20.04.2013 Views

Baixar - Brasiliana USP

Baixar - Brasiliana USP

Baixar - Brasiliana USP

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

— 21 —<br />

que se não verifique o religioso, sendo todavia indissolúvel<br />

pela parte catholica.<br />

Se não accede ou sobrevem o casamento religioso,<br />

existe ao menos um contracto, ha um estado legitimo,<br />

os esposos e os filhos conservão os seus direitos<br />

civis; ao menos esse estado de cousas é mais<br />

lisongeiro, mais conforme á moral, do que aquelle<br />

que hoje temos, e vos referi, isto é, casamentos verificados<br />

somente por uma parte, reduzidos a concubinatos,<br />

os esposos sem vinculo, podendo-se separar<br />

quando convier, os filhos sem direitos civis I!<br />

Outra providencia essencial, quanto aos evangélicos ,<br />

consiste em declarar competentes os nossos tribunaes<br />

para julgar as questões matrimoniaes, como a nullidade,<br />

a existência e a dissoluçãcglo casamento protesiante ,<br />

porque sem esta providencia ha denegação de justiça ,<br />

por não haver quem julgue esta matéria, como aconteceu<br />

a Catharina Scheid no caso exposto.<br />

Os protestantes consideravão primitivamente a jurisdicção<br />

em matéria de matrimônio como própria do poder<br />

ecclesiastico.<br />

Erão os pastores que exercião esta jurisdicção, e abusarão.<br />

Forão depois os consistorios.<br />

Finalmente em diversos paizes foi esta jurisdicção devolvida<br />

aos tribunaes ordinários, com especialidade na<br />

Prússia eSuécia.<br />

O que levo dito é attestado por "Walter.<br />

Se a matéria matrimonial mesmo entre os protestantes<br />

não é espiritual, e da competência dos consistorios,<br />

mas civil, e da competência dos tribunaes; quem<br />

entre nós a deve julgar ?<br />

Consentiremos que sejão as questões oceurrentes,<br />

affectando direitos civis no Brasil, decididas pelos tribunaes<br />

estrangeiros? A idéa é tão repugnante que para<br />

repellil-a não é preciso dizer mais.<br />

Aos nossos tribunaes deve ser conferida esta competência,<br />

que se funda no mesmo facto de não haver quem<br />

julgue, porquanto fora absurdo que na sociedade civil,<br />

'no°estado, não houvesse quem julgasse os casos oceurrentes<br />

• se ha direito, ha acção correspondente ; se ha<br />

acção deve haver jurisdicção que tome delia conhecimento.<br />

. ,<br />

Sobreleva que o casamento protestante nao e sacramento,<br />

e entre nós é só pela razão do sacramento que<br />

está fundada a competência ecclesiastica em matéria<br />

matrimonial.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!