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FILOSOFIAS DA AFIRMAÇÃO E DA NEGAÇÃO - iPhi

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H><br />

DIÁLOGO SOBRE A EXISTÊNCIA<br />

DO MUNDO EXTERIOR<br />

— A existência do mundo exterior, devido à insistência<br />

de muitos que a negam, tem sido, para outros, objecto de<br />

demonstração. Mas, coloquemo-nos do lado dos que lhe negam<br />

a existência. Já vimos os argumentos que manejam. São todos<br />

frágeis, nenhum revela a apoditicidade necessária, pois se<br />

fundamentam todos no facto de existirem certas deficiências<br />

em nosso conhecer sensível. Em suma, nenhuma razão poderosa<br />

coloca-se do lado desses negativistas. Mas como o múnus<br />

probandi pertence a quem alega, eles exigem, dos que aceitam<br />

a sua existência, que a provem. Sou solicitado, agora, também,<br />

para fazê-lo. Pois, em primeiro lugar, devo dizer que os argumentos<br />

em contrário não procedem, e bastaria a análise de que<br />

não procedem para que se compreenda que a negação da existência<br />

do mundo exterior é produto apenas de deficiência, apesar<br />

de se colocarem do lado de tal concepção inúmeros homens<br />

realmente de valor. Mas seus argumentos, contudo, foram<br />

sempre precários.<br />

Verificou-se que há uma diferença fundamental entre a<br />

imaginação e o que chamamos realidade, entre o que chamamos<br />

alucinação e o que chamamos realidade, entre o que chamamos<br />

sonho e o que chamamos realidade exterior. Em todos os outros<br />

modos de vivermos as sensações, há ilogismo, há desordem,<br />

há obscuridade, há incoerência. Do lado do que chamamos<br />

realidade do mundo exterior é o inverso: tudo segue uma<br />

ordem, uma regularidade, obedece a leis e invariantes. Se<br />

somos nós que criamos tal mundo, temos de dar a causa ao<br />

nosso inconsciente e a este uma autonomia, o que peca por<br />

cair em absurdos da pior espécie.

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