19.04.2013 Views

O Príncipe de Nassau - Unama

O Príncipe de Nassau - Unama

O Príncipe de Nassau - Unama

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

www.nead.unama.br<br />

É que Maurício <strong>de</strong> <strong>Nassau</strong> chegara. Vinha esplêndido, chispando, mui taful<br />

na sua garridice <strong>de</strong> gentil-homem, distintíssima. Montava um belo alazão<br />

encaracolado, orelhas trepidantes, arreiado custosamente <strong>de</strong> prataria que fuzilava<br />

ao sol. Trazia gibão <strong>de</strong> seda pérola, calções fofos com cairel <strong>de</strong> prata, gola<br />

encanudada, chapéu <strong>de</strong> plumas vivas, botas franjadas <strong>de</strong> cano alto, espada.<br />

As quadrilhas formaram-se <strong>de</strong> pronto. Dum lado, os flamengos e os<br />

estrangeiros: doutro lado, os pernambucanos e os portugueses. Assim:<br />

<strong>Príncipe</strong> Maurício da <strong>Nassau</strong><br />

Paulo Damas, escolteto<br />

Carlos Tourlon, secretário<br />

Capitão Pistol<br />

Capitão Pelnes<br />

Cap. André Vandlor<br />

Teodósio Hoogssraten<br />

Cap. Alexandre Bucocht<br />

Capitão Doctri<br />

Capitão João Cuint<br />

Capitão Lindamão<br />

Alferes Huitonouem<br />

Pedro Morinho Falcão<br />

Antônio Cavalcanti<br />

João Fernan<strong>de</strong>s Vieira<br />

Rodrigo Mendanha<br />

João Pais Cabral<br />

Pedro Correia da Cunha<br />

Antônio Bezerra<br />

Manuel Gonçalves Diniz<br />

Tomé Lopes<br />

Vicente Reis da Costa<br />

Lourenço Nunes Vitória<br />

Pedro Cardigo, o velho 27<br />

O <strong>Príncipe</strong> esporeou o ginete. Rompeu a marcha. As duas fileiras on<strong>de</strong>aram<br />

com gran<strong>de</strong>s garbos. Que lindo! Era um gosto o ver aqueles saios, aqueles tufos,<br />

aquelas plumas, aquelas cabeleiras em trunfa, aqueles colares à balona, aqueles<br />

mantéus <strong>de</strong> nizas brancas, todos aqueles atavios ostentosos que fulgiam numa<br />

bizarrice <strong>de</strong> coloridos fortes. As duas serpes, ondulando magníficas <strong>de</strong> pimponice e<br />

brios, atravessaram a ponte, cortaram as ruelas da Cida<strong>de</strong> Maurícia, <strong>de</strong>sembocaram<br />

triunfalmente na praça dos jogos.<br />

Foi um <strong>de</strong>lírio!<br />

Tiniram charamelas. Trovejaram vivas. Reboou estrépito <strong>de</strong> palmas<br />

frenéticas. Os cavaleiros, dois a dois <strong>de</strong>sfilaram sacudidos diante das paliçadas que<br />

fremiam. Que galas! Toldos <strong>de</strong> seda, colchas da Índia, damascos <strong>de</strong> listrões<br />

encarnados, franjas, cortinas, chamalotes, tudo se esta<strong>de</strong>ava airosamente ante o<br />

olhar enamorado dos torneadores. Dentro dos pavilhões ligeiros, recobertos <strong>de</strong><br />

cochins <strong>de</strong> veludo, enguirlandados <strong>de</strong> ban<strong>de</strong>irolas, ia uma grulhante ninhada <strong>de</strong><br />

donas, muito louçãs e custosas, rindo-se, papagueando, numa profusão gritante <strong>de</strong><br />

veludos e pedras.<br />

27 Frei Calado, pág. 109.<br />

69

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!