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História da Educação Brasileira II - UFPB Virtual

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UNIDADE I UNIDADE <strong>II</strong><br />

UNIDADE <strong>II</strong>I<br />

Aula 1 Aula 2 Aula 3<br />

Ora, trabalhando, produzindo as coisas no tempo, nós, os<br />

homens também nos produzimos. Foi assim como entendeu o pensador<br />

e militante político italiano , ao afirmar que “A<br />

história é a disciplina que se refere aos homens, a tantos homens<br />

quanto possível, a todos os homens do mundo enquanto se unem<br />

entre si em socie<strong>da</strong>de, e trabalham, lutam e se aperfeiçoam a si<br />

mesmos”.<br />

Pelo que estamos vendo, há muita coisa pareci<strong>da</strong> entre educação Antonio Gramsci,<br />

e história. Não sei se isso está mexendo com sua cuca, mas veja<br />

bem: se fazendo a história, construindo-a, os homens também se<br />

nascido em Ales (22/01/<br />

1891) foi político, filósofo<br />

e cientista político,<br />

constroem, fazem-se mais homens e, se ensinando e aprendendo,<br />

fazendo educação, os homens também se constroem, veja quanta<br />

comunista e anti-fascista<br />

italiano. Preso pela polícia<br />

fascista (1926-1932),<br />

relação existe entre história e educação. Reflita a respeito.<br />

faleceu em Roma (27/04/<br />

1937).<br />

Reflita sobre isso também: se você se une em socie<strong>da</strong>de, trabalha, luta e se aperfeiçoa a si<br />

mesmo, quer dizer, participa dessa trilha de construção <strong>da</strong> história, você é um(a) historiador(a).<br />

Pode escrever isso: como aprendente nesse percurso ou como ensinante na sua escola, você<br />

também faz a história, você é um(a) historiador(a).<br />

Ocorre que a palavra historiador(a) ficou reserva<strong>da</strong> para indicar aquele(a) profissional que<br />

conhece o passado e fala sobre ele, que conta a história. Veja bem: se o(a) historiador(a) é<br />

quem conta história, ele(a) só pode contar o que sabe. Você concor<strong>da</strong>? Então, como ele(a) sabe,<br />

se aquilo de que ele(a) fala são coisas que, muitas vezes, pertencem a um passado distante, a<br />

um tempo em que ele(a) nem sonhava em nascer?<br />

Ora, ele(a) sabe porque estu<strong>da</strong>, pesquisa, recorre ao que chamamos fontes históricas, que<br />

são os vestígios do que os homens produziram no tempo. Veja o caso <strong>da</strong> educação escolar:<br />

edifícios e materiais escolares; registros de matrículas, freqüência, evasão e diplomados; leis e<br />

decretos de ensino, manuscritos de pe<strong>da</strong>gogos... E, por que não, suas experiências na prática<br />

docente, as representações de aprendentes e ensinantes sobre educação? Tudo isso e muito<br />

mais se constitui nas fontes para o conhecimento <strong>da</strong> história <strong>da</strong> educação.<br />

Uma vez conheci<strong>da</strong>, essa história é conta<strong>da</strong>. Na escola, sempre por meio <strong>da</strong> escrita. Seja<br />

na forma de livro, vídeo ou texto na internet. Digo mais: quem conta história se faz mais humano;<br />

quem escuta também. Foi o que eu aprendi quando li esse texto de Besselaar (1974, p. 04).<br />

O homem é um ‘animal histórico’ em mais de uma acepção <strong>da</strong> palavra. A tese<br />

é ilustra<strong>da</strong> pelo fato de ser apreciado, onde quer que haja seres humanos,<br />

um conto interessante, uma boa história. A criança escuta maravilha<strong>da</strong> um<br />

conto de fa<strong>da</strong>s, um homem primitivo ouve com espanto as canções de seus<br />

bardos, o adulto pertencente a uma fase mais adianta<strong>da</strong> de civilização lê<br />

absorto o seu romance. Na<strong>da</strong> mais humano que o desejo de ouvir uma ‘boa<br />

história’. Divertimento, fuga <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de ou mero passatempo? Às vezes, não<br />

passa disso (sobretudo numa cultura em que existe uma indústria de leitura).<br />

Muitas vezes, porém, o desejo revela um interesse mais profundo: o homem<br />

quer, pelo conto, entender um pouco melhor o mundo em que vive, tendo<br />

esperança de nele achar elementos aproveitáveis e significativos. O conto,<br />

além de aliviar a imaginação e de alimentar a vi<strong>da</strong> afetiva, desperta e nutre<br />

também a curiosi<strong>da</strong>de intelectual. Interessante, uma boa história” mas,<br />

Trilhas do Aprendente, Vol. 2 - <strong>História</strong> <strong>da</strong> <strong>Educação</strong> <strong>Brasileira</strong> <strong>II</strong><br />

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