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GESTÃO DE ABASTECIMENTO JUST IN TIME DA CADEIA ...

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UNIVERSI<strong>DA</strong><strong>DE</strong> TECNOLÓGICA FE<strong>DE</strong>RAL DO PARANÁ<br />

PROGRAMA <strong>DE</strong> PÓS-GRADUAÇÃO<br />

<strong>DE</strong>PARTAMENTO ACADÊMICO <strong>DE</strong> <strong>GESTÃO</strong> E ECONOMIA<br />

ESPECIALIZAÇÃO EM <strong>GESTÃO</strong> ESTRATÉGICA <strong>DA</strong> PRODUÇÃO<br />

CASSIANA SEHNEM NUNES<br />

<strong>GESTÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>ABASTECIMENTO</strong> <strong>JUST</strong> <strong>IN</strong> <strong>TIME</strong> <strong>DA</strong> CA<strong>DE</strong>IA<br />

PRODUTIVA: Pesquisa de Campo em uma Montadora<br />

Automobilística<br />

MONOGRAFIA - ESPECIALIZAÇÃO<br />

CURITIBA<br />

2007


CASSIANA SEHNEM NUNES<br />

<strong>GESTÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>ABASTECIMENTO</strong> <strong>JUST</strong> <strong>IN</strong> <strong>TIME</strong> <strong>DA</strong> CA<strong>DE</strong>IA<br />

PRODUTIVA: Pesquisa de Campo em uma Montadora<br />

Automobilística<br />

Monografia de conclusão do curso de Gestão<br />

Estratégica da Produção do Departamento<br />

Acadêmico de Gestão e Economia da<br />

Universidade Tecnológica Federal do Paraná<br />

como requisito parcial para obtenção do grau<br />

de Especialista em Gestão Estratégica da<br />

Produção.<br />

Profª. Orientadora Ana Cristina Macedo<br />

Magalhães, Msc.<br />

CURITIBA<br />

2007<br />

2


Cassiana Sehnem Nunes<br />

<strong>GESTÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>ABASTECIMENTO</strong> <strong>JUST</strong> <strong>IN</strong> <strong>TIME</strong> <strong>DA</strong> CA<strong>DE</strong>IA<br />

PRODUTIVA: Pesquisa de Campo em uma Montadora Automobilística<br />

Esta monografia foi julgada e aprovada como requisito parcial para a obtenção do Título de<br />

Especialista em Gestão Estratégica da Produção pela Universidade Tecnológica Federal do<br />

Paraná.<br />

________________________________<br />

Profª. Ana Cristina Macedo Magalhães<br />

Universidade Tecnológica Federal do Paraná<br />

Orientadora<br />

Curitiba, _________ de 2007.<br />

____________________________________<br />

Profª Denise Buiar<br />

Coordenadora de Curso<br />

Departamento Acadêmico de Eletrotécnica<br />

BANCA EXAM<strong>IN</strong>ADORA<br />

____________________________________<br />

Profª Denise Buiar<br />

Universidade Tecnológica Federal do Paraná<br />

_____________________________________<br />

Profº. Eduardo Riskalla Pereira<br />

Universidade Tecnológica Federal do Paraná<br />

3


RESUMO<br />

As montadoras automobilísticas brasileiras e seus fornecedores atualmente estão<br />

em um mercado de constante variação e sujeito às oscilações da economia. As montadoras<br />

adotam as praticas Just-In-Time procurando alta eficiência e estoques reduzidos.<br />

A filosofia Just-In-Time surgiu como uma alternativa de coordenar a produção<br />

com a demanda, já que o principio da filosofia é puxar a produção a partir do mercado, tendo<br />

como principal resultado a racionalização dos recursos de produção (Correa, Gianesi. 1996).<br />

O objetivo desse trabalho é verificar como ocorre a gestão de abastecimento Just-<br />

In-Time dentro de uma montadora automobilística, analisando o fluxo e descrevendo seu<br />

processo. Para isso, será feito um acompanhamento de todo processo JIT, as ferramentas de<br />

comunicação entre a montadora e seus fornecedores, o sistema de planejamento, o<br />

abastecimento logístico, o transporte de peças e componentes, entre outros. Dessa forma,<br />

procura-se descrever detalhadamente o processo para que esta informação seja divulgada<br />

dentro da empresa e com seus fornecedores, facilitando a compreensão do processo e<br />

diminuindo assim dúvidas e eventuais problemas gerados pela falta de instrução.<br />

Palavras-Chave:<br />

Just in Time<br />

Montadora Automobilística<br />

Logística<br />

4


ABSTRACT<br />

The Brazilian automobile assembly plants and the suppliers, currently are in a<br />

market of constant variation and subject to oscillations of the economy. The assembly plants<br />

adopt practice Just-In-Time looking for high efficiency and reduced supplies.<br />

The Just-In-Time philosophy appeared as an alternative to co-ordinate the<br />

production with the demand, since its philosophy is to pull the production according to the<br />

market, having as the main result the rationalization of the production resources (Correa,<br />

Gianesi. 1996).<br />

The aim of this job is to verify how the management of Just-In-Time supplying of<br />

an automobile assembly plant occurs, analyzing its flow and describing its process. For this, a<br />

study of the whole JIT process, the communication tools among the assembly plant and its<br />

suppliers, the planning system, the logistic supplying, the transportation of parts and<br />

components, among others.<br />

As a result, the JIT process will be described in details in order to help the staff<br />

and suppliers to understand it, and this way reducing any doubts and problems that may occur<br />

due to the lock of its understanding.<br />

5


LISTA <strong>DE</strong> FIGURAS<br />

Figura 1: Os princípios da Produção Enxuta 13<br />

Figura 2: Mapeamento de Fluxo de Valor - Transformação Enxuta: aplicação do<br />

mapeamento do fluxo de valor em uma situação real. 18<br />

Figura 3: Uma Perspectiva dos Principais custos Operacionais de uma Empresa. 22<br />

Figura 4: Sistema de Coleta Programada de Peças Milk Run 24<br />

Figura 5: Ciclo Fechado 36<br />

Figura 6: Fábricas da Peguform 39<br />

Figura 7: Foto da fábrica da Peguform no Parque Indústrial 40<br />

Figura 8: Planta da Aethra no Paraná 42<br />

Figura 9: Linha de Montagem 45<br />

Figura 10: Status de Controle JIT 48<br />

Figura 11: Parque Indústrial 52<br />

Figura 12: Abastecimento de peças JIT 53<br />

Figura 13: Docas de Abastecimento de Peças JIT 54<br />

6


SUMÁRIO<br />

1 <strong>IN</strong>TRODUÇÃO......................................................................................................................2<br />

1.1 TEMA............................................................................................................................2<br />

1.1.1 Delimitação do Tema..........................................................................................3<br />

1.2 PROBLEMA E PREMISSAS........................................................................................4<br />

1.3 OBJETIVOS..................................................................................................................4<br />

1.3.1 Objetivo Geral.....................................................................................................4<br />

1.3.2 Objetivo Específico.............................................................................................5<br />

1.4 <strong>JUST</strong>IFICATIVA ..........................................................................................................5<br />

1.5 METODOLOGIA <strong>DE</strong> PESQUISA................................................................................5<br />

2 <strong>JUST</strong> <strong>IN</strong> <strong>TIME</strong>.......................................................................................................................7<br />

2.1 FILOSOFIA <strong>JUST</strong> <strong>IN</strong> <strong>TIME</strong> ...........................................................................................9<br />

2.2 PR<strong>IN</strong>CIPAIS CONCEITOS <strong>DA</strong> PRODUÇÃO ENXUTA ...........................................11<br />

2.2.1 Princípios............................................................................................................11<br />

2.2.2 Fundamentos da Produção Enxuta .....................................................................14<br />

2.2.3 Mapeamento do Fluxo de Valor .........................................................................16<br />

3 MONTADORA AUTOMOBILÍSTICA ............................................................................19<br />

3.1 HISTÓRICO..................................................................................................................19<br />

3.2 LOGÍSTICA APLICA<strong>DA</strong> A MONTADORAS ............................................................21<br />

3.2.1 Componentes que Caracterizam um Sistema Logístico .....................................22<br />

3.2.2 Sistema Milk-Run...............................................................................................23<br />

4 FORNECEDORES ..............................................................................................................26<br />

4.1 COMAKERSHIP ..........................................................................................................26<br />

4.2 PARCERIA COM FORNECEDORES .........................................................................28<br />

4.3 EVOLUÇÃO ORGANIZACIONAL ............................................................................29<br />

4.4 FORNECEDORES JIT..................................................................................................35<br />

5 LEVANTAMENTO <strong>DE</strong> <strong>DA</strong>DOS .......................................................................................38<br />

5.1 LEVANTAMENTO <strong>DE</strong> FORNECEDORES .............................................................................38<br />

5.1.1 Peguform ............................................................................................................39<br />

7


5.1.2 Johnson Controls ................................................................................................40<br />

5.1.3 Ficosa..................................................................................................................40<br />

5.1.4 Delphi .................................................................................................................40<br />

5.1.5 Metagal ...............................................................................................................41<br />

5.1.6 Plastic Omnium ..................................................................................................41<br />

5.1.7 Pirelli ..................................................................................................................41<br />

5.1.8 Grupo Antolin.....................................................................................................41<br />

5.1.9 Aethra .................................................................................................................42<br />

5.1.10 Inylbra...............................................................................................................42<br />

5.1.11 SAS...................................................................................................................42<br />

5.1.12 Kautex...............................................................................................................43<br />

5.1.13 Sekurit...............................................................................................................43<br />

5.1.14 KMAB ..............................................................................................................43<br />

5.1.15 Faurecia ............................................................................................................43<br />

5.2 TECNOLOGIA <strong>DA</strong> <strong>IN</strong>FORMAÇÃO ...........................................................................46<br />

5.2.1 EDI......................................................................................................................46<br />

5.2.2 MRP....................................................................................................................47<br />

5.2.3 Release................................................................................................................47<br />

5.2.4 Pipeline ...............................................................................................................48<br />

5.2.5 Chamada B000 ...................................................................................................49<br />

5.2.6 Chamada F000....................................................................................................49<br />

5.2.7 Chamada F650....................................................................................................49<br />

5.3 FORNECEDORES JIT..................................................................................................50<br />

5.4 DIFICUL<strong>DA</strong><strong>DE</strong>S ENCONTRA<strong>DA</strong>S PELOS FORNECEDORES JIT ........................55<br />

6 CONSI<strong>DE</strong>RAÇÕES F<strong>IN</strong>AIS ..............................................................................................57<br />

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................................................59<br />

8


1 <strong>IN</strong>TRODUÇÃO<br />

1.1 TEMA<br />

O mercado automobilístico mundial tem evoluído muito nas últimas cinco décadas,<br />

destacando-se as indústrias de veículos japonesas, as quais utilizam largamente as ferramentas<br />

e técnicas da filosofia Just in Time (JIT). Com isso, buscam atender as necessidades atuais do<br />

mercado, com produtos de alta qualidade e baixos custos.<br />

Este sistema procura a eliminação dos desperdícios, a redução de estoques (tendendo a<br />

zero) aumento da agilidade e flexibilidade nos processos produtivos, buscando com isso a<br />

redução de custos e aumento da produtividade.<br />

Segundo Tubino (1999 p. 159) um sistema produtivo eficiente, buscando um<br />

melhoramento contínuo no atendimento das necessidades dos clientes, com um sistema de<br />

relacionamento efetivo fornecedor / transportador / empresa, onde todos ganhem através da<br />

eliminação de atividades improdutivas (estoques, movimentações, inspeções, etc) é o que<br />

podemos chamar de cadeia de abastecimento JIT completa.<br />

Para implementar um sistema de abastecimento JIT, é importante desenvolver algumas<br />

práticas, entre elas:<br />

- entregas diárias, em pequenos lotes, com qualidade assegurada;<br />

- redução do numero de fornecedores, aumentando o espaço de fornecimento;<br />

- compartilhamento de informações entre cliente / fornecedor.<br />

No sistema JIT aplicado nas montadoras automobilísticas, notamos a importância do<br />

comprometimento entre cliente e fornecedores, tornando os sistemas e processos cada vez<br />

mais integrados. Não somente a montadora, mas seus fornecedores buscam garantir a<br />

qualidade em seu produto final.<br />

Conforme Farah Jr. (2003 p. 151), a montadora, cada vez mais, passa a se dedicar às<br />

atividades de marketing, concepção e projeto do produto, definindo padrões de qualidade e de<br />

especificações técnicas e repassando paulatinamente, e de forma diferente em cada fábrica, as<br />

funções de produção e montagem de veículos.<br />

O sistema Just-In-Time utilizado na montadora é uma forma conhecida como JIS (Just-<br />

In-Sequence) onde o fornecedor deve entregar a peça solicitada seqüenciada, no ponto de uso<br />

previamente estabelecido, na quantidade solicitada e num prazo determinado.<br />

2


É dentro desse contexto que notamos a importância de um planejamento correto, da<br />

comunicação eficiente e do comprometimento de todas as partes.<br />

1.1.1 Delimitação do Tema<br />

O tema proposto analisa uma montadora automobilística localizada em São José dos<br />

Pinhais, sua linha produtiva de montagem e os fornecedores relacionados ao abastecimento<br />

Just In Time.<br />

Com vasta cadeia produtiva e complexos fluxos logísticos, surge a necessidade de<br />

adotar processos mais eficientes para abastecimento de peças. Dessa forma, a montadora<br />

padroniza seus processos e treina seus fornecedores JIT de modo a fornecer os produtos<br />

diretamente no ponto de uso para otimizar o processo.<br />

A seguir demonstramos um organograma simplificado da cadeia de suprimentos da<br />

indústria automobilística.<br />

Fornecedor<br />

de matériaprima<br />

Fornecedor de módulos,<br />

subconjuntos e sistemas<br />

Fornecedor<br />

de<br />

componentes<br />

Fornecedor<br />

de matériaprima<br />

Fornecedor de<br />

módulos, subconjuntos<br />

e sistemas<br />

Fornecedor<br />

de<br />

componentes<br />

Montadora<br />

Fornecedor de<br />

componentes<br />

Fornecedor<br />

de<br />

componentes<br />

Fornecedor<br />

de matériaprima<br />

Fornecedor de<br />

matéria-prima<br />

Organograma: Cadeia de Suprimentos<br />

Fonte: Elaborado pela autora com base em Salerno; Marx. 2002<br />

Do ponto de vista logístico, é feito um grande planejamento o qual precisa de constante<br />

manutenção procurando a melhoria contínua do processo. Acompanhando diariamente o<br />

processo da montadora automobilística, pode-se verificar a importância de mostrar aos<br />

3


funcionários, fornecedores e outros interessados, como ocorre a gestão do abastecimento da<br />

cadeia produtiva JIT na linha de montagem.<br />

1.2 PROBLEMA E PREMISSAS<br />

As montadoras automobilísticas têm com finalidade principal a montagem dos veículos.<br />

Para tanto desenvolvem fornecedores a fim de que estes produzam as peças nos padrões<br />

especificados pela montadora, garantindo o volume e qualidade em seus produtos. No<br />

ambiente JIT, onde a integração entre clientes e fornecedores é fundamental, ocorrem<br />

problemas de abastecimento causados por um planejamento ineficiente e pela falta de<br />

comunicação.<br />

Verifica-se na montadora que as informações no processo de implementação de um<br />

novo fornecedor JIT apresentam falhas, algumas delas continuam durante um logo período<br />

prejudicando o abastecimento. Os conceitos e informações passados aos fornecedores não são<br />

muito claros, gerando diversas dúvidas no inicio do abastecimento.<br />

As dificuldades foram constatadas pela pesquisadora através do acompanhamento<br />

constante do processo, estando dentro da montadora, e, contato diário com os fornecedores de<br />

peças JIT.<br />

Diante desses fatos, propõe-se analisar: Como ocorre o fornecimento de peças JIT na<br />

Montadora Automobilística?<br />

Como não existe referencial teórico específico sobre a tratativa JIT dentro da montadora<br />

citada, será analisado como ocorre a gestão de abastecimento JIT in loco, descrevendo seu<br />

processo.<br />

1.3 OBJETIVOS<br />

1.3.1 Objetivo Geral<br />

Analisar o processo produtivo de abastecimento JIT de uma montadora<br />

automobilística localizada em São José dos Pinhais (PR).<br />

4


1.3.2 Objetivo Específico<br />

1. Identificar os fornecedores Just In Time da montadora.<br />

2. Identificar o sistema de abastecimento JIT em uma montadora automobilística.<br />

3. Identificar o processo de informações gerenciais usados na montadora.<br />

4. Identificar os principais problemas dos fornecedores Just in Time.<br />

1.4 <strong>JUST</strong>IFICATIVA<br />

O tema proposto está relacionado ao curso de Especialização em Gestão Estratégica da<br />

Produção, o qual despertou grande curiosidade, durante as aulas de logística do curso. O tema<br />

foi escolhido pela pesquisadora, pois além de tratar de um assunto de interesse particular,<br />

notou-se o potencial de melhorias nos processos just in time da montadora.<br />

Trabalhando na montadora automobilística e tendo acesso às informações, nota-se um<br />

rico processo produtivo e vasta cadeia logística, o que gera boas possibilidades para estudos e<br />

desenvolvimento de projetos.<br />

A busca por processos eficazes leva muitas vezes a utilização de diferentes padrões e<br />

metodologias para otimizar a cadeia produtiva. Desta forma, temos um vasto campo para<br />

desenvolvimento de uma monografia.<br />

1.5 METODOLOGIA <strong>DE</strong> PESQUISA<br />

Para o desenvolvimento da monografia, primeiramente será realizado o levantamento<br />

bibliográfico sobre processos logísticos de abastecimento de linha de produção e produção<br />

enxuta.<br />

Para atingir os objetivos propostos, será feita uma pesquisa de campo, do tipo<br />

exploratório-descritivo. Uma pesquisa participativa, na qual a pesquisadora irá vivenciar o<br />

processo produtivo dentro da montadora, verificando como ocorre o abastecimento de peças<br />

JIT, analisando e descrevendo seu processo.<br />

5


Inicialmente foi realizado uma pesquisa bibliográfica sobre o Just In Time e as<br />

montadoras automobilísticas brasileiras, principalmente em monografias e livros<br />

especializados.<br />

Utilizamos o método de estudo de caso, devido a grande capacidade de levantar<br />

informações e propostas, analisando o universo dentro de seu contexto real, devido à<br />

proximidade do pesquisador com o meio estudado.<br />

Por se tratar de um estudo de caso, os resultados obtidos nesta pesquisa não podem ser<br />

generalizados para outros segmentos ou mesmo para outras montadoras, pois o estudo foi<br />

realizado em apenas uma montadora, sendo o processo Just In Time muito particular em sua<br />

aplicação para cada situação.<br />

Como palavras-chave, indicamos o Just In Time, Montadora Automobilística e<br />

Logística por estarem relacionados diretamente ao estudo realizado.<br />

Definição dos capítulos:<br />

Capítulo 1: Introdução - Apresenta uma analise do trabalho com definições, delimitação<br />

do tema, problema e premissas, objetivos, justificativa e metodologia de pesquisa.<br />

enxuta.<br />

Capítulo 2: Just In Time - Descreve os conceitos do sistema Just In Time e a filosofia<br />

Capítulo 3: Montadora Automobilística - Resume a história da indústria automobilística<br />

e os principais conceitos de logística aplicados a esta área nas montadoras paranaenses.<br />

Capítulo 4: Fornecedores - Demonstra o conceito da cadeia de suprimentos<br />

especialmente relacionado aos Fornecedores<br />

Capítulo 5: Levantamento de Dados - Descreve os fornecedores e as principais<br />

ferramentas utilizadas no processo Just in Time na montadora automobilística estudada.<br />

Capítulo 6: Considerações Finais - Neste capítulo são relatadas as analises finais do<br />

trabalho e os resultados obtidos nesta pesquisa.<br />

Capítulo 7: Referencia Bibliográfica - Apresenta a bibliografia utilizada<br />

6


2 <strong>JUST</strong> <strong>IN</strong> <strong>TIME</strong><br />

No princípio da década de 50, o Japão iniciou o processo Just in Time na Toyota<br />

Motor Company, com o Sr. Taichi Ono, tendo como principal objetivo o conceito “Estoque<br />

Zero”. Este sistema veio substituir o Just in Case, onde grandes quantidades de produtos<br />

ficavam armazenadas dentro da montadora aguardando sua utilização.<br />

A filosofia do Just in Time é o abastecimento de produtos na hora certa e na<br />

quantidade solicitada, assim reduzindo custos. A partir da década de 70, esta técnica foi<br />

implementada por várias empresas na procura de uma melhor gestão de materiais, qualidade<br />

do produto e organização física.<br />

Monden (1984) define o Just in Time como: “Produzir as unidades necessárias em<br />

quantidades necessárias no tempo necessário”.<br />

Segundo Voss, O Just-in-Time (JIT) é uma abordagem disciplinada que visa<br />

aprimorar a produtividade global e eliminar desperdícios. Ele possibilita a produção eficaz em<br />

termos de custo, assim como o fornecimento apenas da quantidade necessária de<br />

componentes, na qualidade correta, no momento e locais corretos, utilizando o mínimo de<br />

instalações, equipamentos, materiais e recursos humanos. O JIT é dependente do balanço<br />

entre a flexibilidade do fornecedor e a flexibilidade do usuário. Ele é alcançado por meio da<br />

aplicação de elementos que requerem um envolvimento total dos funcionários e trabalho em<br />

equipe. Uma filosofia-chave do JIT é a simplificação.<br />

Desta forma, verificamos que o sistema Just In Time produz somente o necessário,<br />

tendo como objetivo reduzir desperdícios, através da disciplina e trabalho em equipe.<br />

A implementação do sistema Just in Time necessita de uma boa comunicação entre<br />

cliente e fornecedor, onde ambas devem ser flexíveis. Em cada parte do processo, produz-se<br />

somente o necessário, evitando assim estoques intermediários.<br />

Tubino (2000) indica que as metas de um sistema Just in Time devem estar<br />

fundamentadas nos seguintes princípios:<br />

a) satisfação das necessidades dos clientes, internos e externos, mediante o<br />

fornecimento de produtos com qualidade, no momento, na qualidade e na quantidade<br />

solicitados;<br />

7


(2004).<br />

b) eliminação dos desperdícios, pela análise de todas as atividades relacionadas ao<br />

processo produtivo e pela eliminação daquelas que não agregam valor ao produto;<br />

c) processo de melhoria contínuo, também conhecido como kaisen, almejando<br />

abertamente a perfeição: atender à demanda no momento exato, com qualidade<br />

perfeita e sem desperdícios;<br />

d) envolvimento total das pessoas, através do desenvolvimento de uma cultura<br />

organizacional participativa, voltada para a valorização do ser humano dentro da<br />

organização;<br />

e) organização e visibilidade do ambiente de trabalho como um requisito<br />

fundamental da filosofia JIT. É o início da luta contra os desperdícios e a base para a<br />

motivação das pessoas.<br />

Temos então como principais objetivos do Just in Time de acordo com Mattos<br />

- Flexibilizar a empresa;<br />

- Produzir somente os produtos necessários;<br />

- Produzir com qualidade requerida;<br />

- Menor “Lead Time” na concepção de novos produtos;<br />

- Menor “Lead Time” na manufatura;<br />

- Melhor atendimento ao cliente;<br />

- Menor perda (maior valor agregado ao produto);<br />

- Maior retorno de investimentos;<br />

- Reduzir estoques em processo, produtos acabados e eventualmente matéria-prima;<br />

- Reduzir custos de fabricação;<br />

- Gerar espaço na fábrica;<br />

- Produzir por métodos que permitam o envolvimento das pessoas (moral, satisfação,<br />

desenvolvimento, autocontrole).<br />

- Melhoramento contínuo (Kaizen) da qualidade e produtividade.<br />

Podemos notar que seguindo os princípios de Tubino, deve-se trabalhar para<br />

alcançar os objetivos citados por Mattos, entre eles considerado o mais importante, a<br />

melhoria contínua em todos os processos.<br />

8


Do ponto de vista de Lubben (1989): A filosofia da manufatura Just in Time é um<br />

sistema de manufatura simples e eficiente capaz de otimizar o uso de recursos de capital,<br />

equipamentos e mão de obra. Isso resulta em um sistema de produção capaz de atender as<br />

exigências de qualidade e de entrega de um cliente, ou menor custo.<br />

2.1 FILOSOFIA <strong>JUST</strong> <strong>IN</strong> <strong>TIME</strong><br />

O Just in Time não deve ser aplicado na fabricação de produtos que apresentem<br />

um mix muito variado, pois requer uma flexibilidade muito grande de seus fornecedores o que<br />

nem sempre é alcançado facilmente.<br />

A linha de produção – montagem deve ser celular, facilitando o abastecimento da<br />

linha e diminuindo a movimentação interna de material. A produção celular empurra a<br />

produção, onde os produtos fluem de um grupo para outro, onde problemas podem levar a<br />

uma paralisação até que o erro seja eliminado. Isto leva o fornecedor a garantir a qualidade de<br />

seu produto e fidelidade em suas entregas.<br />

Lubben (1989) entende que para obter uma vantagem competitiva significa ser<br />

mais eficiente. Ter um produto melhor ou fornecer um serviço melhor que os competidores. A<br />

manufatura Just in Time persegue cada um destes valores para desenvolver uma vantagem<br />

competitiva através de melhor administração de todo o sistema.<br />

Vantagens e Desvantagens da Just in Time<br />

De acordo com Arkader (1999) e Amato Neto (2001), as principais vantagens para<br />

as montadoras na adoção dessas práticas são:<br />

a) eliminação ou minimização de estoques, principalmente daqueles itens e<br />

conjuntos de elevado volume unitário, grande variabilidade e/ou alto valor<br />

agregado, os quais passariam a ser produzidos pelos fornecedores JIT e entregues<br />

diretamente na linha de montagem da montadora;<br />

b) diminuição dos investimentos com a terceirização do processo produtivo de<br />

componentes, módulos e conjuntos para os fornecedores JIT, reduzindo<br />

significativamente os riscos associados a elevados investimentos em uma planta<br />

9


muito verticalizada, o que é interessante em épocas de incertezas e de instabilidade<br />

de mercados;<br />

entre as quais estão:<br />

montadoras:<br />

c) maior agilidade e flexibilidade no atendimento, uma vez que os fornecedores<br />

estão localizados bastante próximos à montadora, possibilitando entregas<br />

freqüentes em baixos volumes;<br />

d) melhoria na qualidade e na produtividade, devido às características intrínsecas<br />

do sistema de produção JIT: eliminação de atividades que não agregam valor;<br />

simplificação de atividades de recebimento e controle de materiais; redução dos<br />

custos logísticos, devido à proximidade dos fornecedores; melhoria da qualidade,<br />

em razão da troca de conhecimentos e transferência de tecnologias por parte da<br />

montadora; melhoria da qualidade das peças e produtos; reduções de retrabalhos,<br />

inspeções, atrasos de entregas, entre outras.<br />

Os mesmos autores citam, também, algumas vantagens para os fornecedores JIT,<br />

a) redução dos estoques de produtos acabados, devido a uma maior integração e<br />

compartilhamento de informações e sincronização do processo produtivo com o da<br />

montadora;<br />

b) maior comunicação com a montadora e compartilhamento de informações<br />

estratégicas de demanda e produção;<br />

c) redução do risco do negócio em longo prazo;<br />

d) ganhos de escala, dada a exclusividade de fornecimento ou diminuição do<br />

número de fornecedores;<br />

e) planejamento e programação da produção com maior integração, bem como<br />

com recebimento de informações confiáveis de longo, médio e curto prazos,<br />

possibilitando melhoria nas atividades de planejamento e controle da produção.<br />

De acordo com Gomes (2003) temos como principais desvantagens para as<br />

a) maior dependência de um único fornecedor com relação a entregas e capacidade<br />

de fornecimento;<br />

b) menor poder de barganha da montadora dificultando negociações de preços;<br />

10


c) maiores custos de comunicação e coordenação.<br />

Para os fornecedores, como desvantagens, podem ser citadas:<br />

a) exigência, por parte do cliente, de maior transparência nas negociações e<br />

divulgações de informações de custos;<br />

b) maiores responsabilidades durante todas as fases do processo de fornecimento,<br />

do projeto à garantia pós-venda;<br />

c) maiores pressões quanto ao nível de serviços prestados, muitas vezes causando<br />

custos adicionais sem contra-partida da montadora.<br />

d) Maiores investimentos de risco, em muitos casos, com instalações de fábricas<br />

focalizadas próximas às plantas produtivas dos clientes.<br />

“O sucesso da adoção dessas práticas depende do desempenho do sistema como<br />

um todo e, principalmente, do desenvolvimento de verdadeiras relações de parcerias entre os<br />

participantes da cadeia de suprimentos, de forma a poderem auferir todas as vantagens<br />

advindas da adoção das ferramentas e técnicas da filosofia JIT de manufatura” Gomes (2003).<br />

O segredo para a eficiência do sistema JIT, depende muito da parceria e confiança<br />

entre cliente e fornecedor, trabalhando sempre para melhoria dos processos e redução dos<br />

desperdícios.<br />

2.2 PR<strong>IN</strong>CIPAIS CONCEITOS <strong>DA</strong> PRODUÇÃO ENXUTA<br />

2.2.1 Princípios<br />

Para a implementação de um sistema enxuto a empresa e seus colaboradores<br />

devem possuir o que chamamos de “Pensamento Enxuto”. Segundo Lindgren (2001) o<br />

“Pensamento Enxuto” é uma forma de especificar valor, alinhar na melhor seqüência as ações<br />

que criam valor, realizar essas atividades sem interrupção toda vez que alguém as solicita e<br />

realizá-las de forma cada vez mais eficaz. Os princípios do "Pensamento Enxuto" são: valor,<br />

cadeia de valor, fluxo, produção puxada, perfeição e desperdício.<br />

11


produto.<br />

O valor é considerado aquilo que o cliente está disposto a pagar por determinado<br />

O pensamento enxuto deve começar com uma tentativa consciente de definir<br />

precisamente o valor em termos de produtos específicos, com capacidades específicas,<br />

oferecidas a preços específicos, através do diálogo com clientes específicos. (...).<br />

(L<strong>IN</strong>DGREN, 2001, p.62).<br />

Devemos pensar que cada etapa do processo deve agregar valor. Perdas em geral<br />

como paradas de linha, gargalos de produção, transporte, estoques, entre outros, devem ser<br />

identificadas e eliminadas do processo, pois só agregam custos.<br />

Cadeia de valor são todas as etapas, ações ou processos específicos que são<br />

aplicados ao produto ou serviço para “completar” as três etapas do negócio: Solução de<br />

problemas, Gerenciamento de informação e Transformação física.<br />

Devemos analisar o processo por completo, e não como etapas isoladas, pois tanto<br />

o valor como o custo, são adicionados em todas as etapas do processo. Devemos lembrar que<br />

a cadeia é composta por diversos processos, além de atividades intermediárias, portanto a<br />

análise deve ser feita tendo uma visão geral do processo.<br />

O objetivo principal da produção enxuta é o fluxo contínuo do processo. Para isso,<br />

empresas adotam diferentes lay-outs, sendo o mais comum em formato de U, para criar um<br />

fluxo contínuo e acumulo de estoques intermediários.<br />

Segunda Alonso (2002): “Alcançam-se melhores resultados quando se focaliza o<br />

produto e o cliente, ao invés de máquinas e equipamentos”.<br />

A decisão de uma produção puxada ou empurrada afeta diretamente as atividades<br />

de planejamento e controle de produção. O sistema empurrado (mais convencional) faz com<br />

que o planejamento seja estipulado, de acordo com a necessidade do mercado e<br />

disponibilidade de material. Cada parte do processo empurra o setor seguinte, na quantidade<br />

planejada e prevista.<br />

O sistema JIT puxa a produção ao longo do processo de acordo com a demanda<br />

real, no exato momento, evitando assim acumulo de estoques. Dessa forma, o fornecedor deve<br />

seguir a filosofia da montadora, exigindo planejamento e comunicação eficiente evitando<br />

falhas.<br />

Consideramos perfeição dentro de uma empresa de manufatura enxuta, a busca<br />

contínua pela superação. A busca continua para agregar valor, leva a um fluxo contínuo em<br />

12


suas operações, buscando eliminar todas as perdas em processo. Os princípios da produção<br />

enxuta formam uma cadeia sendo cada parte vital.<br />

13<br />

Figura 1: Os princípios da Produção Enxuta<br />

Fonte: Henderson e Larco, 1999, p. 46<br />

O sistema de Produção Enxuta busca a eliminação de desperdício e perdas.<br />

Basicamente, existem dois tipos de operação, aquelas que agregam e as que não agregam<br />

valor. As operações que não agregam valor são aquelas que apenas adicionam custo ao<br />

processo de um determinado produto.<br />

De acordo com Shigeo Shingo, existem sete tipos de perdas que devemos<br />

considerar: perda por superprodução, perda por espera, perda por transporte, perda de<br />

processamento, perda por movimento do operador, perda por retrabalho, perda de estoques.<br />

As perda por superprodução são perdas por produzir mais do que a demanda,<br />

volume a ser absorvido pelo cliente. O sistema de Produção Enxuta prega que só deve ser<br />

produzido aquilo que é necessário, de acordo com a “puxada” do cliente.<br />

As perda por espera é o tempo que o material fica parado no processo,<br />

normalmente entre uma etapa e outra de fabricação. Normalmente esta perda é causada por<br />

gargalos na produção, o tempo de produção das maquinas ou dimensionamento incorreto de<br />

times de trabalho. Dentro dos conceitos da Manufatura Enxuta, deve-se garantir o fluxo<br />

continuo de materiais. “A Manufatura Enxuta também coloca ênfase no homem e não na<br />

máquina. O homem não pode estar ocioso, mas a máquina pode esperar para ser utilizada”<br />

(L<strong>IN</strong>DGREN, 2001).


As perdas por transporte apenas agregam custo, portanto as movimentações de<br />

materiais devem ser reduzidas ao máximo possível. A Manufatura Enxuta busca a<br />

identificação e eliminação de qualquer atividade que não agrega valor ao produto final.<br />

A perda de processamento é considerada um operação desnecessária, utilizada para<br />

resolver problemas causados pelo equipamento ou operação ineficientes, afetando a qualidade<br />

do material.<br />

A perda por movimento do operador é o tempo perdido realizando-se atividades<br />

que não são necessárias ou que poderiam ser feitas em menor tempo. “O Sistema de<br />

Manufatura Enxuta procura a economia e consistência nos movimentos através do estudo de<br />

métodos e tempos de trabalho, se apoiando em soluções simples e de baixo custo”<br />

(L<strong>IN</strong>DGREN, 2001).<br />

A perda por retrabalho é uma correção no produto que apresenta defeito. Neste<br />

caso, é necessário que a causa raiz do problema seja rapidamente identificada e o problema<br />

solucionado, para que o retrabalho não se torne parte constante do processo. A Manufatura<br />

Enxuta prega a redução de defeitos e o contínuo aperfeiçoamento dos processos.<br />

Muitas vezes os estoques encobrem a ineficiência do processo, os problemas de<br />

qualidade, de confiabilidade ou de produção. A perda por estoque acaba levando a outros<br />

tipos de perda, como a perda por transporte e perda por retrabalho, indo contra os princípios<br />

da Manufatura Enxuta.<br />

Nem sempre é fácil identificar os focos de perdas e potenciais melhorias na<br />

empresa. É bastante comum procurar nestes caso auxilio de empresas especializadas em<br />

auditorias, para indicar além dos problemas, métodos para reduzir as falhas. É importante<br />

fazer um acompanhamento constante nos setores para sempre reduzir os desperdícios.<br />

2.2.2 Fundamentos da Produção Enxuta<br />

Os fundamentos da produção enxuta são baseados em segurança, Ordem e<br />

Limpeza, produção JIT, qualidade Seis Sigma, Times, gerenciamento visual e busca da<br />

perfeição.<br />

Em grandes empresas como a Toyota e a Honda, afirma-se que 25 a 30% dos<br />

defeitos de qualidade estão diretamente ligados a esse ponto. Também temos neste caso o<br />

fator psicológico, pois os operadores de chão de fábrica exercem suas atividades com mais<br />

satisfação e maior produtividade em ambiente seguro, limpo e organizado.<br />

14


A Toyota possui um dos sistemas mais utilizados em todo o mundo, conhecido<br />

como 5 S’s, que tem origem em cinco palavras japonesas.<br />

- Seiri ( Senso de Utilização) – Eliminar tudo o que não é absolutamente essencial<br />

para o processo de manufatura.<br />

- Seiton (Senso de Ordenação) – Ordenar as áreas de trabalho, os equipamentos<br />

devem ser arranjados de acordo com a seqüência do fluxo de produção.<br />

- Seiso (Senso de limpeza) – Todos os equipamentos, ferramentas, pisos e<br />

ambiente em geral devem ser mantidos limpos.<br />

- Seiketsu (Senso de Padronização) – O ambiente deve ser mantido limpo e<br />

organizado, este deve ser uma mudança cultural.<br />

- Shitsuke (Senso de Manutenção) – Manter o programa 5 S como um modo de<br />

vida. É errado promover uma data para realizar o 5 S, as pessoas devem ter a cultura de<br />

manter a segurança, ordem e limpeza.<br />

Adota-se o Just-In-Time, onde os produtos são feitos de acordo com a demanda do<br />

cliente, eliminando estoques e conseqüentemente, custos.<br />

A produção puxada leva a melhoria em custos, qualidade e produtividade,<br />

melhorando a qualidade do trabalho.<br />

A Produção Enxuta adota o conceito de que a qualidade deve ser “feita” e não<br />

inspecionada. Para um processo enxuto, não são aceitáveis perdas de tempo e dinheiro com<br />

inspeções e retrabalho. Abaixo demonstramos alguns conceitos utilizados no Seis Sigma:<br />

Conceito Self Stop: Os defeitos devem ser detectados logo no início do processo,<br />

parando a produção para corrigir o problema. Partimos do principio que é mais eficiente e<br />

economicamente viável interromper o processo e corrigir falhas durante o período de<br />

fabricação do que realizar retrabalhos. Todo o retrabalho é um desperdício, portanto a<br />

filosofia JIT prega que os erros devem sempre ser corrigidos durante o processo.<br />

Sistema à prova de erro (Poka-Yoke): Um sistema a prova de erro significa que o<br />

sistema foi projetado para que os erros não ocorram. Este processo depende diretamente da<br />

padronização e do treinamento eficiente dos operadores. São muito utilizadas placas de<br />

identificação e murais de comunicados na linha produtiva e na própria célula de trabalho.<br />

Trabalho padronizado: O processo deve ser feito sempre do mesmo modo, onde os<br />

métodos sejam detalhadamente estudados para garantir a eficiência e qualidade, criando e<br />

mantendo um fluxo contínuo.<br />

15


Este processo deve focar o produto e o processo macro, desde o recebimento até a<br />

expedição, não somente células de trabalho. O desenvolvimento de um lay-out adequado e<br />

treinamento dos operadores no desenvolvimento das atividades são de fundamental<br />

importância.<br />

Primeiro que entra, primeiro que sai (PEPS): Este sistema deve ser regra para<br />

todos os materiais (matéria-prima, componentes, peças intermediárias, produtos acabados).<br />

Este método permite uma maior eficiência na rastreabilidade de produtos e redução de<br />

obsolescência. Também facilita a identificação e segregação de lotes defeituosos, sendo um<br />

dos requisitos básicos adotados pelo controle de qualidade em grandes empresas.<br />

Solução da causa raiz do problema: Através de cinco perguntas ( 5W ) – What,<br />

Where, When, Why e Who, procura-se identificar o problema inicial, aplicando ferramentas<br />

da qualidade para eliminá-lo.<br />

A tomada de decisão deve ser realizada pelas pessoas mais próximas do problema.<br />

Portanto é preciso desenvolver equipes fortes. Os lideres devem motivar e apoiar sua equipe,<br />

reconhecendo bons desempenhos.<br />

É a visualização de todo o processo, o fluxo da fábrica, identificando problemas e<br />

oportunidades de melhoria. Os resultados são melhores alcançados quando as informações<br />

estão disponíveis para todos.<br />

É a contínua busca por ações que agreguem valor ao produto final. O mais difícil é<br />

evitar perdas por superprodução, porém a redução de inventário leva a melhoria em todo o<br />

fluxo. A produção JIT é fundamental para que se consiga um fluxo contínuo.<br />

2.2.3 Mapeamento do Fluxo de Valor<br />

É no mapeamento de fluxo de valor que são analisados todos os pontos anteriores<br />

(valor, cadeia de valor, fluxo), tornando o mapeamento à base para implementação da<br />

Manufatura Enxuta.<br />

Inicialmente, um fluxo de valor é toda ação (agregando valor ou não) necessária<br />

para fazer passar um produto por todos os fluxos essenciais de cada produto (ROTHER;<br />

SHOOK, 1999).<br />

O Mapeamento do Fluxo de Valor ajuda a visualizar os processos individualmente,<br />

os desperdícios e auxilia na tomada de decisões referentes ao fluxo, formando a base para um<br />

16


plano de implementação, onde demonstra a relação entre os fluxos de informação e o fluxo de<br />

material.<br />

O Fluxo de Materiais tem como objetivo acompanhar todo o processo,<br />

identificando assim acumulo de material. Já o fluxo de informações é um pouco mais difícil,<br />

deve-se verificar como cada processo é informado sobre o que fazer e como fazer com o<br />

processo seguinte.<br />

as seguintes etapas:<br />

De acordo com Rother e Shook (1999), a aplicação do fluxo de valor deve seguir<br />

1 – Selecionar uma família de produtos, composta por um grupo de produtos que<br />

passam por etapas semelhantes de processamento e utilizam equipamentos similares em seu<br />

processo;<br />

2 – Desenhar o estado atual e o estado futuro, o que é feito a partir da coleta de<br />

informações no chão de fábrica; as setas entre esses dois estados têm duplo sentido, indicando<br />

que o desenvolvimento de ambos são esforços superpostos; as idéias sobre o estado futuro<br />

virão à tona enquanto se estiver mapeando o estado atual, assim como desenhar o estado<br />

futuro mostrará importantes informações sobre o estado atual que passaram desapercebidas<br />

anteriormente;<br />

Preparar um plano de implementação que descreva, em uma página, como se<br />

planeja chegar ao estado futuro; e tão breve quanto possível, colocá-lo em prática; então,<br />

assim que esse estado futuro tornar-se realidade, um novo mapa deverá ser desenhado, que<br />

nada mais é, que a melhoria contínua do fluxo de valor; portanto, sempre deverá haver um<br />

mapa do estado futuro em implementação; afinal, um mapa do estado atual e todo o esforço<br />

para desenhá-lo são puro desperdício, a menos que se utilize esse mapa para rapidamente criar<br />

e implementar um mapa do estado futuro que elimine as fontes de desperdício e agregue valor<br />

ao cliente.<br />

Rother e Shook (1999) afirmam que, com o mapa do estado futuro em mão, é<br />

preciso implementá-lo rapidamente com o apoio de um plano de implementação do fluxo de<br />

valor, o qual deverá conter metas mensuráveis, responsáveis nomeados e datas definidas.<br />

17


Figura 2: Mapeamento de Fluxo de Valor - Transformação Enxuta: aplicação do mapeamento<br />

do fluxo de valor em uma situação real.<br />

18<br />

Fonte: Queiroz, José Antonio (etc.e ).<br />

O mapa do fluxo de valor é importante para identificar todas as fases do processo e<br />

trabalhar em cada uma delas de forma organizada. É importante sempre realizar o mapa do<br />

fluxo para identificar novas oportunidades de melhoria.


3 MONTADORA AUTOMOBILÍSTICA<br />

3.1 HISTÓRICO<br />

A história da montadora automobilística no Brasil começou na década de 20,<br />

quando a Ford e a General Motors iniciam a fabricação de caminhões. Para esta fabricação, as<br />

peças e conjuntos eram todos importados, portanto as montadoras não se envolviam em<br />

nenhum processo de produção de peças ou desenvolvimento de fornecedores, focando seu<br />

processo apenas na montagem.<br />

O grande impulso das montadoras automobilísticas foi em 1956, quando o<br />

presidente da republica Juscelino Kubitschek tinha como meta trazer o “progresso de<br />

cinqüenta anos em cinco”, incentivando a instalação da planta da Volkswagen no Brasil. A<br />

Volkswagen não importava suas peças como as montadoras anteriores, mas desenvolveu<br />

fornecedores locais para abastecer sua produção. Em seguida, a DKW se instalou no Brasil,<br />

sendo seguida pela Simca (francesa) e a Willys (americana).<br />

Em paralelo, foram surgindo as primeiras fabricas de automóveis com tecnologia<br />

brasileiro, primeiro as carrocerias de ônibus e depois os construtores de pequenos esportivos e<br />

utilitários. Na década de 60, com a proibição da importação, o país teve um grande atraso<br />

tecnológico dos veículos fabricados se comparados a seus paises de origem. Então as<br />

montadoras optaram em produzir carros de passeio e utilitários simples, que atendessem as<br />

necessidades da grande maioria, porém sem deixar de produzir os carros esportivos e<br />

utilitários de aplicações mais específicas.<br />

Dessa forma, surge a oportunidade dos brasileiros de desenvolver sua própria<br />

tecnologia, aumentando os empregos. Surgiram também diversas fábricas pequenas de cupês<br />

esportivos em fibra de vidro.<br />

No começo da década de 90, veio a reabertura do mercado, a qual ocorreu muito<br />

rápido pela invasão de tecnologia de todo o mundo, quase massacrando o produto nacional, o<br />

qual teve que passar por uma grande reestruturação para tornar-se competitivo. O Japão e a<br />

Alemanha reergueram suas empresas após a segunda guerra, financiadas pelo estado. A<br />

Chrysler só sobreviveu com a ajuda do governo americano. O Brasil trouxe multinacionais<br />

estrangeiras oferecendo vantagens fiscais. Somente uma década depois da abertura do<br />

mercado, vimos surgir algumas novas marcas nacionais, agora com qualidade para participar<br />

junto com a concorrência estrangeira.<br />

19


Salerno; Marx; Zibovicius (2003) apontam três fatores que explicam as<br />

peculiaridades do setor automotivo no Brasil:<br />

- Reestruturação interna da produção: busca pela adequação ao modelo japonês<br />

nos anos 1980 e 1990, incluindo o Just-In-Time, trabalhos em equipe, programas de qualidade<br />

total e automação, conferindo forte e intensa restauração das empresas nesta época;<br />

- Novas relações de fornecimento: a abertura de mercado e globalização que<br />

aconteceram nos anos 1990, associadas à promessa de crescimento de países emergentes,<br />

como Brasil, Argentina, México, China e Índia, possibilitaram a entrada de novas montadoras<br />

no Brasil. Tal processo teria encontrado no Brasil um terreno fértil para experimentações de<br />

novos arranjos organizacionais, como por exemplo, os consórcios modulares (ou condomínios<br />

indústriais), onde determinados fornecedores considerados estratégicos se instalaram no<br />

mesmo terreno da montadora e passaram a entregar módulos, subconjuntos e/ou sistemas pré-<br />

montados diretamente nas fábricas das montadoras;<br />

- Atividades de projeto de produto: a definição do produto é um fator decisivo para<br />

o sucesso do negócio e geralmente envolve enormes quantias de dinheiro e prazos longos.<br />

Perseguindo a redução dos associados ao projeto, iniciou-se a idéia de carro e plataforma<br />

mundial, centralizando a produção de veículos em determinados centros de produção e<br />

abastecendo vários mercados consumidores ao redor do mundo.<br />

elas:<br />

Ziber (1996) classifica a evolução da indústria de autopeças em várias fases, sendo<br />

- Início da década de 50 a 1962: expansão do setor, subsidiada por Jucelino<br />

Kubitscheck, com a criação de inúmeras indústrias de autopeças;<br />

geral do país;<br />

- 1062 a 1964: primeira grande crise do setor, em decorrência da crise econômica<br />

- 1965 a 1967: novo crescimento e expansão do setor, devido à frota de caminhões;<br />

- 1068 a 1974: época de ouro, período de intensa inovação de produtos como<br />

forma de garantir o mercado e tentar aumentar a participação. Esta época se caracteriza<br />

também por investimentos em pesquisa e desenvolvimento;<br />

- 1974 a 1980: crise mundial do petróleo e conseqüente desaceleração do<br />

crescimento do setor. Nesta época, para fazer frente ao avanço japonês, as montadoras<br />

americanas passaram a padronizar as peças e componentes em nível mundial, visando a<br />

economia de escala. Os fornecedores de autopeças de primeira camada, com grande<br />

participação de capital estrangeiro puderam acompanhar esta evolução tecnológica graças ao<br />

20


conhecimento técnico a nível mundial. Neste período, também se intensificou a verificação<br />

dos fornecedores por parte das montadoras;<br />

- 1980 a 1990: nova recessão econômica mundial, e as grandes empresas de<br />

autopeças procuraram aumentar seus mercados, ampliando a participação em mercados de<br />

baixa atratividade até então, como o mercado de reposição de peças e o de exportação;<br />

-1990 em diante: caracterizado pela abertura de mercado e globalização, onde a<br />

competitividade e a necessidade de produtos de maior qualidade aumenta a cada dia.<br />

A indústria automobilística brasileira é hoje uma das maiores e mais desenvolvidas<br />

do mundo, com uma produção de 2.5 milhões de veículos em 2005. No Brasil encontram-se<br />

os maiores fabricantes mundiais, como Ford, GM, Volkswagen, Fiat, Renault, Peugeot,<br />

Citroen, Mercedes-Benz, entre outras, e também alguns fabricantes nacionais emergentes,<br />

como a Troller, Marcopolo, Agrale, Randon, etc.<br />

A indústria brasileira possui entidades reguladoras de grande peso, como a<br />

Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que reúne<br />

empresas fabricantes de autoveículos (automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus) e<br />

máquinas agrícolas com instalações no Brasil.<br />

3.2 LOGÍSTICA APLICA<strong>DA</strong> A MONTADORAS<br />

Na década de 80, as empresas procuraram formar alianças, o que se tornou um<br />

ponto essencial para melhoria da logística. Notaram que os consumidores e fornecedores<br />

deveriam fazer parte integrada de seus negócios, para obter vantagem competitiva no<br />

mercado.<br />

Conforme Bowersox (1996) “A logística está relacionada em conseguir oferecer os<br />

produtos e serviços onde eles são necessários e no momento que são desejados”.<br />

Segundo Ballou (2001) “A logística trata de todas atividades de movimentação e<br />

armazenagem que facilitam o fluxo de produtos desde o ponto de aquisição da matéria-prima<br />

até o ponto de consumo final, assim como dos fluxos de informação que colocam os produtos<br />

em movimento, com o propósito de providenciar níveis de serviços adequados aos clientes a<br />

um custo razoável”.<br />

21


Desta forma, busca-se a integração de toda cadeia de suprimentos, produção e<br />

distribuição. Segue-se a tendência de agregar valor, portanto a redução de desperdício e<br />

redução de estoques é uma busca constante para reduzir custos no produto.<br />

Muitas montadoras automobilísticas adotaram parcerias com prestadoras de<br />

serviços logísticos (todas as montadoras automobilísticas do Paraná), que tem como função<br />

básica realizar o controle dos armazéns, abastecimento de linha, recebimento e expedição de<br />

peças.<br />

Podemos verificar na figura abaixo, que a logística é o terceiro maior custo<br />

operacional de uma empresa típica.<br />

Figura 3: Uma Perspectiva dos Principais custos Operacionais de uma Empresa.<br />

Fonte: LANGENDYK, Adriano. 2002. Adaptação de Bernard J. Lalonde, John R.<br />

Grabner e James F. Robeson, 1970 apud Lambert, 1998.<br />

3.2.1 Componentes que Caracterizam um Sistema Logístico<br />

Segundo Alves (2000), temos 4 componentes que caracterizam um sistema<br />

logístico de produção, sendo eles:<br />

O serviço ao cliente, o qual deve determinar as necessidades dos clientes e definir<br />

o nível de serviço logístico oferecido a eles. O nível de serviço ao cliente abrange fatores<br />

22


como: preço, qualidade do produto, tempo de entrega, confiabilidade e consistência de<br />

entrega, freqüência do serviço de entrega, apoio, pós-venda, etc.<br />

O transporte, onde deve promover a seleção do serviço e modo de transporte que<br />

será utilizado, a consolidação do frete, a rota e a programação do veiculo.<br />

A administração de estoque, que deve definir as políticas de estoques; mix de<br />

produtos a serem estocados, número, tamanho e localização dos pontos de estoques.<br />

O fluxo de informações e ordem de processamento definem os procedimentos e<br />

interface da ordem de estoque com seu método de transmissão.<br />

Consideramos como atividades de suporte da logística, a armazenagem,<br />

movimentação de materiais, compras, embalagens, produção e informações.<br />

geográfica.<br />

A armazenagem determina o espaço, layout da área de estocagem e sua localização<br />

A movimentação de materiais promove a seleção de equipamentos e procedimento<br />

de ordens de movimentação de materiais.<br />

O setor de compras tem como objetivo realizar a seleção da fonte de fornecedores,<br />

tempo da compra (lead-time), quantidade a comprar.<br />

O setor de embalagens é responsável pelo projeto para manuseio, estocagem,<br />

proteção contra danos e avarias.<br />

produção do produto.<br />

A produção deve especificar quantidades agregadas e seqüência de tempo de<br />

O setor de informações deve coletar as informações, formatação dos dados, análise<br />

dos dados e procedimentos de controle.<br />

3.2.2 Sistema Milk-Run<br />

A montadora automobilística procura sempre que possível, implementar o sistema<br />

JIT. Todos os fornecedores localizados próximos à planta, foram desenvolvidos com esta<br />

finalidade, porém grande parte está localizada a uma distância incompatível com o sistema<br />

JIT atualmente.<br />

Desta forma, a montadora desenvolve outras formas de abastecimento, procurando<br />

sempre manter o estoque menor possível. Uma das ferramentas utilizadas que demonstram<br />

23


melhores resultados é o sistema Milk-Run aliado a um aviso de embarque diário, conforme<br />

descrito abaixo.<br />

O sistema Milk-Run tem como objetivo coletar peças em fornecedores, num tempo<br />

e rota previamente determinado. Com isso, procura-se a economia de transporte, a otimização<br />

de cargas e redução de estoques na cadeia de suprimentos. Normalmente a montadora analisa<br />

a freqüência que determinado item deve ser coletado, a quantidade de peças e determina a rota<br />

mais eficiente.<br />

Figura 4: Sistema de Coleta Programada de Peças Milk Run<br />

24<br />

Fonte: Alves de Souza, Delmo. 2000<br />

A montadora envia diariamente um arquivo eletrônico para os fornecedores,<br />

indicando qual item e quantidade deve ser embarcado no Milk-Run no mesmo dia. O<br />

fornecedor fatura o material solicitado e aguarda o horário da coleta combinado previamente.<br />

No momento em que o fornecedor emite a nota-fiscal do produto, a montadora recebe a<br />

confirmação dos itens e quantidades que serão coletadas (aviso de embarque).<br />

Este sistema está apresentando bons resultados para a montadora, porém apenas<br />

uma pequena parte de seus fornecedores utiliza esta ferramenta. A tendência é de que nos<br />

próximos cinco anos, todos os fornecedores estejam aptos a adotar este sistema.


A logística envolve um complexo sistêmico entre as partes que compõem uma<br />

organização. Para seu sucesso almeja-se a união harmônica entre: Integração da informação,<br />

transporte, estoque, armazenagem e movimentação de material e embalagem (Bowersox;<br />

Closs, 1996).<br />

A montadora automobilística estudada tinha os seguintes princípios logísticos<br />

quando se instalou no Paraná:<br />

importado;<br />

- Estoques mínimos de materiais e processos transparentes nas linhas;<br />

- Manuseio de materiais com a menor freqüência possível;<br />

- Manuseio visual de abastecimento;<br />

- Fornecimento direto de módulos do Parque Indústrial (PIC);<br />

- Previsão de 90 pessoas para área de administração logística;<br />

- Tempo de estoque de 4 dias para material nacional e 10 dias para material<br />

- Entrada de material de aproximadamente 60 containers/dia, 70 caminhões e 100<br />

caminhões de entrega de peças JIT diretamente do PIC.<br />

25


4 FORNECEDORES<br />

O conceito de cadeia de suprimentos adotado inicialmente na década de 50 pela<br />

Toyota tem como principio a participação de fornecedores diretamente no desenvolvimento<br />

de produtos. A parceria entre cliente e fornecedor exige confiança entre as partes e clareza nas<br />

informações, pelo comprometimento de ambas as partes – COMERSHIP.<br />

Segundo Correa e Gianesi (1996) “O relacionamento cooperativo de longo prazo<br />

também permite que os fornecedores sejam trazidos ao processo de desenvolvimento de<br />

produtos ou componentes, nos primeiros estágios do projeto”.<br />

Salerno et al. (1998) afirmam que a relação entre fabricantes de veículos e<br />

fornecedores de autopeças sempre foi tensa no Brasil. Descrevem que as relações de<br />

fornecimento eram caracterizadas por uma estrutura piramidal, onde no topo estariam<br />

fornecedores com padrões competitivos para exportar para países indústrializados. Na década<br />

de 90, verifica-se uma mudança na mentalidade e incentivo à nacionalização. Verificou-se<br />

então a seleção rigorosa e redução do número de fornecedores, desverticalizando os padrões<br />

de fornecimento.<br />

Os fornecedores são organizados por níveis, onde o nível um fornece subsistemas<br />

completos para entrar na linha de montagem. O nível dois corresponde a fornecedores de<br />

componentes, peças e materiais. Fornecedores dos níveis três e quatro são responsáveis por<br />

peças isoladas e materiais de menores valores.<br />

Um fator prioritário na relação entre cliente e fornecedor é o comakership,<br />

considerado uma relação evoluída na estratégia empresarial.<br />

4.1 COMAKERSHIP<br />

O comakership adota a filosofia de qualidade total por toda empresa e nos<br />

princípios da organização JIT. Este sistema é caracterizado pela parceria total entre cliente e<br />

fornecedores.<br />

Kaibara (1998) cita como principais características do comekership, o controle de<br />

qualidade, a cadeia de valor, a gestão total da produção e o desenvolvimento do processo de<br />

produção.<br />

O Controle de Qualidade Total em Grupo prevê uma estreita integração da<br />

empresa com seus fornecedores, especialmente no que se refere à garantia da Qualidade, as<br />

26


mais recentes evoluções de tal estratégia tornam, sem dúvida, a relação cliente e fornecedor o<br />

foco do negócio.<br />

A lógica é ver cada negócio de forma global, considerando todo o grupo de<br />

empresas envolvidas no negócio. É com esta visão que se devem definir a política e a<br />

estratégia de desenvolvimento com o objetivo da satisfação do cliente. É uma abordagem<br />

empregada pela indústria japonesa.<br />

A Cadeias de Valor apresenta os modelos estratégicos da empresa fazer negócios<br />

muito condicionada à cadeia de negócios na qual está colocada e operando. Isso quer dizer<br />

que uma empresa, mesmo perfeita, porém colocada em uma cadeia de negócio de baixo valor<br />

agregado e com fornecedores e clientes pouco capazes, está destinada ao fracasso.<br />

Já uma empresa, ainda que com imperfeições, mas colocada numa cadeia certa,<br />

com fornecedores e clientes capazes está destinada ao sucesso. Sob esse ponto de vista, as<br />

interligações fornecedor-cliente, desde a estratégia até o relacionamento operacional, tornam-<br />

se fatores prioritários para determinar o valor de uma cadeia de negócio.<br />

A Gestão Total da Produção no sistema Just-In-Time demonstra que a relação com<br />

fornecedores é, obviamente, um dos aspectos operacionais necessários para alcançar os<br />

resultados desejados. A evolução nos processos de controle de gestão e de contabilidade<br />

indústrial, orientados no sentido dos custos globais, representa modificações significativas nos<br />

sistemas de avaliação de fornecedores, com relação às lógicas de parcerias baseadas em<br />

custos operacionais.<br />

O Desenvolvimento do Processo de Produção relata as abordagens mais recentes e<br />

inovadoras para o desenvolvimento e a indústrialização de novos produtos baseiam-se na<br />

integração entre produto e processo (projetar produto e tecnologia simultaneamente, ou o<br />

produto em função da tecnologia existente), partindo das necessidades do cliente.<br />

Uma vez que boa parte das tecnologias de um produto consiste em tecnologias dos<br />

fornecedores, é óbvio que esta abordagem faz com que os fornecedores participem do<br />

desenvolvimento do produto. As implicações estratégicas, políticas e operacionais dessas<br />

abordagem levam à definição de novas regras, exatamente aquelas previstas pelo<br />

comakership.<br />

27


4.2 PARCERIA COM FORNECEDORES<br />

A parceria é um contrato para alcançar um objetivo estratégico de interesses<br />

mútuos. Esta parceria exige intensa cooperação, através da troca de informações e pela<br />

confiança.<br />

Um dos pontos principais que levam a parceria, é a busca da garantia total de<br />

qualidade das peças fornecidas, o que tende a ser facilitado pela redução do número de<br />

fornecedores.<br />

Existe uma grande pressão da parte de compras por redução de preços, o que<br />

aumenta a insegurança dos fornecedores por tratar-se de um mercado bastante concorrente.<br />

Devemos observar que nem sempre somente o preço do produto deve ser levado em<br />

consideração, pois aumenta relativamente os custos do produto final algumas variáveis, como:<br />

rejeições, inspeções, paradas de máquinas, quebras de ferramentas, retrabalhos, refugos e<br />

devoluções.<br />

processo estável.<br />

Verificamos então a necessidade de fornecedores confiáveis para garantir um<br />

Schonberger (1984) afirma que desenvolver um fornecedor é fazer dele sua<br />

“família”. Devemos evitar circunstâncias que causam baixo desempenho do fornecedor, pois<br />

além de prejudicar a parceria, pode comprometer a qualidade do produto e novos<br />

investimentos.<br />

A empresa deve verificar o processo do fornecedor e negociar preços e demais<br />

condições de tal maneira que seus fornecedores obtenham lucro, para não impedi-los de<br />

conseguir investir em melhorias ou ainda se manterem no negócio.<br />

A empresa não pode reter informações sobre o planejamento da produção e das<br />

compras, fazendo com que o fornecedor projete, compre, monte e entregue tarde ou cedo<br />

demais. Tal atitude certamente poderá afetar seu desempenho econômico financeiro.<br />

A empresa deve especificar detalhadamente as respectivas características do<br />

componente a ser comprado e como e onde será aplicado, para que o fornecedor possa<br />

controlar a qualidade na fonte.<br />

A empresa deve compartilhar seu conhecimento sobre as melhores práticas de<br />

negócios, de modo que o fornecedor consiga melhorar ou manter um bom nível tanto técnico<br />

como comercial.<br />

O comprador não deve insistir na prática tradicional de efetuar concorrências de<br />

compra baseadas nos "leilões de preço quem dá menos". A prática destes leilões resulta numa<br />

28


sucessão contínua de reinícios; isto é, a existência de um ciclo interminável de entrada de<br />

fornecedores "novatos", sem nenhum progresso no aprendizado.<br />

A definição clara dos objetivos, a responsabilidade, a cooperação na troca de<br />

informações e o alto grau de profissionalização são fatores essenciais para obter a parceria.<br />

Segundo Kaibara (1998), a parceria pode ser considerada como um estágio<br />

avançado do processo de cooperação entre empresas, para criar valor nos negócios e dividir<br />

riscos. E, portanto, significa que a partir do momento em que as organizações decidem formar<br />

uma parceria, o sucesso desta nova relação, dependerá do empenho dos gestores do processo<br />

para consolidá-la. Podemos obter alguns resultados como transferência de parte da fabricação<br />

para o parceiro, desenvolvimento conjunto de projetos, transferência de máquinas para as<br />

instalações do parceiro, implantação de programas de otimização de custos, financiamento de<br />

projetos, máquinas e equipamentos, melhoria de processos produtivos, treinamento de<br />

pessoal, consultoria técnica, aval financeiro para empréstimos junto a entidades públicas e<br />

privadas, compra de matérias-primas em quantidades e preços mais competitivos.<br />

Portanto desenvolver um fornecedor consiste na prestação de serviços de<br />

consultoria e de acessoria, para auxiliar a identificação e análise de problemas. Normalmente<br />

este é um processo lento, que exige disponibilidade de tempo para visitar os fornecedores,<br />

conhecer seu processo, trocar informações e junto com ele diagnosticar seus problemas e<br />

prestar assistência.<br />

4.3 EVOLUÇÃO ORGANIZACIONAL<br />

A relação entre clientes e fornecedores segue uma linha de evolução, bem<br />

demonstrada no modelo de Merli, em quatro níveis de desenvolvimento, o qual pode dar uma<br />

visão da evolução do relacionamento em termos mais globais.<br />

O Primeiro Nível é considerado a abordagem mais convencional, que tem como<br />

prioridade os preços. Suas principais características são a abordagem entre adversários em<br />

contraposição de interesses, baseado em relações de força, avaliação de fornecedores quanto a<br />

preços e garantia (entregas, qualidade), inspeção de recebimento (100 % dos lotes) baseada<br />

nas amostragens estatísticas, certificados formais, controle por inspeção dos fornecedores.<br />

29


Podemos citar como slogan deste nível: "Os fornecedores são pontos de venda<br />

onde compramos pelo melhor preço.”<br />

O Segundo Nível procura a melhoria da qualidade, é o início de relacionamento a<br />

longo prazo. Começo do uso experimental de comakership como modelo de referência, reduz-<br />

se o número de fornecedores, os quais são avaliados com base nos custos totais da Qualidade.<br />

Tem início a autocertificação de fornecedores e o sistema de compra de sistemas e não de<br />

componentes. Começa o sistema de fornecimento JIT.<br />

Temos como Slogan: "Fazer a qualidade junto aos fornecedores.”<br />

O Terceiro Nível é a integração operacional, com o controle dos processos dos<br />

fornecedores e dos processos globais. É feita a avaliação de fornecedores levando em conta a<br />

aptidão dos processos, o comakership tem grande ampliação. É iniciado o programa de<br />

melhoramento com os fornecedores e diversos sistemas de garantia de qualidade. Ocorre a<br />

ampliação das autocertificações e ampliação do JIT, assim como inicio de fornecimentos<br />

sincronizados.<br />

fornecedor".<br />

Podemos citar como Slogan: "O processo produtivo começa na casa do<br />

O Quarto Nível é a integração estratégica, onde ocorre o gerenciamento comum<br />

dos procedimentos de negócios, avaliação global dos fornecedores (tecnológica e estratégica),<br />

feedback do mercado transmitido diretamente ao fornecedor, Co-design de produto/processo<br />

amplo (com Quality Function Deployment – QFD, ou Desdobramento da Função Qualidade).<br />

Inicia a parceria nos negócios com alguns dos fornecedores mais importantes,<br />

feedback do mercado em tempo real com diagnósticos diretos do campo, ampliação dos<br />

fornecimentos sincronizados, acordos sobre estratégias e políticas em nível máximo, sistemas<br />

de garantia de Qualidade globais (integrados).<br />

Temos como Slogan: "Fazer negócios juntos.”<br />

A maioria das grandes empresas hoje estão no quarto nível ou desenvolvimento<br />

das ações para chegar a ele, assim como a montadora automobilística estudada.<br />

Merli também considera tipos de relacionamento operacionais, que estão<br />

atualmente em formação no ocidente em três faixas de referência (classes), em função do grau<br />

de desenvolvimento do comakership.<br />

30


Elas são assim caracterizadas em três classes:<br />

A Classe III é conhecida como fornecedor "normal", onde a negociação é baseada<br />

em especificações de Qualidade mínima e focalizada nos preços.<br />

Isso significa que para os fornecimentos relativos a fornecedores desta classe, a<br />

empresa cliente seleciona no mercado todos os possíveis fornecedores com base nas<br />

especificações de Qualidade mínima aceitável, escolhendo a seguir os que podem garantir os<br />

menores preços.<br />

Obviamente, administrando pelo menos dois ou três fornecedores<br />

simultaneamente, seja para ter fontes alternativas, seja para conseguir concorrência nos<br />

preços.<br />

O fornecimento é baseado em lotes individuais a curto prazo. Não se dá nenhuma<br />

garantia ao fornecedor de futuros fornecimentos, que só serão ganhos por ele com base nos<br />

preços que cotar na próxima solicitação. Não se justifica a comunicação sobre dados relativos<br />

a necessidades previstas para o futuro, a não ser a nível informativo, para exercer pressão<br />

psicológica.<br />

São feitas inspeções sistemáticas dos fornecimentos (recebimento). Estes<br />

fornecimentos, garantidos como tendo Qualidade através, somente, da assinatura de um<br />

contrato com eventuais sanções, são, sem dúvida, totalmente controlados antes de serem<br />

aceitos e despachados.<br />

A possibilidade de se fazer apenas amostragem estatística ou free pass são riscos<br />

assumidos unilateralmente pela empresa cliente com base em dados históricos ou pela faixa<br />

criticidade do componente em questão.<br />

Tem-se a necessidade de prever estoques de segurança. O fato de o fornecedor ser<br />

avaliado somente pelas suas saídas (preço, serviço e Qualidade fornecidos) pressupõe riscos<br />

ligados ao fato de não se saber como ele poderá garantir tais serviços ao longo do tempo.<br />

Pode ser, por exemplo, que ele consiga fornecer a Qualidade exigida apenas por<br />

intermédio de significativos refugos de produção ou o serviço unicamente por meio de<br />

grandes estoques. Isto constitui risco para o cliente, já que não se sabe se os processos do<br />

fornecedor são estáveis ou não quanto à garantia da Qualidade e capacidade de resposta às<br />

mudanças nos programas. Por esse motivo, é necessário proteger-se através de estoques de<br />

segurança de tais materiais.<br />

A relação entre cliente e fornecedor ligado a uma situação de classe III pode<br />

chegar à configuração-limite em que o cliente tenta aproveitar os momentos de necessidade<br />

do fornecedor, conseguindo preços favoráveis ou o fornecedor tenta aproveitar os momentos<br />

31


de necessidade produtiva do cliente para descarregar sobras de estoque eventualmente a um<br />

preço elevado.<br />

Portanto, é necessário proteger-se em nível de sistemas (inspeção e segurança)<br />

tendo em vista um relacionamento bem diferente do de confiança recíproca.<br />

Na classe II, vemos o fornecedor integrado (comakership operacional), o qual<br />

trata-se do nível intermediário entre o fornecedor normal e o comaker verdadeiro. O<br />

comakership, neste caso, é limitado só às atividades operacionais.<br />

Nesta fase, temos um relacionamento em longo prazo revisto periodicamente. Este<br />

tipo de fornecedor, transformado em fornecedor habitual e tendo as características para assim<br />

continuar, não sofrerá concorrência a cada necessidade de compra, valendo-se de uma política<br />

de médio-longo prazo em seu benefício.<br />

As condições do relacionamento são definidas anualmente. Quando aparece um<br />

fornecedor alternativo interessante, não é acionado imediatamente o procedimento de<br />

substituição, mas tenta-se recuperar o fornecedor integrado, eventualmente ajudando-o a<br />

alcançar o nível do concorrente.<br />

Temos a possibilidade de oscilação dos preços com base em critérios concordados.<br />

O preço dos fornecimentos é controlado por mecanismos de oscilação. O critério pode ser o<br />

de amarrar o preço a índices de custo das matérias-primas e dos serviços, ou de se referir ao<br />

preço médio daquele mercado de fornecimento.<br />

Esta segunda abordagem só é possível quando a empresa cliente é dotada de uma<br />

adequada capacidade de análise de mercado (marketing de compra) e quando existe um<br />

relacionamento de suficiente confiança entre as duas partes.<br />

A qualidade garantida e autocertificada tem com base os critérios concordados. O<br />

fornecedor integrado conhece o uso de seu fornecimento e, portanto, as funções que os seus<br />

produtos devem cumprir.<br />

Para se tornar integrado, ele teve que se submeter a uma avaliação da capabilidade<br />

do seu processo por parte do cliente, e, portanto, foi acertado que ele tinha a capacidade e o<br />

conhecimento suficientes para evitar o fornecimento de produtos não-conforme.<br />

Se acontecer, por exemplo, de ele entregar produtos não conforme, por duas vezes<br />

consecutivas, surgirão sérias dúvidas com relação à sua capacidade ou sua boa fé. O fato<br />

poderia servir para o seu cancelamento como fornecedor.<br />

A autocertificação por meio da assinatura do termo de responsabilidade em relação<br />

a um fornecimento pode constituir a primeira fase necessária para estabelecer este tipo de<br />

32


elação. O objetivo, entretanto, é a garantia de autocertificação assinada uma única vez e não<br />

inúmeros documentos que no fundo implicam só em custos e burocracia.<br />

As empresas têm responsabilidades globais pelos produtos fornecidos. Diante dos<br />

relacionamentos descritos no item precedente, o fornecedor assume responsabilidade total<br />

sobre as conseqüências das eventuais não –conformidades do produto fornecido. Atualmente,<br />

nos termos da lei, a empresa cliente tem responsabilidade semelhante em relação ao<br />

cliente/consumidor final.<br />

Nesta classe, não é feita nenhuma inspeção de recebimento. É óbvio que em<br />

relação a um fornecedor, do qual se verificou a confiabilidade de sua Qualidade e que<br />

assumiu toda a responsabilidade a respeito, será adotada uma lógica de free pass, eliminando<br />

toda a inspeção de recebimento.<br />

Com todas as vantagens econômicas, de armazenagem, de tempo e, portanto, de<br />

programação inerentes ao nível evoluído do relacionamento. É comum no Japão e também no<br />

Ocidente, atribuir ao fornecedor que passou ao regime de free-pass um acréscimo no preço<br />

total ou metade do custo economizado pela empresa cliente.<br />

O reabastecimento é feito direto aos setores em pull e sem estoque intermediário.<br />

Se o contexto do relacionamento for o da organização JIT, os fornecimentos podem ser feitos<br />

diretamente aos setores de produção.<br />

Isso implica modificações no sistema logístico empresarial, mas com vantagens<br />

enormes: o fornecedor alimenta diretamente os postos de serviço da produção sem estoques<br />

intermediários, sem manuseio de armazenagem e de fornecimento, sem transportes<br />

intermediários.<br />

Os fornecimentos são freqüentes, em pequenos lotes, no âmbito de pedidos em<br />

aberto. O sistema se torna extraordinariamente econômico. Surge a possibilidade de utilizar as<br />

lógicas do just-in-time que, como se sabe, comporta fornecimentos em pequenos lotes com<br />

freqüência superior à precedente. É muito comum passar de fornecimentos de lotes mensais<br />

para fornecimento diários.<br />

Vemos uma melhoria sistemática da Qualidade e dos preços dos produtos<br />

fornecidos. Quando se faz uma parceria com um fornecedor, ele deve ser um componente<br />

ativo das estratégias da empresa cliente.<br />

A empresa que integra os fornecedores é, com certeza, uma empresa voltada para a<br />

lógica da Qualidade Total e, portanto, com programas de melhoria contínua. O fornecedor não<br />

pode se eximir desta estratégia de busca da excelência e deve contribuir gerando melhorias<br />

contínuas.<br />

33


Este aspecto pode ser colocado nas mesmas condições de contrato, onde, por<br />

exemplo, o fornecedor se empenha em reduzir os preços reais em 3% ao ano e melhorar em<br />

30% ao ano a Qualidade fornecida.<br />

É realizado consultoria e treinamento dos fornecedores, onde a empresa cliente<br />

tem todo o interesse que o fornecedor amplie continuamente a sua capacidade e, portanto,<br />

investirá em ações e recursos dedicados ao crescimento do fornecedor.<br />

A contribuição varia desde um mínimo, que prevê a transmissão de conhecimentos<br />

necessários para uma boa integração nas lógicas do cliente, até um máximo, que dá um total<br />

suporte de consultoria (desde problemas qualitativos até problemas organizacionais e<br />

gerenciais). Quanto menor for o fornecedor e mais ligado ao cliente, mais apoio será do<br />

segundo tipo.<br />

Na Classe I, temos fornecedor Comaker, neste caso, um comakership global que<br />

assume também as características de parceria no negócio. O relacionamento operacional é o<br />

da classe II; os aspectos específicos são:<br />

Cooperação no projeto de novos produtos/tecnologias. Este tipo de fornecedor não<br />

está somente integrado no sistema operacional da empresa cliente, mas contribui também para<br />

a definição do negócio comum (o fornecedor vive do negócio do cliente e o cliente vive da<br />

capacidade do fornecedor de atendê-lo).<br />

Uma consideração importante a ser feita é que quase sempre, a empresa cliente é<br />

baseada e contém as tecnologias dos fornecedores. Envolver os fornecedores no projeto (co-<br />

design) constitui seguramente uma vantagem competitiva. Esta integração em nível de<br />

produto pode ser realizada somente com um número limitado de fornecedores, que foram<br />

submetidos a uma cuidadosa análise e avaliação.<br />

Investimentos comuns em P&D e em realizações tecnológicas e intercâmbio<br />

contínuo de informação sobre os processos e produtos. Um feedback imediato, que vai do<br />

mercado da empresa cliente diretamente ao fornecedor, permite obter várias avaliações<br />

globais e capacidade de realizar rapidamente as mudanças necessárias, além de fornecer<br />

indicações/idéias muito úteis a ambos. É a realização da lógica classe mundial da empresa<br />

aberta (considerando-se toda a cadeia em que opera).<br />

Um bom relacionamento com o fornecedor é uma característica fundamental para<br />

utilização da filosofia JIT, onde o processo deve ser integrado de forma eficiente. Para isso, é<br />

importante o comprometimento entre o cliente e o fornecedor, desenvolvendo parcerias.<br />

34


4.4 FORNECEDORES JIT<br />

De acordo com Tubino (1999), a meta do JIT na área de fornecimento é reduzir a<br />

base de fornecedores para fixar contratos de longo prazo, podendo-se atingir maior ganho de<br />

escala, retorno dos investimentos, difusão dos conhecimentos e transferência de tecnologias,<br />

processos focalizados e coordenação de entregas.<br />

Segundo Lubben (1989), um contrato de longo prazo fortifica a segurança de saber<br />

que as relações comerciais continuarão enquanto o fornecedor permanece competitivo e<br />

atende aos compromissos. Adicionalmente, o fornecedor tem garantia de lucro, enquanto o<br />

cliente tem garantia de estar pagando o valor justo pelo produto. Além da confiança mútua<br />

que geram pagamentos e lucros justos, a familiaridade com os processos de fabricação e de<br />

controle de qualidade entre fornecedores e cliente, promove a eliminação de desperdícios no<br />

processo de reposição externa.<br />

Entre alguns fatores essenciais para o sucesso do Just-in-Time, temos a relação<br />

entre clientes e fornecedores. O relacionamento com os fornecedores é radicalmente mudado<br />

com o JIT. A necessidade de entregas freqüentes, com qualidade assegurada e dentro de um<br />

prazo perfeitamente calculado, exige uma forte parceria. Essa parceria exige confiança entre<br />

as partes e clareza nas informações, através do comprometimento de ambas as partes.<br />

35


Programas de<br />

melhoria da<br />

qualidade<br />

Controle da<br />

qualidade<br />

Aumento nas<br />

receitas<br />

Na figura abaixo demonstramos um ciclo fechado de produção aplicando o JIT.<br />

Menores lotes<br />

de produção<br />

Programas de<br />

redução de<br />

setup<br />

Sistema “puxe”<br />

kanban<br />

36<br />

Figura 5: Ciclo Fechado<br />

Fonte: MATTOS, Caiton de. O Sistema Just In Time. 2004<br />

O fornecedor deve receber informações precisas e com bastante freqüência,<br />

trocando estas informações com seu cliente. É importante a constante troca de informações e<br />

que estas sejam precisas, pois a estrutura Just in Time é bastante sensível e não comporta<br />

erros de abastecimento e atrasos de entregas.<br />

Técnicas de<br />

melhoria/solução<br />

de problemas<br />

Plano mestre<br />

Programas de melhoria no<br />

processo fabril, programação etc.<br />

Colaborador<br />

multifuncional<br />

Sistema JIT de produção<br />

Redução de custos/eliminação<br />

de desperdícios<br />

Aumento no<br />

retorno sobre o<br />

investimento<br />

Parcerias<br />

Menor<br />

investimento<br />

Layout<br />

Para que essa relação torne-se eficiente, é necessário que a confiança e o<br />

comprometimento de ambas as partes seja primordial. A empresa deve contar com seu


fornecedores como se fossem parte de seu processo produtivo, ou uma continuidade de sua<br />

própria organização.<br />

De acordo com Lubben (1989):<br />

Se a falha em atender aos compromissos é a mais séria forma de quebra em um sistema JIT,<br />

então o desenvolvimento de uma estrutura para assegurar que os compromissos sejam<br />

mantidos é da mais alta prioridade. A confiança do cliente na capacidade do fornecedor em<br />

atender ao planejamento de produção e aos requisitos de qualidade vem com<br />

desenvolvimento de uma parceria aberta e honesta.<br />

O condomínio indústrial é adotado nas novas montadoras, onde os fornecedores<br />

entregam as peças ou módulos diretamente na linha de montagem. Desta forma, procura<br />

otimizar a produção e agregar valor ao produto final.<br />

37


5 LEVANTAMENTO <strong>DE</strong> <strong>DA</strong>DOS<br />

Neste estudo de caso, foi analisada uma montadora localizada em São José dos<br />

Pinhais (Pr). Todos os fornecedores localizados a uma distância inferior a 30 km estão no<br />

sistema Just In Time. O que dificulta a ampliação deste projeto é à distância da maioria dos<br />

fornecedores, que estão localizados em São Paulo.<br />

Desde sua instalação, a fábrica já foi desenvolvida para receber as peças JIT, com<br />

docas especiais, tacteamentos específicos e até mesmo um parque indústrial para instalação<br />

dos fornecedores.<br />

Para a montadora, os parâmetros a serem analisados para que uma peça tenha seu<br />

abastecimento JIT são: a complexidade do módulo ou grande variedade de peças do<br />

fornecedor, seu tamanho e seu custo.<br />

Para atender o objetivo específico de identificar os fornecedores, foi feito o<br />

seguinte levantamento:<br />

5.1 Levantamento de Fornecedores<br />

A montadora possui hoje 15 fornecedores JIT`s, sendo que 12 deles estão localizados<br />

dentro do parque indústrial (PIC). Abaixo a relação de fornecedores e principais itens<br />

fornecidos a montadora:<br />

- Peguform: pára-choques,<br />

- Johnson Controls: bancos,<br />

- Ficosa: espelhos retrovisores,<br />

- Delphi: chicotes,<br />

- Metagal: espelhos retrovisores e tampas do tanque de combustível,<br />

- Plastic Omnium: pára-choques,<br />

- Pirelli: pneus,<br />

- Iramec / Intertrim: revestimentos de porta,<br />

- Aethra: tanques de combustível,<br />

- Inylbra: tapetes,<br />

- SAS: painéis,<br />

- Kautex: tanques de combustível,<br />

- Sekurit: vidros,<br />

38


- KMAB: coluna de direção,<br />

- Faurecia: revestimentos.<br />

5.1.1 Peguform<br />

Empresa de origem Alemã fundada em 1959, fornece pára-choques para a<br />

montadora. Possui aproximadamente 250 funcionários na planta localizada no parque<br />

indústrial e 7000 fornecedores em todo o mundo. Das 17 fabricas, a única localizada no Brasil<br />

é a planta de Curitiba.<br />

39<br />

Figura 6: Fábricas da Peguform<br />

Fonte: Site www.Peguform.com


5.1.2 Johnson Controls<br />

Figura 7: Foto da fábrica da Peguform no Parque Indústrial<br />

40<br />

Fonte: Site www.Peguform.com<br />

Empresa Americana fundada em 1883, fornece bancos para a montadora. Possui<br />

aproximadamente 250 funcionários na planta localizada no parque indústrial e 136.000<br />

empregados em todo o mundo.<br />

5.1.3 Ficosa<br />

A Ficosa foi fundada em 1949, na Espanha. Fornece para a montadora espelhos<br />

retrovisores externos. Está instalada no parque indústrial há aproximadamente seis meses,<br />

sendo ainda considerada um fornecedor em desenvolvimento na tratativa Just In Time.<br />

5.1.4 Delphi


Empresa Americana de componentes eletrônicos com 188.000 funcionários em<br />

todo o mundo. Possui 167 fábricas e 32 centros tecnológicos. Fornece chicotes elétricos para a<br />

montadora.<br />

5.1.5 Metagal<br />

A Metagal é uma empresa nacional que foi fundada em 1935, com atuação no<br />

Brasil, Argentina, América do Norte, Europa e Oceania. Fornece para a montadora espelhos<br />

retrovisores internos e externos e tampas do tanque de combustível.<br />

5.1.6 Plastic Omnium<br />

A Plastic Omnium possui 56 empresas com aproximadamente 5.200 funcionários<br />

em todo o mundo. Fornece a montadora pára-choques dianteiros e traseiros.<br />

5.1.7 Pirelli<br />

Empresa fundada em 1872, é uma das maiores fabricantes de pneus no mundo. Sua<br />

fábrica está localizada em São Paulo, possuindo uma sede para montagem e sequenciamento<br />

no Parque Indústrial de Curitiba<br />

5.1.8 Grupo Antolin<br />

41


Empresa fundada em 1950, possui três fabricas no Brasil, Intertrim, Iramec e<br />

Trimtec, ambas fazem parte do Grupo Antolin. Fornece a montadora revestimentos de porta e<br />

teto.<br />

5.1.9 Aethra<br />

Fundada em 1974, possui quatro fábricas em Minas Gerais e uma no Paraná.<br />

Fornece a montadora tanques de combustível e peças estampadas diversas.<br />

5.1.10 Inylbra<br />

42<br />

Figura 8: Planta da Aethra no Paraná<br />

Fonte: Site www.aethra.com.br<br />

Empresa atuante no mercado brasileiro a mais de trinta anos, possui sua central em<br />

São Paulo e uma filial em Curitiba. Fornece a montadora tapetes e revestimentos.<br />

5.1.11 SAS<br />

A SAS é uma empresa que está localizada dentro da linha da montadora, a qual<br />

realiza a montagem de painéis em uma linha paralela a qual se une com a linha da montadora.


Não fornece peças, a montadora disponibilizada todos os componentes para que a SAS<br />

entregue o módulo pronto.<br />

5.1.12 Kautex<br />

A Kautex é uma empresa Alemã que possui 5.000 funcionários distribuídos por 32<br />

fábricas em todo o mundo. Fornece a montadora tanques de combustível.<br />

5.1.13 Sekurit<br />

O Grupo Saint-Gobain está no Brasil desde a década de 60. Está presente em 46<br />

países, com mais de 1.200 empresas e 171.000 empregados. Fornece vidros para a montadora.<br />

5.1.14 KMAB<br />

A KMAB pertence ao grupo Thyssen Krupp, empresa alemã de grande porte,<br />

possui aproximadamente 188.000 funcionários sendo atuante no mercado a mais de um<br />

século. Fornece para a montadora colunas de direção.<br />

5.1.15 Faurecia<br />

revestimentos.<br />

Empresa francesa fundada em 1810, fornece a montadora diversos tipos de<br />

43


A procura por fornecedores JIT é gerada pelo complexo sistema de abastecimento de<br />

peças, procurando eliminar estoques intermediários. A seguir apresentamos um esquema do<br />

lay-out da linha e principais pontos de montagem de peças JIT.<br />

44


45<br />

Figura 9: Linha de Montagem<br />

Fonte: O Autor


Para atender o objetivo específico de identificar o sistema de abastecimento JIT na<br />

montadora e o processo de informação gerencial, foi levantado o processo dentro da<br />

montadora:<br />

5.2 TECNOLOGIA <strong>DA</strong> <strong>IN</strong>FORMAÇÃO<br />

No sistema JIT o fluxo de informação é muito importante para a troca de<br />

informações e para um gerenciamento eficaz de toda a cadeia. Segundo Meredith (2002) o<br />

principal benefício proveniente da utilização da tecnologia da informação é disponibilizar<br />

todas as informações necessárias no momento em que se precisa delas, com rapidez e<br />

confiabilidade, para todos os participantes da cadeia. Isto propicia redução dos estoques ao<br />

longo da cadeia, pois os membros são substituídos por informações de demanda e produção.<br />

Entre estas informações estão os pedidos dos clientes, disponibilidade de produtos e<br />

programações de entregas, programações e autorizações de produção, documentos fiscais e<br />

informações diversas necessárias para o planejamento, coordenação e gerenciamento da<br />

cadeia.<br />

5.2.1 EDI<br />

O EDI (eletronic data interchanga) é uma das ferramentas mais utilizadas no<br />

comércio eletrônico, onde as informações são transmitidas em um formato padrão. Esta<br />

ferramenta favorece o envia e recebimento mais rápido de informações, melhoria no<br />

atendimento aos clientes, menos utilização de papel e maior confiabilidade nas informações.<br />

O EDI no sistema JIT facilita a comunicação entre clientes e fornecedores o que<br />

permite que a montadora envie a programação momentos antes da produção. Esse sistema<br />

permite que os fornecedores montem os módulos ou conjuntos pouco tempo antes da entrega,<br />

reduzindo também estoque nos fornecedores.<br />

A montadora possui um contrato com uma empresa terceirizada, a qual é<br />

responsável pela manutenção das informações e suporte técnico, tanto para a montadora<br />

quanto para seus fornecedores. Esta empresa disponibiliza o treinamento para todos os<br />

fornecedores nacionais e uma equipe de plantão dentro da montadora, facilitando o controle<br />

dos dados e informações. A montadora possui uma equipe de informática, porém é<br />

responsável apenas por centralizar as informações repassando a empresa terceirizada e<br />

monitorando suas atividades.<br />

46


5.2.2 MRP<br />

O MRP (material requirement planning) surgiu da necessidade de planejar a<br />

necessidade de materiais.<br />

O MRP na montadora indica a demanda diária (planejamento de produção) por<br />

item / peça. Como a maioria das montadoras possui diversos modelos de carros, temos uma<br />

grande variedade de peças. A montadora possui aproximadamente 10.000 peças, o que exige<br />

um sistema eficiente para planejamento.<br />

A montadora desenvolveu um sistema próprio de acordo com sua necessidade.<br />

Diariamente é gerado um relatório de peças com estoque inferior a cinco dias, para ser<br />

verificado pelos analistas da logística. Principais informações do MPR da montadora:<br />

- item (código e nome da peça)<br />

- estoque (quantidade disponível)<br />

- demanda (volume diário)<br />

- fornecedor (código e nome do fornecedor)<br />

- freqüência de entrega<br />

- programação (release enviado por EDI)<br />

- aviso de embarque<br />

Este relatório é denominado lista crítica, o qual recebe diariamente informações de<br />

demanda da Logística Central (planta matriz), cruza as informações com o estoque disponível<br />

de cada item e gera um alarme para itens com menos de cinco dias em estoque.<br />

Para os fornecedores de peças JIT, a montadora possui cinco ferramentas para<br />

planejamento e acompanhamento de produção, sendo elas: Release, Pipeline, chamada B000,<br />

chamada F000, chamada F650.<br />

5.2.3 Release<br />

O release é uma arquivo enviado via EDI semanalmente aos fornecedores, onde<br />

contém o planejamento de produção semestral. O sistema mostra a necessidade semanal para<br />

os próximos 60 dias e previsões mensais para os quatro meses seguintes. Neste sistema, são<br />

47


consideradas fixas (ou seja, não pode ter variações superiores a 10%) apenas as primeiras<br />

quatro semanas, sendo os volumes indicados no mês dois ao mês seis apenas previsões.<br />

No caso dos fornecedores JIT, o release é utilizado basicamente para aquisição de<br />

matéria-prima e pré-montagem das peças, pois a montagem final só é iniciada na chamada<br />

B000 (veremos a seguir).<br />

5.2.4 Pipeline<br />

O Pipeline é considerado uma “foto” da localização dos carros dentro da<br />

montadora. Consiste em uma planilha Excel que é enviada por e-mail automaticamente a<br />

todos os fornecedores JIT no início de cada turno de produção. No pipeline, podemos<br />

visualizar toda a produção de uma semana e identificar exatamente o momento que um<br />

modelo específico de veículo chegará na montagem. Este sistema é composto por:<br />

A0 – carros programados para serem produzidos na semana.<br />

Armação – todas as carrocerias que estão dentro da armação.<br />

Pintura – todas as carrocerias que estão no depósito da armação (carrocerias<br />

prontas) até o ZP5 – final da pintura.<br />

Karen – depósito de carrocerias pintadas.<br />

A seguir um desenho representando os pontos da linha e respectivas chamadas:<br />

48<br />

Figura 10: Status de Controle JIT<br />

Fonte: Montadora


5.2.5 Chamada B000<br />

Ao iniciar a montagem de um veículo na armação (Ponto B000), é enviada uma<br />

chamada via EDI ao fornecedor JIT. Neste momento, a carroceria recebe um módulo que<br />

chamamos Data Tag, ou simplesmente TAG, o qual possui um sistema chamado AKARID, o<br />

qual permite identificar o veiculo ao longo do processo produtivo por antenas em diversos<br />

pontos da montadora.<br />

Quando a antena do B000 recebe a informação do TAG do veiculo, o sistema de<br />

chamada JIT envia a mensagem para cada fornecedor. Essa chamada vai imediatamente por<br />

meio de conexão direta computador x computador, o qual contem a identificação do veiculo e<br />

especificação das peças que serão montadas. Esta mensagem é enviada aproximadamente 24<br />

horas antes do veiculo chegar a montagem.<br />

5.2.6 Chamada F000<br />

A chamada B000 ocorre na entrada da armação, a carroceria então é enviada a<br />

pintura e posteriormente a um depósito conhecido como Karen, onde aguarda a liberação para<br />

ser enviado a montagem.O pcp (departamento de planejamento e controle da produção) é<br />

responsável por controlar o mix destas carrocerias no depósito e disponibilizar a montagem.<br />

Quando a carroceria é liberada do Karen para montagem, a antena na saída do<br />

Karen envia uma mensagem ao fornecedor (chamada F000) indicando que o veiculo está<br />

chegando na montagem. Esta chamada é numerada de acordo com a seqüência do veiculo<br />

(para que a peça seja numerada no rack de sequenciamento). O tempo médio que os<br />

fornecedores tem para abastecer a linha após a chamada F000 é de aproximadamente 2 horas,<br />

podendo variar de acordo com a velocidade da linha e do tacto de montagem de cada peça.<br />

Uma empresa terceirizada de logística – Guanavi é responsável por recolher os<br />

racks seqüenciados nos fornecedores (sistema Milk-run) e abastecer as peças no tacto correto<br />

na linha de montagem.<br />

5.2.7 Chamada F650<br />

Várias vezes ao dia, são enviadas a informação de veículos que foram montados<br />

(F650) para o sistema de faturamento eletrônico, que armazena a informação para posterior<br />

autorização de faturamento.<br />

49


Tipos de faturamento:<br />

Fornecedores que não possuem faturamento eletrônico e que não estão localizados<br />

no PIC: Enviam nota-fiscal acompanhando cada carga.<br />

Fornecedores que não possuem faturamento eletrônico e que estão localizados no<br />

PIC: Enviam uma nota-fiscal ao final do dia.<br />

Fornecedores que possuem faturamento eletrônico e que não estão localizados no<br />

PIC: Enviam nota-fiscal acompanhando cada carga e posteriormente nota-fiscal<br />

eletrônica espelho da nota-fiscal em papel.<br />

Fornecedores que possuem faturamento eletrônico e que estão localizados no PIC:<br />

Enviam nota-fiscal eletrônica conforme autorização de faturamento indicada pela<br />

montadora.<br />

Para os fornecedores localizados dentro do PIC, é enviado uma autorização de<br />

faturamento, sendo esse arquivo gerado pelos carros que receberam status F650 entre as 20:00<br />

do dia anterior até as 19:59 do dia atual.<br />

Para atender o objetivo específico de identificar o sistema de abastecimento JIT na<br />

montadora e os problemas dos fornecedores JIT, analisamos a situação dos fornecedores JIT<br />

da montadora atualmente:<br />

5.3 FORNECEDORES JIT<br />

As novas montadoras automobilísticas brasileiras têm seguido uma grande<br />

tendência na ultima década de reduzir estoques e formar alianças com fornecedores. Esta<br />

parceria pode ser verificada na montadora estudada, onde todos os fornecedores localizados a<br />

uma distância inferior a 30 km foram desenvolvidos para entregar peças e módulos Just in<br />

Time.<br />

Foi um longo período para desenvolvimento de ferramentas de comunicação<br />

eficazes, para que as informações fossem enviadas automaticamente ao fornecedor. Com isso,<br />

além de reduzir o estoque da montadora a zero, o fornecedor possui todas as informações para<br />

entrega de peças de forma eficiente, reduzindo também seus estoques de produtos acabados.<br />

50


Conforme comentamos anteriormente a montadora automobilística utiliza<br />

largamente o sistema de abastecimento Milk-Run para coleta de peças, porém apenas para<br />

abastecimento de peças que ficam estocadas, não sendo aplicada para fornecedores JIT.<br />

No caso de fornecimento Just In Time, uma empresa terceirizada – Guanavi<br />

Logística, realiza a parte de transporte e abastecimento de peças na linha. Cada fornecedor<br />

possui um tempo certo e um doca de abastecimento na montadora, portanto o material não<br />

deve ser misturado no caminhão. Experiências de abastecimento Milk-Run de peças JIT não<br />

foram bem sucedidos, pois em diversos casos ocorreram atrasos de entrega, onde um<br />

fornecedor apresenta um problema e prejudica todos os outros fornecedores.<br />

Não existe uma regra de tempo pré-determinado de coleta, pois o objetivo é não<br />

existir estoques na montadora. Portanto o tempo de cada coleta e quantidade a ser embarcada<br />

irá variar de acordo com o espaço disponível no tacto da linha de montagem, do tamanho do<br />

rack e do tamanho da peça.<br />

Como exemplo, temos a Metagal e a Peguform. A Metagal possui um rack para<br />

abastecimento de tampas de combustível, o qual entrega na montadora seqüenciado. Em cada<br />

rack são colocadas quarenta peças, sendo que devem permanecer dois racks na linha de<br />

montagem de cada vez. Considerando que a montadora produz um veiculo a cada dois<br />

minutos, temos oitenta minutos de buffer de peça em cada abastecimento.<br />

A Peguform entrega pára-choques na montadora, porém cada rack comporta<br />

apenas oito peças. O número máximo de racks que podem estar disponíveis na linha de<br />

montagem são três racks. Considerando o mesmo calculo anterior de produção (um carro a<br />

cada dois minutos), temos um buffer de vinte e quatro minutos.<br />

Desta forma, podemos verificar que em cada caso, o tempo e a freqüência devem<br />

ser analisados no início do projeto e definidos entre montadora, fornecedor e transportadora.<br />

A montadora, em seu projeto inicial, construiu um parque indústrial, onde os lotes<br />

são alugados aos fornecedores. A seguir mostramos um desenho do parque indústrial. Em<br />

vermelho os lotes onde os fornecedores estão instalados.<br />

51


52<br />

Figura 11: Parque Indústrial<br />

Fonte: Montadora


A seguir esquema do abastecimento de peças na linha de montagem<br />

2<br />

1<br />

5<br />

3<br />

4<br />

6<br />

LEGEN<strong>DA</strong>:<br />

7<br />

1- SAS<br />

2 - Del Phi<br />

3 - Sekurit<br />

4 - Intertrim<br />

5 - KMAB, Aethra e Kautex<br />

6 - Peguform e Plastic Omnium<br />

7 - Metagal e Ficosa<br />

8 - Iramec<br />

9 - Faurecia<br />

10 - Inylbra<br />

11 - Pirelli<br />

12 - Inylbra e Faurecia<br />

13 - Johnson Controls<br />

14 - KMAB<br />

10<br />

6<br />

14<br />

7 8 9<br />

11<br />

12<br />

13<br />

53<br />

Figura 12: Abastecimento de peças JIT<br />

Fonte: Montadora


A seguir esquema das Docas de Abastecimento na Montadora<br />

54<br />

Figura 13: Docas de Abastecimento de Peças JIT<br />

Fonte: Montadora


5.4 DIFICUL<strong>DA</strong><strong>DE</strong>S ENCONTRA<strong>DA</strong>S PELOS FORNECEDORES JIT<br />

Trabalhando na montadora em contato direto com os fornecedores JIT`s, podemos<br />

verificar algumas dificuldades e principais reclamações dos fornecedores:<br />

Grande variação de mix de produção, pois a montadora possui uma variedade<br />

muito grande de peças e componentes, gerados pela grande combinação de diferentes peças e<br />

opcionais em cada tipo de veiculo. É um diferencial da marca, o que recebe grande<br />

reconhecimento no mercado, porém dificulta bastante a logística de controle de estoque e<br />

programação.<br />

Esta diversidade torna-se ainda mais complexa quando ocorrem variações no mix<br />

de produção, pois para evitar desabastecimento, o fornecedor precisa estar preparado e possuir<br />

um grande estoque para armazenar diversos modelos de componentes.<br />

Para minimizar o impacto causado pelos transtornos de possuir uma variedade<br />

muito grande de modelos diferentes, é importante que a montadora possua um programa de<br />

produção com as menores variações possíveis, assim os fornecedores podem fazer um<br />

planejamento mais eficiente evitando sobra e/ou falta de componentes.<br />

A falta de informações de produção a longo prazo é uma grande dificuldade para<br />

planejamento dos fornecedores, pois normalmente informações de mais de seis meses não são<br />

confiáveis.<br />

Devemos perceber, porém, que não é fácil para a montadora planejar com<br />

eficiência as tendências do mercado. Neste caso, é feita apenas uma projeção de demanda, o<br />

que gera transtornos para ambas as partes quando o mercado segue uma tendência diferente.<br />

Vários fornecedores possuem restrição de capacidade para módulos complexos,<br />

componentes importados ou gargalos de produção que não podem ser superados em apenas<br />

quatro semanas, lead time considerado oficial em contrato para produção.<br />

Temos então freqüentemente fornecedores fazendo pesquisa de mercado e<br />

planejando as tendências de maneira diferente a da montadora. Estes “planejamentos”, quando<br />

incorretos, geram grandes transtornos para ambos os lados.<br />

A montadora deve ser o mais transparente possível no fornecimento de<br />

informações, onde os fornecedores devem participar na pesquisa de tendências de mercado<br />

também. Em muitos casos, é difícil prever se a demanda estará favorável, por exemplo, a<br />

produzir veículos voltados para exportação ou para o mercado nacional.<br />

Como a principal filosofia o JIT é estoque zero, todo o armazenamento de peças e<br />

componentes deve ser feito pelos fornecedores. A montadora determina que seus fornecedores<br />

55


devem possuir cinco dias de peças em estoque mais eventuais componentes não utilizados por<br />

atrasos de produção.<br />

Desta mesma forma, fornecedores de peças muito grandes (como pára-choques)<br />

possuem problemas. Considerando que a montadora produza 500 veículos por dia,<br />

multiplicados por 5 dias, serão 2.500 carros ou 5.000 peças armazenadas.<br />

Como o espaço disponível na fábrica de vários fornecedores não é muito grande,<br />

dificilmente encontramos um estoque muito grande de peças acabadas, o que pode levar ao<br />

desabastecimento da montadora em casos de problema na produção do fornecedor.<br />

Neste caso, sugerimos que a montadora faça uma análise de cada fornecedor JIT,<br />

assim como é feito no próprio estoque da montadora. Para determinar o estoque interno é feita<br />

uma análise de demanda x custo x volume de cada item e então dimensionado o estoque de<br />

cada componente.<br />

Por exemplo, o fornecedor de pára-choques pode ter quatro dias de estoque de<br />

peças injetadas e apenas dois dias de estoque de peças pintadas, pois o volume de cada peça é<br />

grande. Já a pintura de cada lote de peças leva em média três horas (considerado um processo<br />

rápido), não teremos necessidade de disponibilizar grandes armazéns para estocar peças<br />

acabadas.<br />

Neste caso vemos como não é impossível, mesmo com a filosofia Just In Time, a<br />

eliminação de estoques. Nota-se que a montadora adotando o conceito de estoque zero, apenas<br />

repassa esta obrigação para seus fornecedores.<br />

56


6 CONSI<strong>DE</strong>RAÇÕES F<strong>IN</strong>AIS<br />

A procura de processos mais eficientes para atingir maior produtividade e maiores<br />

lucros levam empresas de todo o mundo a corrida em busca da maior eficiência. Os japoneses<br />

são lideres nesse quesito a mais de meio século, servindo como benchmarking para diversas<br />

indústrias.<br />

Notamos, porém, que o processo ideal ainda não foi atingido por nenhuma<br />

empresa, mas as que adotam a filosofia da melhoria constante têm atingido bons resultados.<br />

É interessante observar que as montadoras automobilísticas no Brasil, em seu<br />

complexo universo de fornecedores e componentes, possuem ainda muito trabalho a ser<br />

desenvolvido para seguir a risca a filosofia Just In Time.<br />

Nenhuma montadora brasileira conseguiu ainda garantir que o abastecimento seja<br />

JIT para todos os seus componentes, eliminando estoques intermediários e garantindo a<br />

qualidade assegurada em 100% de seus fornecedores.<br />

Este ainda é um longo caminho a ser percorrido, o que é bastante dificultado pelo<br />

sistema de transportes do Brasil. Outro fator que precisa ser aperfeiçoado é a qualidade de<br />

diversos produtos e maior investimento em tecnologia de ponta.<br />

Apesar da montadora desenvolver grande parte de seus fornecedores nacionais,<br />

nota-se que com a complexidade de certos produtos, os fornecedores e sub-fornecedores são<br />

obrigados a importar diversos componentes, pois o mercado nacional não apresenta em<br />

muitos casos padrões de qualidade desejáveis.<br />

Deste modo, verificamos uma grande insegurança tanto por parte dos fornecedores<br />

como principalmente da montadora, surgindo assim uma grande resistência a eliminação de<br />

estoques.<br />

No caso da montadora estudada, está sendo desenvolvido um bom trabalho de<br />

desenvolvimento de fornecedores na filosofia Just In Time, porém notamos a dificuldade em<br />

estender este processo a fornecedores de longa distância.<br />

Entre os fornecedores que já estão no sistema JIT de abastecimento a montadora,<br />

verifica-se um bom desempenho, porém que precisa ser melhorado na troca de informações<br />

entre montadora e fornecedor. Também falta um apoio maior das montadoras em auxiliar os<br />

fornecedores a desenvolver novos sub-fornecedores, com melhor tecnologia para minimizar a<br />

importação de componentes.<br />

Finalmente vale ressaltar que por mais que o mercado automobilístico seja<br />

competitivo, nem sempre os fornecedores que oferecem os menores preços de componentes<br />

57


são os mais indicados, devendo-se sempre analisar os custos e a confiabilidade para garantir<br />

um processo estável de ambas as partes.<br />

Entre sugestões para novos trabalhos, podemos indicar um estudo de casos com<br />

cada fornecedor e com a montadora, aplicando as sugestões deste trabalho e identificando<br />

novas potenciais ferramentas para melhorar a cadeia de abastecimento JIT. Também podem<br />

ser desenvolvidas pesquisas para verificar a viabilidade de ampliar a cadeia de abastecimento<br />

JIT das montadoras localizadas na região metropolitana de Curitiba.<br />

58


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