TESE Thais Picano 2007.pdf - Repositório Aberto da Universidade ...
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em decomposição é chamado de detrito orgânico e a cadeia alimentar que a suporta, é<br />
designa<strong>da</strong> de cadeia alimentar de detritos (Pomeroy, 1980). Este tipo de cadeia<br />
alimentar é considera<strong>da</strong> a mais importante dentro dos sistemas estuarinos (Kennish,<br />
1990).<br />
Estes detritos podem ter várias fontes: descarga fluvial que transporta para o<br />
estuário quanti<strong>da</strong>des de plantas e de animais em suspensão; transporte através <strong>da</strong>s marés<br />
e correntes de macroalgas que mais tarde, acabam por se depositar e, ain<strong>da</strong>, os detritos<br />
produzidos localmente, por exemplo, pelas zonas de sapal. É de referir que a<br />
importância dos detritos nos ecossistemas estuarinos poderá residir nas largas<br />
populações de bactérias que, por sua vez, suportam populações de organismos de<br />
maiores dimensões. Este detrito orgânico constitui o principal componente <strong>da</strong> dieta de<br />
várias espécies de macroinvertebrados e <strong>da</strong> meiofauna, a qual é responsável pelo<br />
importante papel que a comuni<strong>da</strong>de bentónica desempenha nos fluxos de energia em<br />
regiões estuarinas (Day et al., 1989).<br />
Populações de macroinvertebrados bentónicos, coexistindo e interagindo entre<br />
si e com o meio ambiente num determinado habitat, irão constituir associações de<br />
organismos. A estrutura destas associações inclui atributos ou descritores como<br />
composição específica, riqueza de espécie, densi<strong>da</strong>de, biomassa, diversi<strong>da</strong>de e as<br />
relações tróficas dos organismos que as integram (Levinton, 1995). Enquanto que a<br />
dinâmica, relaciona-se com a organização temporal dessas associações, em função de<br />
flutuações nos recrutamentos, na abundância dos organismos ou <strong>da</strong> eficiência na<br />
recolonização do substrato após perturbações naturais ou artificiais.<br />
Uma clara distinção entre o meio marinho de maior profundi<strong>da</strong>de e os ambientes<br />
estuarinos é a ocorrência, nestes últimos, de uma forte interacção entre o meio<br />
bentónico e a coluna d’água. A necessi<strong>da</strong>de de caracterizar a estrutura e a dinâmica <strong>da</strong>s<br />
associações de macroinvertebrados bentónicos de fundos moles e dos processos que as<br />
condicionam, mostra-se de grande relevância na medi<strong>da</strong> em que o meio bentónico<br />
apresenta um forte efeito estruturador, regulando ou modificando a maioria dos<br />
processos físicos, químicos e biológicos em sistemas estuarinos (Day et al., 1989).<br />
As associações de macroinvertebrados bentónicos são enti<strong>da</strong>des biológicas que<br />
têm sofrido a<strong>da</strong>ptações aos seus ambientes e apresentam uma estrutura dinâmica que é<br />
controla<strong>da</strong> por factores abióticos naturais (como as características do substrato,<br />
hidrodinâmica, salini<strong>da</strong>de, temperatura, entre outros), processos bióticos (como<br />
competição, pre<strong>da</strong>ção e interacções adultos-juvenis) e os efeitos introduzidos pelo<br />
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