strong>da</strong> literatura produzi<strong>da</strong> no campo <strong>da</strong> educação<br />

e as estatísticas divulga<strong>da</strong>s pelos órgãos oficiais dão conta de que os problemas<br />

básicos <strong>da</strong> escola pública de primeiro grau no Brasil são aqueles mesmos<br />

percebidos por Graciliano em Alagoas... (NICOLACI-DA-COSTA, 1988, p. 40).<br />

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