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INVESTIGANDO A PRODUÇÃO DE CHUVA ÁCIDA - Rived

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1. Introdução<br />

Prática sobre Chuva Ácida<br />

<strong>INVESTIGANDO</strong> A <strong>PRODUÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>CHUVA</strong> <strong>ÁCIDA</strong><br />

Fonte: AllChemy Web<br />

Observando a natureza, percebe-se que os materiais estão em constante interação. Muitas<br />

vezes, essas interações causam transformações no ambiente.<br />

A chuva ácida, uma das manifestações da poluição atmosférica, é formada por causa da<br />

interação entre alguns materiais. Para compreender sua formação, vamos iniciar realizando um<br />

experimento que reproduz, em laboratório, algumas das interações que lhe dão origem.<br />

O objetivo nesse experimento é observar as interações que ocorrem na formação da chuva<br />

ácida e levantar o maior número de dados possível acerca de todas as interações que se apresentam nessa<br />

experiência.<br />

2. Material<br />

1 frasco de boca larga com tampa (tipo frasco de maionese)<br />

1 copo (café) plástico<br />

1 conta-gotas<br />

1 vidro de relógio<br />

1 espátula<br />

2 fios de cobre de 20 cm cada um (n 0 18)<br />

fósforo ou isqueiro (melhor)<br />

3. Reagentes<br />

1 flor vermelha (hibisco ou azaléa)<br />

enxofre em pó (S)<br />

água destilada<br />

tiras de papel de tornassol azul


4. Procedimento<br />

Prática sobre Chuva Ácida<br />

Reproduza a tabela de dados que se segue, com espaço suficiente para suas anotações.<br />

Tabela de Dados<br />

Interação Observação<br />

Enxofre e pétala<br />

Enxofre e papel de tornassol azul<br />

Água e papel de tornassol azul<br />

Enxofre e água<br />

Enxofre, água e papel de tornassol azul<br />

Queima (enxofre e oxigênio)<br />

Dióxido de enxofre e papel de tornassol<br />

azul<br />

Dióxido de enxofre e pétala<br />

Dióxido de enxofre e água<br />

Dióxido de enxofre, água e papel de<br />

tornassol azul<br />

Parte A - Estudando algumas características do enxofre<br />

a) Ação sobre o pigmento da flor<br />

- Destacar uma pétala da flor e polvilhá-la com um pouco de enxofre em pó. Observar.<br />

- Após dois minutos de contato, retirar o enxofre e observar novamente.<br />

b) Ação sobre o papel de tornassol azul<br />

- Polvilhar um pouco de enxofre em pó sobre uma tira de papel de tornassol azul e observar.<br />

- Após dois minutos de contato, retirar o enxofre do papel e observar.<br />

c) Ação sobre a água - teste com o papel de tornassol azul<br />

- Colocar um pouco de água num vidro de relógio. Umedecer uma parte do papel de tornassol azul e<br />

observar.<br />

- Adicionar à água um pouco de enxofre em pó.<br />

- Pegar outra tira de papel de tornassol azul e umedecer na água com enxofre. Observar.<br />

Parte B - Queima do enxofre<br />

- Destacar outra pétala da flor e prendê-la numa ponta de um dos fios de cobre. No mesmo fio, prender<br />

um pedacinho de papel de tornassol azul.<br />

- Com o outro pedaço de fio de cobre, construir um cone com cerca de 1 cm de altura, usando como<br />

molde a ponta de uma caneta esferográfica, dando voltas bem apertadas, conforme a figura 1.


Prática sobre Chuva Ácida<br />

- Prender os dois fios na borda do frasco, de modo que o cone fique abaixo da flor, conforme a figura 2.<br />

- Remover o cone e enchê-lo com enxofre em pó.<br />

- Acender o isqueiro embaixo do cone, iniciando a queima do enxofre.<br />

- Rapidamente, colocar o cone dentro do frasco e tampar. Observar o que ocorre.<br />

- Aguardar cerca de 10 minutos e observar as interações ocorridas.<br />

Parte C - Interações após a queima do enxofre<br />

- Retirar a flor e o cone de dentro do frasco.<br />

- Adicionar, imediatamente, um copo de água ( cerca de 300 mL ) ao frasco e tampá-lo rapidamente.<br />

- Agitar bem o frasco.<br />

- Retirar uma amostra do líquido, com o conta-gotas, e pingar 2 gotas sobre uma tira de papel de tornassol<br />

azul. Observar.<br />

BIBLIOGRAFIA:<br />

GRUPO <strong>DE</strong> PESQUISA EM EDUCAÇÃO QUÍMICA. Interações e Transformações - Química para o<br />

2 0 Grau - Livro do Aluno / GEPEQ. - IQUSP São Paulo, EDUSP,1993.<br />

Edição Agosto de 1998<br />

Índice


Prática sobre Chuva Ácida<br />

Em um trabalho interdisciplinar, alunos paulistas descobrem a chuva ácida, uma das causas<br />

da destruição da mata que cerca a escola<br />

Carlos Fioravanti<br />

Fonte: http://novaescola.abril.com.br/ed/114_ago98/html/educamb.htm<br />

Normalmente, as perguntas que iniciam os trabalhos em sala de aula partem dos alunos. Desta vez, elas partiram<br />

da própria professora. Regina Andrade Barros, que leciona Geografia no Colégio Mopyatã, em São Paulo, queria<br />

detalhar os mecanismos que fazem a mata que cerca a escola ter uma temperatura sempre 2 ou 3 graus Celsius<br />

abaixo da do ambiente externo. No ano passado, ela pôde não só compartilhar sua curiosidade com os alunos<br />

como também estudar as chances de sobrevivência daquele trecho de Mata Atlântica, que ocupa mais da metade<br />

do terreno de 96 mil m2 onde fica o colégio.<br />

A ocasião surgiu com um projeto interdisciplinar, desenvolvido no próprio bosque da escola, com os alunos da 1ª<br />

série do ensino médio, reunindo Geografia, Biologia e Química. Os professores pretendiam explicar como os<br />

fatores climáticos e ambientais influem sobre o solo, o relevo e a vegetação. Depois de estudarem os conceitos<br />

envolvidos e planejarem os fatores críticos a observar, foram à primeira atividade prática de medição, num<br />

inesquecível 19 de maio.<br />

Resultados: a acidez da chuva foi<br />

comprovada indiretamente por análises<br />

seguidas de pH do solo, que indicam<br />

uma acidez contínua, principalmente<br />

em regiões próximas à superfície<br />

Na véspera, havia chovido muito. Foi, portanto, em meio a muita lama que<br />

os expedicionários organizados em grupos embrenharam-se na mata,<br />

munidos de pranchetas, bússolas, termômetros, barômetros, higrômetros e<br />

máquinas fotográficas. A cada meia hora, das sete e meia da manhã às<br />

quatro da tarde, mediram a temperatura e umidade do ar e do solo, a<br />

intensidade e a direção dos ventos e a pressão atmosférica em sete<br />

pontos diferentes, que representavam áreas preservadas ou desmatadas.<br />

Para completar a sondagem, recolheram amostras do solo.<br />

Nos meses seguintes, as informações coletadas durante o trabalho de<br />

campo se transformaram em gráficos, relatórios e exposições.<br />

Esclareceram como interagem os elementos da mata e qual o papel da<br />

vegetação na manutenção da temperatura. Como ela reflete a luz e,<br />

portanto, faz sombra, diminui o volume de luz solar que chega ao solo e,<br />

conseqüentemente, o volume de calor absorvido pela terra e depois<br />

refletido para o ar.<br />

A maior surpresa veio com a análise química do solo. O resultado foi uma<br />

acentuada acidez, associada à chuva da véspera do dia das medições.<br />

Descobriu-se assim a chuva ácida, cujo impacto sobre o solo e a<br />

vegetação ajudava a explicar as transformações do bosque verificadas nos<br />

últimos anos. "Cada vez que entramos na mata, encontramos menos árvores", diz a aluna Vanessa Cardoso<br />

Antunes, 16 anos.<br />

Adolescentes mobilizados<br />

Recolher amostras de solo para análise tornou-se hábito. As coletas são feitas pelo menos uma vez por mês, de<br />

preferência após chuva forte. Os resultados, mesmo que possam ter influência da acidez natural do solo, são<br />

sempre os mesmos. "A acidez não abaixa", diz a professora. O pH (índice da acidez ou da alcalinidade das<br />

substâncias) da água fica quase sempre entre 5 e 6.<br />

Preocupados, os alunos formaram o Grupo de Educação Ambiental do Mopyatã (Geam), para pesquisar como<br />

recuperar a vitalidade da mata. O senso de preservação fermentou. "A Floresta Amazônica queimou em Roraima<br />

no início deste ano e nada pudemos fazer", recorda a professora. "Mas aqui estamos preocupados, buscando<br />

saídas."<br />

O problema tem solução<br />

Como preencher as clareiras deixadas pelas árvores que caem, dando lugar a uma vegetação rala, como a<br />

formada por imbaúbas? Uma medida de emergência, que vem ajudando a recuperar florestas alemãs destruídas<br />

pela chuva ácida é a calagem — o recobrimento da terra com cal. Extremamente alcalina, a cal reequilibra o pH


Prática sobre Chuva Ácida<br />

do solo, que volta a ficar adequado ao desenvolvimento de plantas. Pelo menos, por algum tempo. O problema só<br />

se resolve em definitivo adotando-se medidas que purifiquem o ar: a redução do uso de combustíveis como o<br />

diesel e a gasolina e o emprego de filtros que diminuam a emissão de gases, como o dióxido de enxofre e de<br />

nitrogênio, realizada por veículos e indústrias.<br />

AS OPORTUNIDA<strong>DE</strong>S PEDAGÓGICAS QUE A MATA OFERECE<br />

Os alunos do Mopyatã e os da escola anexa,<br />

a Nossa Senhora do Morumbi, de ensino<br />

fundamental, vão com freqüência à mata, que<br />

atende aos objetivos das mais diversas<br />

disciplinas. Em Geografia, o bosque<br />

representa um dos ecossistemas do planeta;<br />

em Biologia, exemplifica a diversidade de<br />

plantas e de animais; e, em História, atesta as<br />

formas de ocupação do espaço ao longo do<br />

tempo.<br />

"Queremos que os alunos percebam que aqui<br />

é Mata Atlântica, que não está só nos livros<br />

ou na televisão", diz Selma Frigo,<br />

coordenadora pedagógica do Mopyatã.<br />

A primeira expedição dos alunos da préescola<br />

do Nossa Senhora do Morumbi<br />

costuma ser inesquecível. Antes de confrontar<br />

Arquivo Colégio Mopyatã<br />

Lições da natureza: em desenhos, a paisagem e os limites da<br />

ocupação humana<br />

suas idéias sobre o bosque com a realidade, as crianças fazem um mapa do percurso e estudam os mitos<br />

da floresta, como o Curupira, o Saci e a Mula-sem-cabeça. Na mata, ficam eufóricas, atentas a tudo. De<br />

volta à classe, preparam desenhos e relatos. Foi assim que nasceu, há dois anos, o Dicionário da Mata, em<br />

que os próprios alunos definiram os elementos da paisagem, como plantas, pedras e solo.<br />

Mesmo pura, a água é ácida e corrosiva<br />

A rigor, não haveria por que se espantar com os estragos na mata da escola paulista. "Toda chuva é ácida",<br />

ensina Maria Glória da Silva Castro, professora de Climatologia da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São<br />

Paulo. O pH médio da chuva, sem qualquer poluição, é 5,5, portanto, levemente ácido. O pH neutro, como o da<br />

água destilada, é 7. Substâncias com pH entre 7 e 14 são básicas ou alcaninas.<br />

No mundo inteiro, a industrialização e a urbanização intensificam a acidez da chuva. "A chuva está muito mais<br />

ácida do que o normal", diz Glória, que fez um estudo com 400 amostras de chuva coletadas na cidade de São<br />

Paulo. O pH mais ácido, verificado após um feriado de 7 de setembro, foi de 3,5. "É como se chovesse vinagre",<br />

diz ela.<br />

Diante das evidências, Glória Castro sugere que a chuva não seja mais considerada apenas do ponto de vista<br />

quantitativo, mas também do qualitativo, dado o seu poder corrosivo<br />

decorrente da acidez.<br />

A chuva ácida natural<br />

O dióxido de carbono liberado pelas plantas e pelos animais durante a<br />

respiração combina-se facilmente com o vapor d´água disperso no ar.<br />

A reação forma ácido carbônico, que dá à chuva seu caráter ácido. O<br />

processo é constante e natural. No litoral, partículas de cloro do sal<br />

combinam-se com a água da atmosfera e formam o ácido clorídrico. Na<br />

Antártida, o pH da chuva varia ao redor de 4,5 por causa dos gases com<br />

enxofre liberados nas erupções vulcânicas.<br />

Sergio Sade


Oscar Cabral<br />

Gases como os óxidos de enxofre e de nitrogênio,<br />

liberados por automóveis e indústrias, intensificam o<br />

processo de formação de chuva ácida, que se tornou<br />

comum em regiões de concentração urbana e fabril.<br />

Milton Shirata<br />

A chuva ácida não perdoa. Destrói obras de arte,<br />

monumentos e igrejas como a de São Francisco, em Ouro<br />

Preto, um dos símbolos do barroco brasileiro. O fenômeno<br />

é mundial.<br />

Prática sobre Chuva Ácida<br />

Eduardo albarello<br />

Lataria dos carros, portões,<br />

encanamentos, brinquedos. Tudo que<br />

é feito de metal sofre um processo<br />

de corrosão acentuado pela acidez<br />

da água da chuva, especialmente nas<br />

cidades.<br />

Eduardo albarello<br />

Florestas do hemisfério Norte<br />

perdem vitalidade com a chuva<br />

ácida, que às vezes se origina a<br />

milhares de quilômetros de<br />

distância. A acidez da água devasta<br />

a fauna e a flora de lagos e rios,<br />

além de afetar os solos, dificultando<br />

a absorção de nutrientes pela raiz<br />

dos vegetais.


Prática sobre Chuva Ácida<br />

LABORATÓRIO<br />

Formas práticas de colher chuva e medir a acidez<br />

Para recolher amostras de água de chuva, monte um pluviômetro com uma garrafa plástica e um funil. Bandejas<br />

de plástico ou potes de vidro também servem. Só não use objetos de metal, pois eles liberam partículas que<br />

interferem no resultado. Em qualquer caso, lave bem o recipiente com água fervida antes de usar. Deixe ao ar<br />

livre e recolha logo após a chuva. A acidez da água pode ser verificada também a partir de um pouco de terra.<br />

Neste caso, o processo é indireto: o resultado pode variar em decorrência da acidez natural do próprio solo. Para<br />

os alunos, pode ser interessante comparar os resultados de amostras recolhidas a profundidades diferentes do<br />

solo.<br />

Gustavo Lorenção<br />

Pluviômetro: garrafa<br />

plástica e funil<br />

Alexandre Marchetti<br />

De preferência depois<br />

de uma chuva, recolha<br />

amostras de terra da<br />

superfície e de<br />

profundidades<br />

variadas de terrenos<br />

baixos, de altura<br />

média e altos. Misture<br />

cada amostra com<br />

água destilada (150<br />

ml para cada duas<br />

colheres de terra).<br />

Alexandre Marchetti<br />

EXEMPLOS <strong>DE</strong> pH<br />

Amônia* 12,0<br />

Fermento em pó 8,0<br />

Leite de vaca 6,6<br />

Suco de tomate 4,5<br />

Vinagre 3,5<br />

Refrigerante (tipo "cola") 2,8<br />

Suco de limão 2,3<br />

Suco gástrico** 1,2 a 3,0<br />

* Solução de amoníaco, usada em produtos de limpeza.<br />

** Contém ácido clorídrico.<br />

Em seguida, despeje a<br />

terra misturada com<br />

água sobre um funil<br />

com um filtro de papel<br />

sobre um recipiente<br />

qualquer de vidro.<br />

Após coar, separe a<br />

água. Com ela...<br />

Fonte:<br />

http://novaescola.abril.com.br/ed/114_ago98/html/educamb.htm<br />

Alexandre Marchetti<br />

... molhe uma fita de<br />

papel de tornassol,<br />

que é azul e se torna<br />

rosa em contato com<br />

materiais ácidos, mas<br />

não muda de cor com<br />

materiais neutros ou<br />

básicos.<br />

Leonardo Carneiro<br />

Alternativa caseira<br />

para medir acidez:<br />

ferva repolho roxo até<br />

a água ficar lilás. O<br />

líquido fica azulado<br />

em contato com<br />

substâncias básicas, e<br />

rosa, com as ácidas.

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