FILOSOFIAS DA AFIRMAÇÃO E DA NEGAÇÃO - iPhi
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DIÁLOGO SOBRE OS PRECONCEITOS<br />
MODERNOS<br />
Pitágoras, então, prosseguiu:<br />
— Creio ter abordado os principais aspectos que me havia<br />
proposto examinar. De minha parte declaro que muito teria<br />
de dizer, mas creio ter feito o suficiente para provar que a<br />
mente humana é apta a alcançar as verdades proporcionais à<br />
sua natureza. Jamais afirmei que somos capazes de alcançar<br />
a verdade exaustivamente, mas apenas as totalidades verdadeiras,<br />
suficientes para permitirem que o homem possa construir<br />
um saber especulativo sério e positivo, sem necessidade de apelos<br />
constantes às formas de desespero e de covardia negativistas,<br />
que hoje tantos males têm causado ao pensamento, sobretudo<br />
por terem sido inoculadas em cérebros desprevenidos, em<br />
mentes deficitárias por mentes deficitárias e malignas, e que<br />
provocaram o espetáculo dessa torre de babel da filosofia moderna,<br />
dessa confusão quase total, a ponto de em vez de ter<br />
a filosofia avançado, ela recuou a estágios bem inferiores. E'<br />
lamentável o espetáculos de homens guiados por preconceitos<br />
ignorarem deliberadamente a obra de grandes pensadores, simplesmente<br />
porque formam eles parte de um credo que não é<br />
aceito pelo estudioso. Em muitas escolas de filosofia, faz-se<br />
um estudo rápido dos pré-socráticos, analisa-se preconcebidamente<br />
Platão, salientando mais os aspectos literários de sua<br />
obra que os filosóficos, tentando-se até pôr uma certa dose de<br />
ironia no exame de sua concepção das formas. Depois, um<br />
pouco de Aristóteles; examina-se a decadência da filosofia grega,<br />
às vezes até com mais persistência e, daí, dá-se um salto<br />
de séculos, e se cai em Descartes, fazendo-se um silêncio quase<br />
total por toda a obra dos apologetas cristãos e da escolástica.<br />
A idade média é apresentada como uma longa e tenebrosa noite