FILOSOFIAS DA AFIRMAÇÃO E DA NEGAÇÃO - iPhi
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38 MÁRIO FERREIRA DOS SANTOS<br />
— E' nosso dever, sem dúvida — acrescentou Pitágoras,<br />
corroborando as palavras de Ricardo —, e nosso dever ainda<br />
procurar esse elo comum. E, depois de achá-lo, poderemos<br />
cimentar um conjunto de normas, que nos favorecerão uma<br />
análise mais longa. Não acham?<br />
Todos concordaram. E Pitágoras, então, disse:<br />
— Pois, ponhamo-nos a caminho para buscar esse elo cocum,<br />
e veremos o que vai surgir disso tudo.<br />
— Vamos, exclamaram Paulsen e Ricardo, com o apoio de<br />
todos, menos de Josias, que permanecia calado, aparentando<br />
indiferença, mas que, na verdade, reconhecia haver razão em<br />
tudo aquilo; senão, segundo seu temperamento, teria manifestado<br />
uma oposição decidida.<br />
DIÁLOGO SOBRE O SER E O NA<strong>DA</strong><br />
Como havia sido prometido, voltou-se no dia seguinte, à<br />
mesma hora, à discussão do tema anterior. Achavam-se todos<br />
os da véspera reunidos, menos Pitágoras, que se demorara.<br />
— Estranho — dizia Ricardo — que Pitágoras se demore<br />
tanto. Não é seu costume chegar tarde.<br />
— Daqui a pouco estará aí, respondeu-lhe Paulsen. E<br />
voltando-se para Ricardo, dirigiu-lhe estas palavras:<br />
— Estamos, portanto, no seguinte problema: o que vocês<br />
terminaram por chamar de "elo comum". Mas julgo que o problema<br />
agora é o que se chama de problema crítico, o problema<br />
do conhecimento humano. E tudo deve ser discutido de novo.<br />
— Olhe, aí está Pitágoras.<br />
— Boa tarde. Desculpem a demora. Um homem desta<br />
cidade grande, por mais que queira dominar o tempo e dirigi-lo,<br />
é dele escravo cada vez mais. — E dirigindo-se para Ricardo<br />
e Paulsen: — Bem, o que vamos fazer?<br />
— Pitágoras, Paulsen diz que o tema fundamental agora<br />
é o problema crítico do conhecimento humano — respondeu<br />
Ricardo. — Que acha você?<br />
— E' isso mesmo. Colocamo-nos, em face da análise de<br />
ontem, nesse caminho. E êle tem um roteiro que devemos seguir.<br />
Na verdade, a maneira de considerar o problema crítico<br />
é a causa fundamental da heterogeneidade do pensamento humano<br />
e das grandes divergências que se observam.<br />
— Diga-me uma coisa, Pitágoras — atalhou Paulsen —<br />
creio que você há de concordar que realmente, na discussão de<br />
ontem, você foi brilhante e nós reconhecemos o seu valor, mas