20.04.2013 Views

História da Educação Brasileira II - UFPB Virtual

História da Educação Brasileira II - UFPB Virtual

História da Educação Brasileira II - UFPB Virtual

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

UNIDADE I UNIDADE <strong>II</strong><br />

UNIDADE <strong>II</strong>I<br />

Aula 1 Aula 2 Aula 3<br />

Acho que você não tem mais dúvi<strong>da</strong>s: vivemos um mesmo tempo cronológico, mas tempos<br />

históricos diferentes. Então, por que levantamos esse problema? Porque, para trabalhar com a<br />

história, com a ação dos homens no tempo e o estudo sobre essas ações, precisamos de referências<br />

temporais palpáveis. Para isso, recorremos a uma invenção nossa, o tempo cronológico, expresso<br />

na forma de um calendário, mesmo que isso traga problemas. Dou um exemplo. Quando, no ano<br />

1500, os portugueses acharam esta parte do mundo a que deram o nome de Brasil, viviam um<br />

tempo histórico a que denominamos tempo de transição entre o e o capitalismo.<br />

Denominamos feu<strong>da</strong>lismo ao modo de produção que caracterizou a socie<strong>da</strong>de européia ocidental<br />

entre os Séculos V e XV<strong>II</strong>I. Embora não no mesmo nível em que se verifica no capitalismo, o<br />

feu<strong>da</strong>lismo conheceu ci<strong>da</strong>des, circulação de mercadorias a longa distância, trocas monetárias.<br />

Enquanto no feu<strong>da</strong>lismo a relação dominante de trabalho é a servidão, no capitalismo, é o<br />

assalariamento. Nascendo <strong>da</strong> crise do antigo mundo escravista, sofreu golpe de morte com a<br />

Revolução Industrial. Durante as déca<strong>da</strong>s de 1950 e 1960, muitos intelectuais brasileiros,<br />

militantes de partidos políticos de esquer<strong>da</strong> e defensores de uma revolução socialista no Brasil,<br />

alegavam que esta só poderia vingar numa socie<strong>da</strong>de que já fosse capitalista – o que não era<br />

o caso, para eles, do Brasil. Esses intelectuais viam o Brasil de então como uma socie<strong>da</strong>de<br />

ain<strong>da</strong> feu<strong>da</strong>l.<br />

Naquele mesmo ano, os primitivos habitantes desta terra ain<strong>da</strong> viviam sob a i<strong>da</strong>de <strong>da</strong> pedra.<br />

Portanto, o mesmo tempo cronológico, porém tempos históricos distintos. Acredito que a dificul<strong>da</strong>de<br />

que você sente em perceber essa diferença entre o tempo histórico e o cronológico é porque a<br />

história que lhe foi ensina<strong>da</strong> na escola básica consistia na memorização de fatos isolados que se<br />

sucediam numa linha do tempo, como na figura abaixo.<br />

Agora, leia a figura comigo.<br />

Dentre outras razões, para registrar suas ações no tempo, os homens estabeleceram um<br />

calendário. Para a cultura ocidental, cuja tradição ju<strong>da</strong>ico-cristã apresenta a história de forma<br />

linear, é fácil representá-lo. O princípio é simples: toma-se um segmento de reta. Não uma reta,<br />

porque esta não tem começo nem fim - tendendo de menos infinito para mais infinito. A lógica é<br />

a mesma utiliza<strong>da</strong> pelos ensinantes de matemática quando trabalham com os números relativos.<br />

Trilhas do Aprendente, Vol. 2 - <strong>História</strong> <strong>da</strong> <strong>Educação</strong> <strong>Brasileira</strong> <strong>II</strong><br />

150

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!