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O conto de Natal<br />
do gato Tomás<br />
Já toda a gente sabe que o Tomás<br />
adora histórias, mas que seja ele a<br />
inventá-las, como tem acontecido nos<br />
últimos dias, é que ninguém estava à<br />
espera.<br />
Na cantina, Malaquias ouve mais uma<br />
das mentiras de Tomás:<br />
Tomás – Pois é, Malaquias, é como te<br />
digo! Este Natal vou ter os melhores<br />
presentes do mundo!!!<br />
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Malaquias afiava, desconfiado, os<br />
bigodes, que eram uma espécie de<br />
detector de mentiras.<br />
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Malaquias - Ah, sim!? Quais?<br />
Tomás – Olha, vou ter cadernos e<br />
canetas muito mais bonitas do que as<br />
da Mimi... daquela marca que ela<br />
costuma comprar.<br />
Malaquias - Estou a ver...<br />
Tomás - E vão oferecer-me uma<br />
mochila mil vezes mais fixe do que a<br />
do Xavier... E vou ter uns patins em<br />
linha mais caros que os da Matilde...<br />
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Cá fora, os restantes amiguinhos<br />
ouviam a conversa pela janela e<br />
suspeitavam de algo:<br />
Mimi - Hum... aqui há gato! E é o Tomás<br />
de certeza!<br />
E, entrando na cantina, apanharam o<br />
Tomás em flagrante mentira<br />
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Tomás - E isto tudo porque os meus<br />
pais são muito ricos!!!<br />
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Pinguick - Tomás, Tomás, por que dizes<br />
mentiras!? Toda a gente sabe que os<br />
teus pais não têm possibilidade de te<br />
dar todas essas prendas pelo Natal.<br />
Mimi - Oh, Tomás, e o que interessa<br />
teres canetas mais bonitas do que as<br />
minhas e da mesma marca? As marcas<br />
não têm valor, amigo!<br />
Xavier - As prendas de que falas foram<br />
as nossas do ano passado. Parece que<br />
estás com inveja!<br />
Xico - E ter inveja é muito feio, Tomás.<br />
Sobretudo, nesta grande festa que é<br />
o Natal!<br />
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O Tomás estava muito envergonhado,<br />
mais vermelho do que um sinal de<br />
trânsito, e tentava desculpar a sua<br />
atitude invejosa.<br />
Tomás - Pois... mas os meus pais<br />
dão-me sempre meias e luvas e nunca,<br />
nunca, brinquedos como os vossos!<br />
Gaspar - Os teus pais são pobres,<br />
amiguinho. Mas fazem o que podem<br />
para te oferecer o melhor!<br />
Pinguick - E isso é que é o verdadeiro<br />
espírito de Natal: dá-se por amor,<br />
porque se quer partilhar aquilo que<br />
se tem. Hoje em dia, dão-se prendas<br />
caras, mas quase por obrigação,<br />
porque fica bem...<br />
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Mimi - Pois não te esqueças, Tomás,<br />
que o Natal é a festa da família – as<br />
pessoas reúnem-se, esquecem os seus<br />
problemas e diferenças e festejam os<br />
laços que as ligam.<br />
Xico - Nós também somos uma espécie<br />
de família: somos muito amigos e<br />
gostamos uns dos outros. Por isso,<br />
devíamos fazer uma festa, um Natal<br />
dos miúdos, só para nós!<br />
Matilde - Boa ideia, Xico! Eu posso pedir<br />
à minha mãe para fazer um lanchinho<br />
de Natal em minha casa<br />
No dia seguinte, dia 24 de Dezembro,<br />
véspera de Natal, à tarde, os nossos<br />
amiguinhos estavam já todos em casa<br />
da Matilde a preparar o seu Natal:<br />
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a Mimi decorava um pinheirinho<br />
artificial com bolas e estrelas<br />
prateadas.<br />
O Gaspar e o Xavier acabavam de<br />
pintar figurinhas de papel para fazer<br />
um presépio com musgo e terra.<br />
O Xico colocava velas e fitinhas<br />
coloridas em todo o lado e ajudava o<br />
Malaquias a imprimir lindos postais de<br />
Natal que tinham encontrado na<br />
Internet.<br />
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A Matilde ajudava a mãe a preparar<br />
as rabanadas e outros doces<br />
saborosos de Natal.<br />
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Finalmente, o Tomás acabava de<br />
escrever um belo conto de Natal da<br />
sua autoria. Duas horas de trabalho<br />
e tudo estava já pronto, cintilante e<br />
natalício.<br />
Depois de se deliciarem com as<br />
iguarias da Matilde e da mãe, o Tomás<br />
decidiu contar-lhes a história de Natal<br />
que escrevera propositadamente para<br />
a ocasião. Todos escutavam<br />
atentamente...<br />
Tomás - Há muitos e muitos anos, num<br />
belo e frio Natal, havia um pequeno<br />
gato, que era muito, muito mentiroso,<br />
porque estava sempre com inveja dos<br />
outros.<br />
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Até que na noite de Natal...<br />
exactamente à meia-noite...<br />
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Gaspar - O que aconteceu, Tomás, o<br />
que aconteceu?<br />
O pequeno gato estava sozinho na<br />
sua cama, rodeado de presentes,<br />
quando apareceu uma pequenina<br />
luzinha que, lentamente, se<br />
transformou num grande anjo-gato.<br />
Mimi - Ah!!! Um anjo, que giro!!!<br />
Tomás - O anjo-gato disse então ao<br />
nosso amigo: “Pequeno gato, a tua<br />
vida está cheia de mentira e de inveja!<br />
Tens de amar os outros, deixar de<br />
mentir e de cobiçar as suas coisas!”<br />
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Xavier - O que é cobiçar?<br />
Pinguick - Cobiçar é ter inveja dos<br />
outros, querer o que eles têm.<br />
Mimi - Chiu! Deixem ouvir!<br />
Tomás - Então, o anjo do Natal mostrou<br />
ao pequeno gato todas as mentiras<br />
que ele tinha dito no passado, a inveja<br />
que sentia dos amigos e<br />
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... agora vem a parte mais triste... é<br />
que o pequeno-gato viu que se<br />
continuasse assim ficaria<br />
completamente sozinho, sem amigos.<br />
Então percebeu, finalmente, que tinha<br />
de mudar. O mais importante na vida<br />
é ajudar e partilhar e, por isso,<br />
convidou todos os amigos para uma<br />
grande festa e decidiu nunca mais<br />
lhes mentir.<br />
E assim viveu o Natal mais feliz de<br />
sempre. Como eu estou a viver agora<br />
convosco. Fim.<br />
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Narrador - Todos bateram palmas<br />
encantados.<br />
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Xico - Que bela história, Tomás. Esse<br />
pequeno gato faz-me lembrar alguém<br />
Tomás - Eh, pois... acho que aprendi<br />
a utilizar melhor a minha imaginação<br />
com os meus amigos. Obrigado<br />
Matilde - E não é tudo! Temos ainda<br />
uma surpresa para ti!<br />
E, nesse instante, o Pinguick surgiu<br />
vestido de Pai Natal. Trazia um saco<br />
de prendas para o Tomás dos seus<br />
amigos<br />
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Tomás - Ei, a caneta da Mimi, daquelas<br />
que eu gosto! Obrigada! E o portalápis<br />
do Xico... e os chinelos da<br />
Matilde... vocês são o máximo! Nunca<br />
hei-de esquecer a vossa amizade<br />
neste Natal!<br />
Mas o que o Tomás nem imaginava<br />
era o presente magnífico que os seus<br />
pais lhe dariam nessa noite e que,<br />
apesar de não ser muito caro, era tudo<br />
o que ele mais desejava: um livro de<br />
contos de Natal.<br />
Pela primeira vez, desde há muitos<br />
anos, nevava lá fora... Da janela,<br />
Tomás, feliz, decidiu que nunca mais<br />
inventaria histórias mentirosas<br />
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