19.04.2013 Views

O Príncipe de Nassau - Unama

O Príncipe de Nassau - Unama

O Príncipe de Nassau - Unama

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

www.nead.unama.br<br />

— Chegou hoje. Ao invés <strong>de</strong> saltarem em Maurícia, como esperávamos,<br />

preferiram os chefes <strong>de</strong>sembarcar no costão da Barreta. A estas horas, a marchas<br />

forçadas, vão eles à cata dos rebel<strong>de</strong>s!<br />

Que alegria! Exclamações <strong>de</strong> júbilo, fragorosas, romperam <strong>de</strong> todas as<br />

bocas, num só tempo. Ah, era a salvação! D. Ana Pais, com fogaréu nos olhos,<br />

exclamou exultante:<br />

— Não há notícia melhor! Essa ajuda do Viso-Rei é <strong>de</strong>cisiva. Vai<br />

<strong>de</strong>smoralizar os cães. E você, Segismundo, você que trouxe tão boa nova, corra<br />

agora ao meu engenho. Espere lá as mulheres que foram presas.<br />

— As mulheres que foram presas?<br />

— Sim! O Supremo Conselho or<strong>de</strong>nou a prisão <strong>de</strong> muitas mulheres. Entre<br />

elas, fique sabendo, vai a nossa Carlota Haringue!<br />

O rapaz empali<strong>de</strong>ceu. Fitou a pernambucana com assombro:<br />

— Não compreendo!<br />

— Carlota, sim, senhor! Mas não se assuste assim. Ao contrário,<br />

Segismundo...<br />

— Sim, hoje 'você terá o seu gran<strong>de</strong> dia! Hoje você realizará o seu maior<br />

<strong>de</strong>sejo...<br />

— Não a compreendo, D. Ana!<br />

— Ora, escute... Corra a casa <strong>de</strong> Vicente Soler, o nosso predicante<br />

calvinista. Peça-lhe que vá com você ao meu engenho. E lá, sem mais <strong>de</strong>longas,<br />

realize hoje o seu casamento com Carlota. Hamel, neste instante, mandará a João<br />

Blaar or<strong>de</strong>m nesse sentido. Quer?<br />

O moço cintilou. Um contentamento irrefreável explodiu nele. Agarrou as<br />

mãos <strong>de</strong> D. Ana, apertou-as com força, beijou-as enternecidamente:<br />

— Oh, D. Ana!<br />

— Pois vá à Casa-Forte, meu filho. Vá e case. Mas não se esqueça <strong>de</strong> vigiar<br />

bem as mulheres que lá estão. Que nenhuma escape! Veja lá.. — Segismundo<br />

perfilou-se, rodou nos calcanhares, saiu numa precipitação.<br />

Exatamente a essa hora, pelo acampamento <strong>de</strong> João Fernan<strong>de</strong>s, ia férvido<br />

alvoroço. É que as sentinelas avançadas romperam <strong>de</strong>sabaladas pela barraca do<br />

Chefe. O ma<strong>de</strong>irense pulou:<br />

— Que há?<br />

— O exército da Bahia esta a vista! Vem da Barreta, em marcha forçada,<br />

atroando os matos...<br />

O Governador da Liberda<strong>de</strong> estremeceu como um tigre baleado. Reuniu os<br />

cabos. Expediu or<strong>de</strong>ns. Incendiou os ânimos. E foi logo, pelo exército, um rebôo<br />

atroante <strong>de</strong> cornetas, um rufar <strong>de</strong> caixas, um ferir pe<strong>de</strong>rneiras, um acen<strong>de</strong>r morrões.<br />

Os soldados esten<strong>de</strong>ram-se em linha <strong>de</strong> combate.<br />

93

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!