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FILOSOFIAS DA AFIRMAÇÃO E DA NEGAÇÃO - iPhi

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184 MÁRIO FERREIRA DOS SANTOS<br />

— Não, respondeu Paulsen.<br />

— O nada, portanto, não existe.<br />

— Não existi!.<br />

— J<br />

— Yang e Yin são, portanto, simultâneos de todo o sempre.<br />

São coeternos, portanto.<br />

— Isso mesmo. — Apressou-se Paulsen a afirmar, agora<br />

com mais confiança.<br />

— Mas não concordaram vocês que a matéria é essencialmente<br />

o que é existencialmente?<br />

— Concordamos.<br />

— Neste caso, a matéria é um ser simples, simplesmente<br />

matéria?<br />

— Sim. — Ambos assentiram.<br />

— Mas como pode ser simples o que é simultaneamente<br />

activo e passivo?<br />

— A matéria tem esse duplo poder: o de determinar e o<br />

de ser determinada. Estão nela, e formam uma unidade, respondeu<br />

Ricardo.<br />

— Mas como, se o que é determinável ainda não é, e sim<br />

o que pode vir-a-ser? Há, na matéria, uma parte que ainda<br />

não é plenamente, efectivamente, que ainda não existe. E' a<br />

parte passiva.<br />

— Bem, ela não é ainda deste ou daquele modo, mas pode<br />

vir-a-ser, retrucou Ricardo.<br />

— Sim, prosseguiu Pitágoras. Mas que se entende por<br />

existir? Não é o que está no pleno exercício de ser?<br />

— E\ E a matéria está no pleno exercício de ser matéria.<br />

— Sim, mas está somente a parte activa. Esta está no<br />

pleno exercício de ser matéria. A parte passiva ainda não,<br />

pois ainda virá-a-ser.<br />

— Virá-a-ser de determinado modo, acrescentou Ricardo.<br />

— Pois bem, mas o modo por que virá-a-ser ainda não é,<br />

não é do modo efectivo igual ao da outra parte?<br />

Ricardo e Paulsen não responderam logo; entreolharam-: • o.<br />

Cada um ensaiava dizer alguma coisa, mas preferia que o outro<br />

fa'asse. Ante o embaraço, Pitágoras aproveitou-se para<br />

prosseguir:

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