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FILOSOFIAS DA AFIRMAÇÃO E DA NEGAÇÃO - iPhi

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100 MÁRIO FERREIRA DOS SANTOS<br />

quantitativo que há a diferença. Quando Euclides diz que duas<br />

paralelas não se encontram nunca, diz verdade, porque êle considera<br />

tais linhas formalmente perfeitas e, enquanto tais, elas<br />

não poderiam necessariamente encontrar-se num espaço tridimensional,<br />

como o que êle considerava em sua famosa obra.<br />

Mas essa obra era elementar, note-se, porque, nela, Euclides<br />

apenas iniciava os alunos na geometria. Não se julgue que<br />

Euclides não sabia muito sobre o que se chamam hoje de geometrias<br />

não-euclidianas, mas este é ponto por ora proibido<br />

de tratar-se, e eu não o faria agora, por mais que me solicitassem,<br />

porque exige outros exames, que seriam longos e difíceis.<br />

— Pitágoras tem razão, apoiou Artur. Sua explicação<br />

está clara. A distinção entre juízos necessários e juízos contingentes<br />

é basilar na lógica, e permite uma nítida compreensão<br />

do que disse.<br />

— Bem, Pitágoras. Se a verdade lógica não admite graus,<br />

nega você que há, ou não, graus de falsidade?, perguntou<br />

Ricardo.<br />

— Você tocou num ponto de máxima importância. Não<br />

desejo dar uma resposta formal e definitiva, mas podemos, juntos,<br />

examinar esse tema, que é importante.<br />

— Então comece, Pitágoras, propôs Ricardo.<br />

Biblioteca Municipal<br />

Pro f. Bento Munhoz<br />

de Rocha Netto<br />

Reg: u**<br />

Data U3 o? --vi<br />

DIÁLOGO SOBRE O CRITÉRIO<br />

DO CONHECIMENTO<br />

Revelava o semblante de Pitágoras que êle estava preocupado.<br />

Sem dúvida, havia uma indecisão interior. Sua mente<br />

flutuava sobre possibilidades, e parecia que êle procurava uma<br />

resposta sobre a qual não tivesse de voltar atrás. Depois de<br />

certo tempo, disse:<br />

— Neste ponto há divergências de dffiniões, e essas são<br />

bem fundadas. ' Quando falamos naquele exemplo do que diz<br />

que 7 vezes 4 é 25, e do que diz que é 27, verificamos que ambos<br />

estavam dizendo falsidade, mas vimos que um estava mais<br />

certo que o outro, porque um se aproximava mais da verdade<br />

matemática que o outro. Por isso alguns filósofos consideram<br />

que, se não há graus quanto à verdade lógica, há, contudo,<br />

quanto à falsidade. Ora, na falsidade lógica há uma deformidade<br />

positiva com o seu objecto; ou seja, uma não conformidade<br />

entre o acto intelectivo e o seu objecto formal. Essa deformidade<br />

é positiva. Mas fala-se ainda de uma não conformidade<br />

negativa, quando o acto intelectivo não expressa o objecto<br />

material. Exemplificam alguns o primeiro caso com o espelho<br />

mau construído que deforma o objecto, e o segundo com o espelho<br />

que não espelha devidamente, ou seja tudo quanto é espelhável<br />

do objecto.<br />

Ora, a falsidade lógica é alguma deformidade ou inadequação,<br />

enquanto a verdade lógica é conformidade ou adequação.<br />

Contudo, uma deformidade negativa não pode ser a constituinte<br />

de uma falsidade lógica, mas somente a deformidade positiva.<br />

A negativa pode surgir da ignorância, enquanto a positiva<br />

surge da inadequação. Mas, çòftKK£ssa positividade pode ser<br />

gradativa, a falsidade, para muitos, pocte^ser gradativa. JJíetT<br />

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