20.04.2013 Views

História da Educação Brasileira II - UFPB Virtual

História da Educação Brasileira II - UFPB Virtual

História da Educação Brasileira II - UFPB Virtual

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

UNIDADE I UNIDADE <strong>II</strong><br />

UNIDADE <strong>II</strong>I<br />

Aula 1 Aula 2 Aula 3<br />

Eles traçam um segmento de reta, estabelecem um ponto qualquer como referência, atribuem-lhe<br />

o valor zero e, <strong>da</strong>í, chegam aos valores positivos e negativos.<br />

Em nosso caso, <strong>da</strong>remos àquele segmento de reta o nome de linha do tempo. Tomaremos<br />

um ponto qualquer como referência, o zero do matemático, a partir do qual situaremos o que<br />

aconteceu antes e depois <strong>da</strong>quele ponto. Que nome <strong>da</strong>r a esse ponto?<br />

Ora, o calendário que utilizamos foi elaborado por homens <strong>da</strong> igreja cristã, num tempo em<br />

que esta imperava sobre a socie<strong>da</strong>de européia ocidental. Eles convencionaram que aquele ponto<br />

representaria o momento do nascimento de Jesus Cristo, e os fatos históricos seriam <strong>da</strong>tados<br />

tomando como referência esse nascimento. Por isso, falamos em fatos que ocorreram antes de<br />

Cristo (a.C.) e depois de Cristo (d.C.). Nasceu, assim, o calendário cristão, sobre o qual são<br />

elabora<strong>da</strong>s periodizações <strong>da</strong> história, as quais também são convenções.<br />

Essas periodizações <strong>da</strong> história são úteis porque aju<strong>da</strong>m a nos situar no tempo, oferecem<br />

referências e têm uma grande importância didática. No entanto, não são construções ingênuas,<br />

como a que acabamos de ver. Há interesses envolvidos. Pense comigo: Por que tomar o nascimento<br />

do Cristo para o estabelecimento de um calendário? Por que a escrita foi toma<strong>da</strong> como indicativo<br />

do começo <strong>da</strong> história? Não havia história antes <strong>da</strong> invenção <strong>da</strong> escrita? Por que, na separação<br />

<strong>da</strong>s i<strong>da</strong>des históricas, foram escolhi<strong>da</strong>s aquelas <strong>da</strong>tas e não outras, aqueles fatos e não outros?<br />

Por que os nomes Antiga, Medieval, Moderna e Contemporânea? Por<br />

que I<strong>da</strong>de Moderna se ela não era tão moderna assim? Por que a<br />

I<strong>da</strong>de Contemporânea começa com a Revolução Francesa ou a<br />

? Por que contemporânea, se nós<br />

a vivemos há mais de duzentos anos do seu início?<br />

Quanto à importância <strong>da</strong> revolução industrial inglesa<br />

para a história <strong>da</strong> educação, vejamos o que diz Mário<br />

Manacor<strong>da</strong> (1989, p. 271-272), em seu livro, <strong>História</strong><br />

<strong>da</strong> educação: <strong>da</strong> Antigüi<strong>da</strong>de aos nossos dias. Depois<br />

de discorrer sobre os efeitos sociais <strong>da</strong>quela revolução,<br />

ele pergunta o que estará no lugar <strong>da</strong>quele<br />

aprendizado, forma típica de instrução <strong>da</strong>s massas<br />

produtivas artesanais até então, e ele mesmo responde:<br />

Revolução Industrial<br />

“Inicialmente na<strong>da</strong>. Os trabalhadores perdem a sua antiga instrução e na fábrica só adquirem<br />

ignorância. Em segui<strong>da</strong>, a evolução <strong>da</strong> ‘moderníssima ciência <strong>da</strong> tecnologia’ leva a uma substituição<br />

ca<strong>da</strong> vez mais rápi<strong>da</strong> dos instrumentos e dos processos produtivos e, portanto, impõe-se o problema<br />

de que as massas operárias não se fossilizem nas operações repetitivas <strong>da</strong>s máquinas obsoletas,<br />

mas que estejam disponíveis às mu<strong>da</strong>nças tecnológicas, de modo que não se deva sempre recorrer<br />

a novos exércitos de trabalhadores mantidos de reserva: isso seria um grande desperdício de<br />

forças produtivas. Em vista disso, filantropos, utopistas e até os próprios industriais são obrigados<br />

pela reali<strong>da</strong>de a colocarem o problema <strong>da</strong> instrução <strong>da</strong>s massas operárias para atender às novas<br />

necessi<strong>da</strong>des <strong>da</strong> moderna produção de fábrica: em outros termos, o problema <strong>da</strong>s relações instruçãotrabalho<br />

ou <strong>da</strong> instrução técnico-profissional, que será o tema dominante <strong>da</strong> pe<strong>da</strong>gogia moderna.<br />

Tentam-se, então, duas vias diferentes: ou reproduzir na fábrica os métodos ‘platônicos’ <strong>da</strong><br />

aprendizagem artesanal, a observação e a imitação, ou derramar, no velho odre <strong>da</strong> escola<br />

desinteressa<strong>da</strong>, o vinho novo dos conhecimentos profissionais, criando várias escolas não só<br />

sermocinales, mas reales, isto é, de coisas, de ciências naturais: em suma, escolas científicas, técnicas<br />

e profissionais.”<br />

151

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!