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FILOSOFIAS DA AFIRMAÇÃO E DA NEGAÇÃO - iPhi

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MO MÁiuo KKititKiKA i«)s SANTOS<br />

absolutamente falso, pois então tudo seria falso, e falso também<br />

que tudo seria falso em nós.<br />

— E os erros que provêm doa sentidos, Pitágoras?, perguntou<br />

Josias.<br />

— Sobre eles já falarei. Mas preciso examinar outros<br />

pontos antes de chegar lá. Quando falamos em conhecimento<br />

sensível e conhecimento intelectual, na verdade o termo conhecimento<br />

não é unívoco aqui, mas análogo. A sensação é, na<br />

verdade, uma reacção psíquica de ordem representativa, que<br />

se processa em nós, produzida por excitações de coisas externas.<br />

E' assim que se manifesta a sensação. O intelecto é que<br />

julga essas sensações. Sabemos que há muitas vezes erros em<br />

nossas sensações, porque dispomos de outros meios de verificação,<br />

meios já intelectuais. Erramos quanto às cores, quanto<br />

às dimensões, quanto às figuras das coisas; sofremos de ilusões<br />

várias, ópticas, tácteis, auditivas, etc. Mas todos esses erros<br />

são retificáveis, e a experiência nos mostra que os retificamos,<br />

ou podemos retificá-los. A montanha distante, que aos nossos<br />

olhos é menor que uma casa (pois esta ocupa maior campo<br />

visual que aquela), não nos mantém nesse erro, porque, intelectualmente,<br />

podemos retificar o que os olhos expressam. São<br />

tais factos que levam os idealistas, positivistas, Kant, Hume e<br />

tantos outros a negarem a tese de que existem coisas externas<br />

verdadeiras, que são a causa da sensação.<br />

— Pitágoras, permita-me perguntar-lhe: e não pode ser<br />

o próprio ser humano a causa dessas sensações e não as coisas<br />

externas? Se não pode, é favor provar-me, porque, de minha<br />

parte, duvido muito da existência dessas coisas externas.<br />

A essa solicitação de Josias, Pitágoras respondeu:<br />

— Se as sensações são, como realmente são, factos contingentes,<br />

têm elas uma causa. Será o próprio sujeito que sente<br />

a causa dessas sensações? Essa é a sua pergunta. Se fosse<br />

o sujeito que sente a causa única dessas sensações, poderia êle<br />

dirigi-las e criá-las a seu prazer. Nossa vontade seria suficiente<br />

para criá-las.<br />

— Mas, e a imaginação?, tornou a perguntar Josias.<br />

<strong>FILOSOFIAS</strong> <strong>DA</strong> <strong>AFIRMAÇÃO</strong> E <strong>DA</strong> <strong>NEGAÇÃO</strong> 111<br />

— A imaginação não a podemos dirigir sempre,

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