20.04.2013 Views

Download - Veterinarian Docs

Download - Veterinarian Docs

Download - Veterinarian Docs

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

01-Plantas de Ação Hemolítica<br />

Plantas<br />

V e t e r i n a r i a n D o c s<br />

www.veterinariandocs.com.br<br />

Plantas Tóxicas e Toxicologia<br />

Brachiaria radicans (brachiaria do banhado);<br />

Allium cepa (cebola);<br />

01.1-Brachiaria radicans<br />

Características Gerais<br />

Invasora de solos encharcados;<br />

Ocorre muito em plantação de arroz;<br />

Quando muito viçosa produz hemólise;<br />

Se ingerir exclusivamente durante 3 dias leva a morte;<br />

Epidemiologia<br />

Muito palatável e usada para pastoreio. Se houver associação com outras<br />

gramíneas não ocorre intoxicação.<br />

As intoxicações ocorrem principalmente na primavera. Bovinos adquiridos de<br />

outras regiões após a viagem chegam com fome.<br />

Sinais Clínicos<br />

Verifica-se urina avermelhada e depois com cor de coca-cola (crítico), vulva<br />

avermelhada, quando a urina fica escura animal logo morre, diarreia, cansaço e mucosas<br />

com coloração vermelha-marrom.<br />

1<br />

www.veterinariandocs.com.br


*Primeiro sinal é a urina vermelha (hemoglobinúria) e com o agravamento fica escura<br />

levando a morte por anemia.<br />

Macroscopia<br />

Verifica-se rins escuros, urina escura, fígado escuro (amarelado) e embebição<br />

hemolítica.<br />

Microscopia<br />

(rim).<br />

Tratamento<br />

Verifica-se necrose hepática (isquemia por anemia) e necrose hemoglobínica<br />

O tratamento consiste em fluidoterapia, retirar os animais da pastagem<br />

imediatamente, em casos de anemia grave fazer transfusão sanguínea e não deve ser<br />

forçado a caminhar.<br />

*Se administrar antibiótico morre mais rápido (devido as lesões hepáticas)<br />

Profilaxia<br />

Consorciar outras gramíneas (20 a 30%) como Pensacola, Brachiaria umedicula,<br />

entre outras.<br />

Diferencial<br />

Tristeza parasitária (Babesia bigemina) a qual diferencia-se pela presença de<br />

febre e hemoglobinúria bacilar a qual ocorre em casos isolados e há presença de febre.<br />

01.2-Cebola<br />

Características Gerais<br />

Bovino come facilmente;<br />

Comum em regiões produtoras de cebola;<br />

Precisa ingerir grandes quantidades para causar anemia hemolítica;<br />

Quando a cebola apresenta baixo preço os produtores oferecem aos animais;<br />

Sinais Clínicos<br />

Macroscopia<br />

Idem ao anterior, cheiro do ar expirado é característico e pode produzir icterícia.<br />

Idem ao anterior e no rúmen encontra-se fragmentos de cebola.<br />

2<br />

www.veterinariandocs.com.br


Microscopia<br />

Tratamento<br />

Idem ao anterior<br />

Idem ao anterior.<br />

02-Plantas de Ação Miotóxica<br />

Plantas<br />

Senna Ocidentalis (fedegoso / café senna): tem a vagem voltada para cima;<br />

Senna Obtusifolia: tem a vagem voltada para baixo;<br />

*Obs. Existem outras espécies, porém de toxicidade baixa;<br />

Características Gerais<br />

Presente em todo o sul do Brasil, em especial no oeste de Santa Catarina.<br />

Contamina as pastagens de campo nativo e principalmente as pastagens de milheto e<br />

sorgo.<br />

Importante para suinocultura (devido ao sorgo) e também para as aves (são mais<br />

sensíveis), mas não existem casos de intoxicação natural.<br />

Tanto a folha quanto a semente são tóxicas. As folhas são ingeridas em<br />

condições de restrição alimentar (fome).<br />

Epidemiologia<br />

Aves: difícil de chegar ao diagnóstico, na macroscopia não faz diagnóstico (não<br />

se visualiza áreas de necrose, pois o músculo é branco).<br />

Aves que ingerem pequenas quantidades tem menor ganho de peso.<br />

Sinais Clínicos<br />

Verifica-se lesões sobre a musculatura esquelética, animal entra em decúbito e<br />

não levanta, as lesões são principalmente na região da escápula, coxa, masseter.<br />

Animais se alimentam normalmente após entrarem em decúbito, podem ter<br />

diarreia e urina escura (mioglobinúria - dependendo da dose ingerida).<br />

Pode haver morte em 2 dias;<br />

3<br />

www.veterinariandocs.com.br


Macroscopia<br />

Palidez da musculatura esquelética (pequenas áreas brancas - necrose muscular),<br />

a necrose pode não ser completa (áreas menores – analisar bem), ressecamento do<br />

conteúdo do omaso (não ingere água) e fígado geralmente com coloração amarela,.<br />

*Músculo esquelético – eleição para diagnóstico.<br />

Diagnóstico Diferencial<br />

Ionóforos (monensina; narazina, salinomicina) diferencia pela necrose na<br />

musculatura cardíaca, que ocorre na intoxicação por ionóforos.<br />

03-Plantas de Ação Nefrotóxicas<br />

Plantas<br />

Amaranthus spp. (caruru) – região sul;<br />

Dimorphandra mollis (faveira);<br />

Thiloa guaucocarpa (sipaúba, vaqueta);<br />

Anagallis arvensis;<br />

03.1-Amaranthus spinosus (caruru)<br />

Características Gerais<br />

Plantas que contaminam lavouras de soja, milho e pastagens;<br />

Relativamente palatável;<br />

Epidemiologia<br />

Muito palatável para bovinos;<br />

Em lavouras no Rio Grande do Sul no verão;<br />

Quando solta os bovinos para aproveitar o milho nas lavouras há a intoxicação;<br />

No Rio Grande do Sul é mais comum na região de fronteira (Bajé) e atualmente<br />

restringe-se ao estado.<br />

03.2-Dimorphandra mollis (faveira)<br />

4<br />

www.veterinariandocs.com.br


Características Gerais<br />

Final de junho a agosto;<br />

Animais comem os favos que caem no chão;<br />

Restrito aos estado de Minas Gerais e Goiás.<br />

Sinais Clínicos (ambas as plantas)<br />

Quadro clínico geral de doença renal aguda com perda de apetite, parada da<br />

ruminação, animal fica mais em pé, urina em gotas ou urina ausente, fezes escuras,<br />

edemas subcutâneos (Ex.: em anus, vulva), formação de uma bolsa de líquido sobre o<br />

tendão comum do calcâneo (sinal patognomônico), secreção nasal sanguinolenta (forma<br />

crostas).<br />

A enfermidade tem duração de 10 a 14 dias e animal morre (100% de<br />

letalidade).<br />

Macroscopia<br />

Verifica-se ulcerações na mucosa do esôfago (bovinos), líquidos em cavidades,<br />

edema subcutâneo, edema perineal (nem sempre ocorre - clássico de IRA), pequenas<br />

hemorragias renais e rim com lesão caracterizada por estriações brancas (necrose<br />

massiva).<br />

Microscopia<br />

Necrose massiva no rim.<br />

*Obs. Amaranthus (caruru) é menos grave;<br />

04-Plantas de Ação Semelhante à Vitamina D/Calcinogênicas<br />

Plantas<br />

Solanum malacoxylom (espichadeira) apresentando principio ativo igual a<br />

vitamina D pronta.<br />

Nierembergia veitchii<br />

Obs. Não são comuns nos estados do Paraná, Santa Catarina e São Paulo.<br />

04.1-Solanum malacoxylom<br />

Características Gerais<br />

Mais importante para o Pantanal;<br />

5<br />

www.veterinariandocs.com.br


Bovino não come voluntariamente;<br />

0,3g/kg já são suficientes para intoxicar;<br />

Doença: bovino magro que não caminha;<br />

04.2-Nierembergia veitchii<br />

Características Gerais<br />

Só ocorre no Uruguai e no Rio Grande do Sul.<br />

Ovelhas: janeiro e fevereiro;<br />

Macroscopia (ambas plantas)<br />

Produzem calcificação da parede das veias, artérias, tendões e endocárdio<br />

esquerdo (locais onde tem fibras colágenas), nos rins verifica-se pontos brancos<br />

(calcificação de capilares) levando a insuficiência e pulmão calcificação (calcificação<br />

metastática).<br />

05-Plantas de Ação sobre o Sistema Nervoso Central<br />

Plantas<br />

Claviceps paspalli – fungos parasitas de sementes de:<br />

Paspalum dilatatum (capim melador);<br />

Palspalum notatum (capim forquilha);<br />

Phalaris angusta (aveia louca, aveia de sangue);<br />

Solanum fastigiatum (jurubeba);<br />

Sida carpinifolia (guanxuma);<br />

Erythroxylum deciduum (cocão):<br />

Canium maculatum (cicuta);<br />

05.1-Phalaris angusta (aveia louca / aveia de sangue)<br />

Características Gerais<br />

Ocorre no oeste de Santa Catarina (não tem citação no Rio Grande do Sul e no<br />

Paraná).<br />

6<br />

www.veterinariandocs.com.br


Anual de inverno, aparece nas pastagens de aveia e azevém ou após colher o<br />

milho;<br />

Difícil diferenciar da aveia, quando corta fica vermelho (por isso aveia de<br />

sangue);<br />

A doença ocorre de outubro a novembro (primavera) e os casos não são<br />

frequentes;<br />

Ocorre quando ingere até 25% da dieta;<br />

Sinais Clínicos (muito fortes)<br />

Animal corre como canguru, andar em marcha, orelhas em pé, animais se jogam<br />

no chão, se atiram contra a parede, cercas, não conseguem passar por valetas e morte<br />

ocorre acidentalmente.<br />

*Exceção: edema traumático no peito (de se jogar contra objetos) – confunde com ICC;<br />

Macroscopia<br />

Não há lesão e há alteração de coloração no tronco encefálico (fica cinza azulado<br />

- lesão patognomônica).<br />

Microscopia<br />

Tratamento<br />

Neurônios com pigmento (difícil ocorrer).<br />

Não há tratamento. Se tirar imediatamente da pastagem consegue recuperar<br />

lentamente e sequelas podem persistir.<br />

Profilaxia<br />

Não deixar sementear e acabar com a planta.<br />

05.2-Claviceps paspalli (fungo) – Palspalum notatum (grama forquilha)<br />

Características Gerais<br />

Fungo que parasita as sementes do capim forquilha (campo nativo);<br />

Ocorre em fevereiro e março, quando produz secreção melosa que é tóxica;<br />

Doença ocorre no sul do Brasil;<br />

7<br />

www.veterinariandocs.com.br


Sinais Clínicos<br />

Verifica-se tremores de cabeça, animal marcha, quando assusta o animal cai no<br />

chão, geralmente o animal cai sentado, animal fica assustado, touro frequentemente tem<br />

exposição do pênis e morte acidental (raro).<br />

*Sinais aparecem a partir do primeiro/segundo dia de ingestão e aumenta conforme a<br />

quantidade de toxina.<br />

Macroscopia<br />

Microscopia<br />

Não há lesão.<br />

Não há lesão.<br />

O diagnóstico é clínico e epidemiológico (observar fungo na pastagem).<br />

Tratamento<br />

Profilaxia<br />

Não há tratamento.<br />

Retirar os animais da pastagem e animais se recuperam sem apresentar sequelas.<br />

05.3-Solanum fastigiatum (jurubeba)<br />

Características Gerais<br />

Ocorre no Rio Grande do Sul oeste de Santa Catarina. Tem no Brasil inteiro,<br />

mas os problemas ocorrem no sul.<br />

Animal ingere quando está com fome.<br />

Sinais Clínicos<br />

Verifica-se tremores de cabeça, olhar atento, quando se assusta ou levanta a<br />

cabeça cai no chão e lesões nervosas levam a morte (se tirar no inicio recupera).<br />

*Teste Head Rise: erguer a cabeça do animal para trás e para cima. Quando solta o<br />

animal cai imediatamente devido a lesão cerebelar pré estabelecida.<br />

Macroscopia<br />

Microscopia<br />

Não há lesão.<br />

8<br />

www.veterinariandocs.com.br


Necrose dos neurônios de purkinge (envolve cerebelo).<br />

*Sempre coletar sistema nervoso central.<br />

Tratamento<br />

Combater a planta e tirar imediatamente o animal e após tirar ficam sequelas.<br />

05.4-Sida carpinifolia (guanxuma)<br />

Características Gerais<br />

Ocorre na pastagem (principalmente pastagem sombreada);<br />

Ocorre em grande parte do estado de Santa Catarina;<br />

Importante para ovelhas, cabras, bovinos e equinos;<br />

Bovino come de fome (quando não tem o que comer) e pode adquirir o vício;<br />

Sinais Clínicos<br />

Verifica-se tremores de cabeça, dismetria, pode haver leve diarreia, postura<br />

atípica, quedas frequentes (quando há agitação), dificuldade de apreender e deglutir<br />

alimentos, problemas de dentição e em esqueleto e inchaço de cabeça. A enfermidade é<br />

letal e a morte é comum em meses a anos.<br />

Macroscopia<br />

Microscopia<br />

Não há lesão, apenas dentária.<br />

Vacúolos e necrose nos neurônios;<br />

*Deve-se coletar sistema nervoso central.<br />

Tratamento<br />

Se retirar os animais no começo da doença pode recuperar (mas geralmente<br />

ficam sequelas).<br />

Profilaxia<br />

Correta alimentação dos animais (não deixar com fome);<br />

9<br />

www.veterinariandocs.com.br


05.5-Erythroxylum deciduum (cocão)<br />

Características Gerais<br />

Ocorre no vale do Itajaí, oeste de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná.<br />

Importante para ovelhas;<br />

Intoxicação ocorre por ingestão da planta ou fruto (doença igual);<br />

Ocorre em dezembro, janeiro e fevereiro. No inverno a toxicidade da folha<br />

diminui. Fruto ocorre no verão e quando cai no chão o animal ingere;<br />

Se cortar a planta cuidar com a brotação, animal come o broto e se intoxica;<br />

Sinais clínicos<br />

Verifica-se salivação, animal fica rígido e não caminha muito, morte ocorre<br />

rapidamente (poucos minutos).<br />

Macroscopia<br />

Microscopia<br />

Não há lesão.<br />

Não há lesão.<br />

*O diagnóstico é dado pelos sinais clínicos e pelo histórico;<br />

05.6-Canium maculatum (cicuta)<br />

Características Gerais<br />

Muito antigo;<br />

Ocorre na região oeste de Santa Catarina (Concórdia);<br />

Não existe diagnóstico em bovinos;<br />

Em suínos teve um surto (suíno come facilmente);<br />

Sinais Clínicos<br />

Macroscopia<br />

Verifica-se salivação, protrusão da terceira pálpebra e morte rápida.<br />

10<br />

www.veterinariandocs.com.br


Não há lesões. Planta possui cheiro forte e quando abre o rúmen ou o estômago<br />

(suíno) pode-se sentir o cheiro.<br />

06-Intoxicação por Cobre<br />

Patogenia<br />

Entre as espécies de animais domésticos, os ovinos são, inquestionavelmente, os<br />

mais sujeitos a apresentarem intoxicação por cobre (Cu), estando a etiopatogenia da<br />

doença associada à menor capacidade de excreção de cobre dos ovinos. Isto se deve aos<br />

baixos teores de metalotioneína, diminuindo a excreção do cobre do organismo, o qual<br />

se acumula no fígado principalmente em raças ovinas mais susceptíveis, tais como<br />

Sulffolk e Texel.<br />

A ceruloplasmina faz o transporte de cobre (Cu) no sangue.<br />

Características Gerais<br />

Frequente em ovinos que são muito sensíveis ao cobre. Os ovinos,<br />

diferentemente de outras espécies, não toleram regimes alimentares que contenham<br />

mais de 10 mg/kg de cobre.<br />

Texel é a raça mais sensível;<br />

*Quando ingere em quantidades maiores o cobre vai se acumulando no fígado e com<br />

situações de estresse há liberação na corrente sanguínea causando hemólise (crise<br />

hemolítica – crônica).<br />

Formas de Intoxicação<br />

06.1-Aguda: ocorre por ingestão de grandes quantidades de cobre rapidamente.<br />

Verifica-se distúrbios gastrintestinais (raro).<br />

06.2--Crônica (crise hemolítica): ocorre por ingestão de baixas quantidades<br />

constantemente (efeito acumulativo).<br />

Primária: ocorre por ingestão direta de cobre. Alimentos com grande<br />

quantidade de cobre (grãos de cereais) e ingestão de sal de bovinos (teor três<br />

vezes maior de cobre que as necessidades).<br />

Secundária:<br />

Fitógena: pela baixa concentração de molibdênio nas pastagens.<br />

Molibdênio é antagônico ao cobre (molibdênio diminui a absorção do<br />

cobre) e leguminosas (principal é o trevo vermelho) tem baixo teor<br />

molibdênio.<br />

*Molibdênio inferior ou igual a 0,36 ppm e cobre igual 15 a 20 ppm;<br />

11<br />

www.veterinariandocs.com.br


Sinais Clínicos<br />

Hepatógena: por lesão hepática crônica (intoxicação por senecio).<br />

Verifica-se anorexia, poliúria, corrimento ocular e avermelhamento, depressão,<br />

hemoglobinúria (urina escura), fezes pastosas e fétidas. Podem morrer em 24h, em geral<br />

4 dias.<br />

Macroscopia<br />

Icterícia generalizada, líquido seroso nas cavidades, embebição hemolítica nas<br />

serosas, fígado friável de cor amarelada ou alaranjada, rins de coloração marrom-escura,<br />

edemaciados e de consistência amolecida.<br />

Microscopia<br />

Urina de cor vermelho escura.<br />

Coletar fígado e rim e verifica-se tumefação e necrose de hepatócitos, acúmulo<br />

de bile nos canalículos e hiperplasia biliar e nefrose hemoglobínica.<br />

Diagnóstico<br />

Diagnóstico baseado em epidemiologia associada aos sinais clínicos e de<br />

necropsia e determinação dos níveis de cobre no fígado e/ou rim (500 ppm para fígado /<br />

80 ppm para rim).<br />

Tratamento<br />

Molibidênio na concentração de 7,7 ppm: 50 a 100 mg de molibidato de amônia<br />

a 1g de sulfato de sódio por via oral/ animal/ dia por 10 dias. 50 a 500mg de molibidato<br />

de amônia na ração durante 3 semanas.<br />

*No solo 70g de molibdênio/ha;<br />

**Blocos para lamber: 76 kg de NaCl, 63kg de gesso moído e 0,45 kg de molibdênio;<br />

***O caprino é tão exigente em relação ao cobre quanto o bovino, se der sal mineral de<br />

ovino ocorra deficiência;<br />

07-Deficiência de Cobre<br />

Características Clínicas<br />

Molibidenose: excesso de molibdênio levando a deficiência secundária de cobre.<br />

12<br />

www.veterinariandocs.com.br


Ocorre em bovinos;<br />

Meses de novembro e dezembro em regiões íngremes e quando há excesso de<br />

chuvas;<br />

Vegetais dependem do cobre, ocorre lixiviação do cobre com a chuva e há<br />

excesso de molibdênio;<br />

Sinais Clínicos<br />

Verifica-se diarreia contínua e não responsiva a tratamento, morte ocorre por<br />

desidratação e halo em volta dos olhos (bovino com óculos).<br />

Macroscopia<br />

Tratamento<br />

Conteúdo líquido no intestino e caquexia.<br />

Sulfato de cobre 2,5g/ dia no mínimo por 30 dias (diluído em água ou na ração).<br />

08-Micotoxicoses<br />

Características Clínicas<br />

São menos importantes para ruminantes;<br />

Todos têm sinais clínicos bem caracterizados;<br />

Somente o fato de isolar a micotoxina, não quer dizer que é a causa morte, tem<br />

que ter a doença compatível;<br />

Plantas<br />

Claviceps purpúrea (micotoxinas: ergotina e ergovalina);<br />

Fusarium solani (micotoxina: solanina) – fungo de batata doce;<br />

Ramaria flavo-brunnescens (cogumelo de eucalipto);<br />

Aspergillus clavatus (micotoxina: patulina);<br />

Fusarium moniliforme (micotoxina: fumonisinas) – leucoencefalomalácia;<br />

08.1-Claviceps purpúrea (micotoxinas: ergotina e ergovalina)<br />

Características Gerais<br />

13<br />

www.veterinariandocs.com.br


Muito importante na agricultura;<br />

Fungo parasita sementes de diversas espécies de gramíneas (azevém, aveia,<br />

setaria, festuca, lanuda, phalaris entre outras);<br />

Pode ocorrer a campo (aveia, azevém) ou com a semente no cocho (aveia);<br />

Importante para bovinos, equinos e outras espécies;<br />

Sementes de aveia (importante para equinos) e suínos resíduos de trigo;<br />

Formas Clínicas<br />

Distérmica;<br />

Gangrenosa;<br />

Reprodutiva/abortiva (équas);<br />

Nervosa;<br />

Sinais Clínicos<br />

Forma gangrenosa: ocorre principalmente no inverno (vasoconstrição de<br />

extremidades). Verifica-se diminuição da produção leiteira, hipertermia, claudicação,<br />

edema, hiperemia de coroa do casco, necrose com rachadura de pele nas extremidades,<br />

ruptura de tendões e dos cascos, casco pode cair.<br />

Forma distérmica: enfermidade de diagnóstico raro. Verifica-se febre (40 a 42º<br />

C), respiração acelerada nas horas quentes do dia, animal respira com a boca aberta e<br />

com a língua exposta (patognomônico), salivação, fica na sombra ou na água, diminui a<br />

produção de leite, perda de peso e pelo comprido, lesões de casco e pode ter artrite<br />

devido a lesão de casco pode ter contaminação (poliartrite). Em suínos verifica-se<br />

necrose de cauda. Se tirar da causa pode recuperar.<br />

Forma abortiva: mais comum em éguas. Abortos ocorrem terço final da<br />

gestação e não há desenvolvimento de glândula mamária.<br />

Forma nervosa: verifica-se tremores musculares, convulsões, cegueira, paralisia<br />

de posterior e decúbito.<br />

Macroscopia<br />

Microscopia<br />

Somente a nível de pele e cascos;<br />

Não auxilia no diagnóstico.<br />

*Diagnóstico é baseado em sinais clínicos.<br />

14<br />

www.veterinariandocs.com.br


Tratamento<br />

Retirar a fonte, deixar os animais a sombra.<br />

*Forma gangrenosa é irreversível;<br />

08.2-Fusarium solani (micotoxina: solanina) – fungo de batata doce<br />

Características Gerais<br />

Presente em raiz de mandioca, batata doce, aipim;<br />

Toxina é muito potente e produz enfisema pulmonar;<br />

Sinais Clínicos<br />

Verifica-se desconforto (animal fica mudando de posição), animal não deita,<br />

observa-se enfisema subcutâneo (diferenciar de carbúnculo sintomático e gangrena<br />

gasosa). Morte por insuficiência respiratória e enfisema pulmonar.<br />

Macroscopia<br />

Microscopia<br />

Curso clínico: 2 a 3 dias;<br />

Enfisema subcutâneo (fáscias musculares subcutânea) e pulmão enfisematoso.<br />

Pneumonia atípica.<br />

*Deve-se coletar pulmões.<br />

Diagnóstico<br />

Diagnóstico baseado na macroscopia e sinais clínicos (quadro de enfisema<br />

subcutâneo com dificuldade respiratória) e histórico (perguntar se foi oferecido batata<br />

doce ao animal).<br />

Tratamento<br />

Não há tratamento.<br />

08.3-Ramaria flavo-brunnescens (cogumelo de eucalipto)<br />

Características Gerais<br />

15<br />

www.veterinariandocs.com.br


Toxina não é conhecida<br />

Ocorre somente em maio e junho;<br />

Parecido com couve flor, amarela e brota do chão onde tem folha de eucalipto;<br />

Muito palatável;<br />

Sinais Cínicos<br />

Animal não caminha, verifica-se salivação, lesões de casco e na boca (pode<br />

confundir com febre aftosa - parte córnea se solta por completo e língua fica lisa), solta<br />

a capa córnea do chifre, lesão de casco (na região da coroa de coloração vermelha no<br />

início e depois necrose) e nos casos crônicos perdem pelos da vassoura da cauda.<br />

Se não morre na forma aguda morre de fome. Morte pode ocorrer em 2 a 3dias<br />

ou se não morrer não serve mais para produção.<br />

Macroscopia<br />

Microscopia<br />

Diagnóstico<br />

Lesões em boca, língua, chifres, casco e cauda.<br />

Não há lesão.<br />

Diagnóstico baseado no histórico do animal com sinais clínicos (animal pode ter<br />

lesões e não existir mais o cogumelo na propriedade – curso crônico). Também é<br />

importante observar a época do ano (outono) e se há plantação de eucalipto.<br />

Tratamento<br />

Evitar contato com eucalipto no outono.<br />

08.4-Aspergillus clavatus (micotoxina: patulina)<br />

Características Gerais<br />

Fungo da cevada;<br />

Causa sinais nervosos;<br />

Fungo precisa pelo menos 15 dias com temperatura acima de 18º C (não ocorre<br />

na região da serra catarinense devido a baixa temperatura).<br />

16<br />

www.veterinariandocs.com.br


Sinais Clínicos<br />

Verifica-se perda da coordenação dos movimentos, decúbito esternal (tenta<br />

levantar e fica com os membros posteriores abertos - lembra botulismo) e balança a<br />

cabeça.<br />

Macroscopia<br />

Lesão na articulação coxofemoral (ocorre devido a posição com os membros<br />

abertos).<br />

Microscopia<br />

Diagnóstico<br />

Necrose neuronal.<br />

Baseado nos sinais clínicos (membros abertos e balança a cabeça) e histórico do<br />

animal (alimentação com cevada).<br />

08.5-Fusarium moniliforme (micotoxina: fumonisinas)<br />

leucoencefalomalácia<br />

Características Gerais<br />

Específico de equinos;<br />

Pode ocorrer com milho aparentemente normal;<br />

É diagnosticado erroneamente como encefalomielite;<br />

Ocorre de maio a setembro;<br />

Problema em climas frios e em épocas chuvosas;<br />

Milho colhido de agosto a setembro e milho que passa no secador não tem<br />

problema. Se usar quirera (sobra de secador) ocorre intoxicação;<br />

Sinais clínicos ocorrem 2 a 3 dias após a ingestão;<br />

Sinais Clínicos<br />

Verifica-se sonolência, incoordenação, pode morder (agressividade), fica em pé<br />

com mão aberta e cabeça baixa, cegueira, pressiona a cabeça contra objetos, escoriações<br />

na parte frontal e andar em círculos.<br />

Sinais clínicos ocorrem 2 a 3 dias após a ingestão e morte em até 3 dias (100%<br />

de letalidade).<br />

17<br />

www.veterinariandocs.com.br


Macroscopia<br />

Perda das circunvoluções (encéfalo – leucoencefalomalacia), hemisfério<br />

aumentado uni ou bilateralmente. Corte do cérebro: observa-se lesão de coloração<br />

amarela e forma cavidade cheia de líquido (necrose de liquefação).<br />

*Suínos podem ter edema pulmonar.<br />

Intoxicações<br />

Produto Sinais Clínicos Macroscopia<br />

Ionóforo Agudo: cansaço, diarreia, pulso jugular evidente,<br />

arrastar de pinças, incoordenação, andar rígido,<br />

mioglobinúria<br />

Chumbo (líquido de<br />

bateria e tintas)<br />

Organofosforado*<br />

(inseticidas e<br />

antiparasitários)<br />

Ex.: triclorfon<br />

Crônico: ICC e morte repentina.<br />

Agudo: morte em 12 a 24 horas.<br />

Subagudo: cegueira, diarreia, marcha, head pressing,<br />

andar em cículos, anorexia, salivação, agressividade,<br />

nistagmo, atonia ruminal, diarreia fétida e tremores<br />

musculares em face, pescoço e orelhas.<br />

18<br />

www.veterinariandocs.com.br<br />

Coração pálido (bovinos e equinos), ICC, palidez<br />

de musculatura esquelética (cães e suínos e bovinos<br />

menos frequentemente mas em músculo como<br />

diafragma e quadríceps). Bovinos podem apresentar<br />

fígado de noz moscada, edema pulmonar e ascite.<br />

Amolecimento de córtex cerebral com cavitação e<br />

coloração amarelada da substância cinzenta,<br />

abomasite, enterite e coloração marrom-acinzentada<br />

de lábios e mucosas de cavidade oral e estômagos.<br />

Muscarinicos: miose, salivação, protrusão de língua, timpanismo, diarreia, cianose e dispneia.<br />

Nicotínico: tremores, rigidez muscular e tetania.<br />

Crônica: paralisia flácida.<br />

Uréia Dor abdominal intensa, tremores musculares, incoordenação, fraqueza, dispneia, timpanismo e mugidos<br />

altos.<br />

Closantel<br />

(antiparasitário)<br />

Cegueira, dilatação de pupila e andar em círculos.<br />

Estricnina Tremores musculares, contrações vigorosas, salivação, taquipnéia, midríase e morte por parada respiratória.<br />

*Inibem a colinesterase e aumentam os níveis séricos de acetilcolina nos tecidos levando a sinais clínicos<br />

de receptores muscarínicos (resposta visceral) e nicotínicos (resposta neuromuscular).


Referências Bibliográficas<br />

Aulas de Plantas Tóxicas e Toxicologia – Prof. Dr. Aldo Gava – CAV/UDESC, 2012.<br />

BARBOSA J. D. OLIVEIRA C.M. DUARTE M.D. Intoxicações com Manifestações<br />

Neurológicas em Ruminantes. II Simpósio Mineiro de Buiatria, 2005. Acesso on-line:<br />

www.ivis.org<br />

NOGUEIRA V.A. FRANÇA T. N. PEIXOTO P. V. Intoxicação por Antibióticos<br />

Ionóforos em Animais. Pesq. Vet. Bras. vol.29 no.3 Rio de Janeiro Mar. 2009.<br />

LEMOS R. A. et al. Alterações Clínicas, Patológicas e Laboratoriais na Intoxicação<br />

Crônica por Cobre em Ovinos. Ciência Rural, Santa Maria. V.27, 1997.<br />

19<br />

www.veterinariandocs.com.br

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!